O Ninety-Eight chegava aos anos 70 com linhas elegantes, que lembravam um Cadillac; as grades vinham separadas por um prolongamento do capô

As linhas mudaram pouco até 1976, apesar da inclusão de janela na coluna traseira, mas o 98 ganhava a inovadora opção de bolsa inflável

 
Uma plataforma, muitos carros
A família GM é numerosa, o que deu ao 98 vários irmãos e primos por conta da plataforma sobre a qual era montado. A lista é grande: pela Buick havia Electra cupê e sedã, Electra Limited, Electra Estate Wagon, Park Avenue cupê e sedã, LeSabre cupê, Sport cupê e sedã, LeSabre Limited e LeSabre Estate Wagon.

Na Cadillac os parentes eram Sedan DeVille, Coupe DeVille, Fleetwood Coupe, Fleetwood Sedan, Fleetwood Brougham Coupe e Fleetwood Brougham Sedan. Na Chevrolet surgem Impala, Caprice, Caprice Classic, Caprice Classic LS, Caprice Classic LS Brougham e Caprice Station Wagon.

A Pontiac vem com Bonneville cupê e sedã, Bonneville Brougham cupê e sedã, Parisienne sedã, Parisienne cupê (este apenas no Canadá), Parisienne Brougham sedã e Safari Station Wagon. Na própria Olds os irmãos eram o 88, Delta 88, Delta 88 Royale, Delta 88 Royale Brougham e a perua Custom Cruiser Station Wagon.

Padronização das linhas   Uma nova geração do 98 estreava em 1970 trazendo certa semelhança com outro modelo da Olds, o 88. A exceção ficava por conta das discretas aletas traseiras, ao melhor estilo Cadillac, que por si só denunciavam a estirpe do topo de linha da marca. Ele compartilhava a plataforma C da GM com o Buick Electra e o Cadillac Calais.

Lá estava novamente a grade separada por um prolongamento do capô. Os pára-choques eram, de certo modo, discretos pelo tamanho, mas sempre cromados. De cada lado havia dois faróis circulares, lado a lado, com moldura cromada. Os pára-lamas, que abrigavam os faróis, eram mais avançados que o capô, criando linhas sinuosas e elegantes. As laterais estavam mais limpas, com um filete cromado seguindo até a parte traseira. As caixas de roda posteriores encobriam parte dos pneus. Um rabo-de-peixe contido estava presente e ficava mais evidente pela tampa do porta-malas mais baixa. As lanternas, verticais, tinham acabamento cromado que se unia ao pára-choque. Enfim, era o típico carro americano de luxo daquele tempo.

Por dentro, uma pequena dose de ousadia. O volante de três raios não escondia o painel diferente, onde as laterais vinham mais à frente, criando uma concavidade para o velocímetro logo em frente ao motorista. Apliques de madeira estavam por toda parte e não havia coluna central, solução que criava amplidão no habitáculo junto à grande área envidraçada. Media 5,78 m de comprimento, 2,02 m de largura, 1,37 m de altura e entreeixos de 3,22 m. O peso era campeão: 2.050 kg.

O responsável por dar agilidade ao grande sedã era o mesmo V8 de 7,5 litros, agora com 228 cv e 49,8 m.kgf. Embora houvesse alguma perda pelo uso obrigatório de gasolina sem chumbo tetraetila, que implicava menor taxa de compressão, os números não devem ser comparados aos anteriores porque já consideram a medição líquida, padrão de 1971 em diante, que leva a índices mais baixos. Para matar sua sede, o tanque comportava 91 litros. Para 1972 surgia uma série especial para comemorar os 75 anos da Olds. O 98 Regency recebia a famosa grife Tffany's em seu acabamento, o que incluía bancos com veludo especial e "efeito travesseiro", relógio especialmente desenhado pela marca e pintura dourada exclusiva. Seu dono recebia também um distinto anel de presente. O sucesso da série de sedãs hardtop foi tão grande que a Oldsmobile decidiu colocá-la em linha normal já no ano seguinte.

Pequenas modificações estéticas chegavam ao 98 em 1973. O destaque era a frente remodelada, com faróis retangulares que lembravam muito os do Chevrolet Caprice. Novidade também eram os novos pára-choques, redesenhados para suportar impactos de até 8 km/h sem danos, como passaria a exigir a legislação americana. Isso trouxe alguns centímetros a mais ao comprimento do já grande sedã. Entre 1974 e 1976, o 98 foi um dos primeiros carros, junto de Delta 88, Toronado (ambos da Oldsmobile), Buick LeSabre e Electra Park Avenue, a oferecer bolsa inflável para o motorista como opção. Mas a desconfiança dos consumidores com algo novo — e caro, pois custava US$ 700 da época, cerca de R$ 3.000 de hoje — não ajudou a popularizar o dispositivo no mercado.

Uma nova geração, a sexta, chegava em 1977. A Oldsmobile era rápida, não deixando envelhecer seu produto mais caro e dando sabor de novidade ao consumidor — ou de fel no caso daqueles que acabaram de comprar o modelo antigo. Ainda feito sobre a plataforma C da GM, o novo carro não empolgava, mas era discreto e estava dentro do que se via na categoria. Desta vez as linhas retas chegavam com força total. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade