Dois e um quarto

Esse apelido deu projeção ao Electra, um dos maiores e
mais luxuosos modelos que a Buick produziu em sua história

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Uma das divisões mais tradicionais da General Motors, a Buick surgiu antes mesmo da corporação. Foi em 1904 que David Dunkar Buick começou a produzir, em Detroit (Michigan), um automóvel com motor de dois cilindros opostos e 2,6 litros. Adquirida por William Durant, a firma tornava-se em 1908 um dos braços da GM, ao lado de Cadillac, Elmore, Oakland e Oldsmobile — das quais só a "Caddy" existe ainda hoje. A Chevrolet, outra sobrevivente daquele período, seria incorporada em 1916.

Era o começo de uma história de êxitos, da qual participariam modelos memoráveis como o Roadmaster e o Riviera. A esses nomes se somaria outro com mais de três décadas de evolução: Electra. Sua primeira geração, lançada em 1959, representava o sucessor de três modelos de grande porte produzidos até então. O Electra básico substituía o Buick Super, enquanto o Electra 225 assumia o espaço do Roadmaster e do Limited. No segundo caso, o número 225 era alusivo a seu comprimento em polegadas — exatas 225,7 pol ou 5,73 metros, cerca de 30 centímetros a mais que na versão básica — e rendeu-lhe o apelido deuce and a quarter, ou dois e um quarto. Era um carro realmente grande em todas as dimensões, com largura de 2,03 m e distância entre eixos de 3,21 m.

No sedã hardtop de teto retilíneo (no alto) ou no Riviera de queda suave (acima), a ousadia
de estilo que marcou a linha Buick 1959: faróis ameaçadores, vincos fortes e grandes aletas

Aquele ano marcava a maior revolução de estilo na Buick desde 1936. Diante das críticas ao estilo sem identidade do modelo 1958, a divisão escolheu o caminho da ousadia, com uma ampla grade cromada, quatro faróis, pára-lamas que simulavam um olhar ameaçador, pára-brisa bastante envolvente no topo e nas laterais e vistosas aletas nos pára-lamas traseiros. Se hoje parece excessivo, o Buick 1959 estava plenamente inserido nos padrões de seu tempo, um breve período em que a indústria americana foi tomada pelos excessos — do qual o melhor exemplo ainda é o Cadillac Eldorado.

A versão de topo do Electra, a 225 Riviera, era um sedã hardtop de quatro portas com perfil de teto mais suave e arredondado, o que dispensava o vidro traseiro bastante envolvente do outro sedã nessa configuração — ambos sem colunas centrais. Embora com frente e traseira próprias, o perfil denunciava a semelhança de carroceria com o Cadillac Fleetwood.

O vidro traseiro bastante envolvente e os pára-lamas que seguiam os dianteiros agregavam imponência ao Electra, que na versão 225 media nada menos que 5,73 metros

Por dentro havia comodidades como ajuste elétrico do banco do motorista, rádio com antena elétrica, alarme programável para excesso de velocidade, facho dos faróis automático (baixava quando detectasse um veículo em sentido contrário), controle elétrico dos vidros e dos quebra-ventos e ar-condicionado. Em algumas versões, como o conversível, a fábrica oferecia a escolha entre banco inteiriço ou dois individuais. Continua

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Data de publicação: 2/9/06

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