

Ao lado do Regency cupê, no
alto, os sedãs LS (em verde) e Regency formavam a linha 1979, que
incluía o fracassado motor V8 5,7 a diesel


O Regency Brougham trazia
acabamento mais refinado em 1982; outra opção era o motor V6 da Buick, o
primeiro não V8 em muitas décadas |
Três volumes bem definidos, frente reta com dois faróis retangulares de
cada lado e uma grade cromada separando os conjuntos compunham o 98.
Lateralmente havia poucos detalhes, com um friso cromado discreto
cortando todo o perfil do carro, coluna central tradicional e coluna
traseira sem terceira janela. A parte de trás era clássica, com caimento
suave e lanternas verticais afiladas formando um discreto rabo-de-peixe.
Por dentro o conforto era palavra de ordem. Bancos que mais se pareciam
com sofás de luxo, painel de instrumentos na horizontal e apliques
imitando madeira nas versões superiores estavam presentes.
Como ocorria em toda a indústria, essa geração do 98 não escapou do
processo conhecido como downsizing, ou redução de tamanho, uma
necessidade desde a crise do petróleo de 1973. Para diminuir o consumo
de seus veículos e atender a novas regras de emissões poluentes, que
dilapidavam as potências dos motores, as marcas se viram obrigadas a
diminuí-los, deixando-os bem mais compactos e leves para os padrões
locais.
O exercício aeróbico teve resultados: agora o grande sedã da Olds media
5,6 m de comprimento, 1,93 m de largura e 3,02 m de entreeixos. Ainda
enorme para os padrões de qualquer lugar do mundo, mas não para os
americanos.
O motor básico era o V8 de 350 pol³ ou 5,75 litros, ainda da
série Rocket, sem relação com os de mesma cilindrada usados por
divisões como a Chevrolet — apenas o
Cadillac Seville o compartilhou por algum
tempo. Fornecia 160 cv e já usava catalisador.
O de 455 pol³ dava lugar ao de 403 pol³ (6,6 litros), com 188 cv e 44,1
m.kgf. Classificado como motor de bloco pequeno, tinha tão pouco
espaçamento entre os cilindros que não havia lugar para galerias d'água
apropriadas, o que levou a problemas crônicos de superaquecimento.
Talvez por isso tenha durado apenas três anos, mesmo com o uso por Buick, Pontiac e GMC.
Uma versão a diesel do V8 de 5,75
litros, de triste memória, faria parte da linha em 1978.
Produzida pela Olds, foi usada por todas as divisões da
GM até 1985. Sua potência variou entre 106 e 121 cv e o torque entre 28
e 30 m.kgf, mas o desempenho era muito insatisfatório. Tornou-se fonte de
desconfiança e dor-de-cabeça para proprietários — e para a própria
fábrica — com suas crises de superaquecimento e pouca durabilidade.
Pode-se creditar boa parte da má fama do diesel nos EUA a esse episódio.
Em 1980 o motor de 6,6 litros saía de linha e, pela primeira vez desde o pós-guerra,
havia uma unidade que não fosse V8: o
V6 de origem Buick com 4,1 litros, 126 cv e 29 m.kgf. Novo também era o
câmbio automático de quatro marchas. Em 1982 o luxo ficava por conta do Regency Brougham
com nova forração em veludo, carpete e iluminação externa na coluna
central. O LS era descontinuado. A mudança na grade no ano
seguinte não foi maior que a tentativa da Oldsmobile em modificar os
pára-choques para deixá-los mais leves.
Continua |