
Menos de cinco
metros, 1,5 tonelada de peso, tração dianteira e seis
cilindros: com o modelo 1985, os tempos de ostentação eram passado



O vidro traseiro vertical
terminou com o modelo 1990 (fotos de cima): a última geração do Olds
estava mais arredondada, mas não durou muito |
Adeus à tração
traseira
Abril de 1984 marcou o
precoce início das vendas do modelo 1985 do outrora grande 98. A mudança
de geração foi radical, a começar pela tração, que deixou de ser
traseira e ganhou as rodas da frente. A solução, inaugurada pelo
Toronado da própria Olds em 1966 entre os carros grandes americanos, já
havia conquistado a preferência do consumidor. Com "apenas" 2,80 m de
entreeixos, o carro tinha agora 4,90 m de comprimento e 1,80 m de
largura. O peso estava por volta dos 1.500 kg.
O estilo continuava reto e buscava elegância. Frente levemente em cunha,
com faróis retangulares emoldurados por cromados, grade também cromada e
dividida em duas partes e pára-choques protuberantes eram o cartão de
visitas do carro. Uma lateral discreta, com um vinco logo abaixo das
janelas e friso nas portas, terminava em uma traseira cortada "a
machado", com lanternas delgadas verticais. Um toque de estilo ficava
por conta da coluna traseira vertical. Por dentro o painel era
retilíneo, com velocímetro na horizontal e muitos mostradores, como
voltímetro e manômetro de óleo. A versão Regency acrescentava muitos
apliques em madeira.
Sob o capô, o 98 já não era o mesmo de outrora: ao carro grande, topo de
linha da Olds, só estavam disponíveis propulsores a gasolina de seis
cilindros. O primeiro era um
3,0-litros de origem Buick, com 111 cv e 20 m.kgf. Havia também uma
unidade maior, a de 3,8 litros (que em versão posterior viria ao Brasil
no Omega australiano), 126 cv e 26 m.kgf. O V8 diesel, ainda oferecido
entre 1985 e 1986, rendia parcos 85 cv e 22 m.kgf. Em 1989, junto a
alterações na grade frontal, voltava ao catálogo a bolsa inflável para
motorista, desta vez consagrada pelos americanos. No ano seguinte um
controle remoto de abertura das portas era lançado como opcional.
Sobre a mesma plataforma a Oldsmobile lançava a geração derradeira do 98
em 1991. Em uma composição um tanto pesada, o estilo estava mais
arredondado. Chamava a atenção a coluna dianteira na cor preta, dando
idéia de união entre pára-brisa e laterais. Depois de um hiato as caixas
de rodas traseiras voltaram a cobrir parte dos pneus. Na traseira as
lanternas verticais, unidas por um fino refletor, lembravam a classe do
Lincoln Town Car. Por dentro o
conforto de sempre, em 5,22 m de comprimento e 1,89 m de largura. O
motor V6 3,8 estava mais vigoroso com 172 cv e 30,4 m.kgf.
Uma versão mais temperada, a Touring, estava disponível. Trazia pacote
de suspensão "esportivo" e bancos mais envolventes, mas o 98 não duraria
muito mais tempo. Com a chegada do Aurora, e já contando com o irmão
menor 88 puxando seu tapete, a Oldsmobile tirou de linha o histórico e
longevo modelo em 1996. Seu público-alvo, porém, não aceitou a
substituição pelo menor e menos refinado 88 e muitos migraram para o
Buick Park Avenue, para eles o único produto General Motors à altura do
clássico da Olds.
Se terminou seus dias completamente desconfigurado em relação ao início
da linha, ao menos o 98 deixou anos de história e uma legião de fãs, que
apreciaram a classe e conforto de uma marca que já não existe desde 2004.
|