Um dos primeiros veículos fora-de-estrada no mundo a adotar arquitetura monobloco, o Niva pode ser entendido como algo entre um jipe clássico fechado, pela competência em terrenos acidentados, e um utilitário esporte nos moldes atuais, embora sem nada do luxo e o conforto destes modelos. Como na época de seu lançamento poucos eram os jipes e menos ainda os utilitários esporte, houve quem o chamasse elogiosamente de "Range Rover russo". Apresentado em 1976 e com produção começada em 1977, ele só chegaria ao resto da Europa no Salão de Paris de 1978.

"O genuíno e robusto veículo para todo terreno em traje de carro de passeio": um anúncio do Niva na Alemanha enfatizava a associação de vantagens de jipes e automóveis

Em casa o Niva era vendido como AutoVAZ 2121. Seu nome para o mercado internacional significa "campo" em russo, o que indicava para onde a Lada previa que ocorreria a maior parte das vendas. Ele ainda utilizava muitos órgãos mecânicos dos modelos Lada derivados de equivalentes Fiat, mas seu principal atrativo era de autoria da equipe de engenheiros da própria empresa: o moderno sistema de tração nas quatro rodas. As quatro rodas eram tracionadas de modo permanente, com uso de diferencial central, ao contrário de muitos jipes em que a tração suplementar tinha de ser desligada para se rodar em asfalto. O diferencial central podia ser travado (para se obter distribuição de força igual entre os eixos) com o jipe em movimento e havia redução.

É claro que, a se julgar pelo caráter não competitivo da economia russa da época, a comparação de um Niva a um Range Rover deve ser entendida meramente como uma divertida hipérbole. Em sua versão básica, o utilitário russo vinha com um motor de quatro cilindros carburado a gasolina, com comando de válvulas no cabeçote e cilindrada de 1,6 litro. Produzia a potência de 72 cv e o torque máximo de 12,8 m.kgf, transmitidos a um câmbio manual de quatro marchas com comando hidráulico de embreagem.

Um dos destaques era a tração integral permanente com diferencial central: ao contrário de muitos utilitários, rodava-se no asfalto com quatro rodas tracionando

Considerando-se sua configuração original, o Niva podia permanecer em velocidade de cruzeiro a 90 km/h e alcançava até 130 km/h. Nada para se empolgar, mas, afinal, utilitários se destacam mais por seus predicados fora-de-estrada que dentro dela — ou, pelo menos, assim era na década de 70. Por outro lado, o Niva chegava a fazer 12 km/l, respeitável para o tipo de veículo, e mesmo com dimensões enxutas era capaz de rebocar até 860 kg. Continua

Em escala

O site finlandês USSR Cars vende carrinhos baseados na linha Lada, sendo duas as opções do Niva: um modelo azul em escala 1:43 com carretinha e um simples vermelho em 1:36 (acima). A Autre também fez uma miniatura 1:43 com carretinha, em que portas, capô e porta-malas podem ser abertos.

Vale conferir também em 1:43 o VAZ-2346 Bizon (acima), um Niva picape azul com caçamba independente da carroceria, rodas esportivas, estribos e proteção frontal.

Da Welly (acima) vem um carro de patrulha baseado no jipe, com as portas funcionais. A miniatura é de metal e a escala 1:32.

Outra opção em 1:43 é o detalhado Niva da Zapchaexport (acima), com mais cromados e abertura de portas e capô.

Para ler
Lada Niva - essence et diesel - editora ETAI. Um apanhado técnico em francês do utilitário mais famoso da Rússia, tanto nas versões a gasolina quanto a diesel. Ideal para quem possui um Niva, quer mantê-lo bem e não encontra dificuldade para compreender a língua. O único título hoje encontrado no mercado exclusivamente acerca do modelo.

Range Rover Takes on the Competition - por R. M. Clarke, editora Brooklands Books. Que o Range Rover é uma referência em utilitário esporte, ninguém discute. Para comprovar isso, Clarke reuniu comparativos com modelos americanos, europeus e japoneses.
Entre eles estão Jeep Cherokee, Ford Bronco, Toyota Land Cruiser, Mitsubishi Shogun (Pajero), Isuzu Trooper, Mercedes ML e G e Lamborghini LM002. Não poderia ficar de fora o Lada Niva.

Técnica 4x4 - Guia de condução fora de estrada - por João Roberto de Camargo Gaiotto, editora Büchner & Camargo. Eis um título oportuno que aborda, em português, um carro que foi importado para cá em quantidade considerável e, ainda, ensina a aproveitar todo o potencial tanto do modelo russo quanto de outros do mesmo tipo.

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