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Frente baixa com faróis
escamoteáveis, teto e colunas em preto, vidros amplos e um ressalto no
capô: o desenho atraente do primeiro Eclipse
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Painel envolvente, alto
console e bancos baixos transmitiam sensação de desempenho; o motor de
2,0 litros podia vir com 136, 182 ou 192 cv |
Primeira marca a produzir um veículo em série no Japão — em 1917 com o
Modelo A —, a Mitsubishi possui representantes que conquistaram fama em
todos os segmentos de mercado em que atua. Desde os pequenos, com o
Colt, passando pelo médio Lancer e
indo até o picape L200 ou o utilitário esporte
Pajero, a empresa dos três diamantes notadamente possui alguns
modelos marcantes na história do automóvel. E com o segmento de
esportivos não é diferente. Um dos mais famosos e desejados automóveis
esporte de preço acessível leva o logotipo da Mitsubishi na dianteira.
Trata-se do Eclipse.
Pode-se creditar a ele o ingresso da marca japonesa na mente do
consumidor norte-americano. Embora com concessionárias próprias nos
Estados Unidos desde 1982 — antes disso forneceu carros para que a
Chrysler vendesse com suas marcas —, poucos hoje se lembram dos modelos
que iniciaram as experimentações da Mitsubishi naquele mercado: o cupê
Cordia e o sedã Tredia. Com uma parceria mais abrangente firmada com a
Chrysler em 1985, porém, esse cenário mudaria para sempre. O primeiro
produto da união — batizada de Diamond Star Motors — foi exatamente o
Eclipse, um cupê esportivo de porte médio e
2+2 lugares com mecânica baseada na
do sedã Galant. Lançado em 1990, o novo carro era produzido em uma
fábrica na cidade de Normal, estado de Illinois, juntamente com os
irmãos Eagle Talon e Plymouth Laser vendidos pelas divisões da Chrysler
(leia boxe).
E era um belo automóvel. De perfil baixo, trazia frente longa e em
cunha, faróis escamoteáveis e um conjunto de luzes afiladas que se uniam
no lugar da grade. As luzes de direção avançavam pelos para-lamas e o
para-choque envolvente trazia uma grande entrada de ar, ladeada por
faróis de neblina. Um ressalto no capô, mais à esquerda, abria espaço
para a polia do comando de válvulas e dava um aspecto mais esportivo. Na
lateral discreta havia boa área envidraçada. Solução interessante era
que em algumas versões o teto e as colunas recebiam a cor preta, em
contraste com o restante da carroceria. Na traseira elegante vinham um
grande aerofólio integrado ao desenho e lanternas que se uniam por toda
a extensão. Por dentro o carro abraçava os ocupantes. Um painel alto e
diferente, com a parte central e seus comandos inclinados, se unia a um
console também alto que separava os bancos dianteiros. Já na parte de
trás o espaço era minguado e conforto não era a maior preocupação.
O Eclipse media 4,38 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,20 m de
altura e 2,47 m de distância entre eixos. O peso partia de 1.145 kg e o
coeficiente aerodinâmico (Cx) era
razoável, 0,33. Havia várias versões. A básica era equipada
com motor de 1,8 litro e
aspiração natural, usado pela marca desde os anos 70.
Com comando no cabeçote e duas válvulas
por cilindro, entregava potência de 93 cv e torque de
14,6 m.kgf às rodas dianteiras, insuficientes para a proposta de
esportividade. Na sequência vinha a GS, que agregava alguns
equipamentos. Também de tração dianteira, era equipado com um motor de
2,0 litros e 16 válvulas com duplo comando, para 136 cv e 17,3 m.kgf.
Esse mesmo propulsor, quando dotado de
turbocompressor, dava vida à versão GS Turbo. A potência subia para
192 cv (182 cv com câmbio automático de quatro marchas) e o torque era
mais condizente com a aura esportiva, 28 m.kgf. Possuía também
refrigeração com jatos de óleo para os pistões e
árvores de balanceamento para
funcionamento mais suave, recurso em que a marca foi pioneira nos anos
70.
Testada pela revista Motor Trend nos EUA, essa versão foi de
0 a 96 km/h em apenas 7,4 segundos, número muito expressivo para um
modelo de seu tempo. Lançada pouco tempo depois, a versão de topo GSX
era igual à anterior no motor, mas com o acréscimo da tração integral.
A Motor Trend avaliou o Eclipse e também o Laser. "O
novo cupê resulta dos esforços da Chrysler e da Mitsubishi no
que diz respeito a desenho e tecnologia. O carro é baseado no sedã Galant.
Estilisticamente é um esforço em comum dos desenhistas de ambas as
empresas, que suportaram numerosas competições internas até que o
desenho final fosse feito no Japão com um time formado por pessoas de
ambas as companhias", explicava. "Foram feitos muitos ajustes mecânicos,
como encurtamento do entre-eixos e recalibração
total da suspensão. As rodas cresceram para 16 pol
na versão de topo", continuava.
Continua
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