O GSX de 1994, com tração
integral, vinha com melhorias em câmbio e freios, mas o motor turbo era
criticado pela entrega súbita de potência
Os clones Laser (em cima), da
Plymouth, e Talon, da Eagle, saíam da fábrica de Normal para
concessionárias dessas divisões da Chrysler |
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Mitsubishi
Motors - por Frederic P. Miller, Agnes F. Vandome e John
McBrewster, editora Alphascript Publishing. Este recente livro,
de outubro de 2009, propõe-se a contar em 100 páginas a
trajetória da marca japonesa, o que inclui a Diamond-Star, a
divisão Fuso de caminhões e ônibus, a aliança com a extinta
DaimlerChrysler e as atividades na Austrália. Modelos como Colt,
Lancer e Eclipse constam da obra, que vem em inglês. |
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Embora o carro ainda não tivesse sistema antitravamento (ABS), a revista
afirmava que "os freios provêm bom tato e alta resistência ao esforço".
Outra norte-americana, a Car and Driver, selecionou o Eclipse e
seus clones em versão Turbo entre os 10 melhores carros (10 Best Cars)
em 1989 e 1990, justificando a escolha pela relação custo-benefício,
desempenho e oferta de tração integral. "O carro tem bom comportamento
dinâmico e acabamento em patamar incomum. A alavanca de câmbio trabalha
como se não tivesse outra resistência além do ar. E, apesar da
facilidade de uso e da suavidade, o carro é voltado a verdadeiros
motoristas", concluía. A suspensão seguia conceitos rotineiros:
McPherson à frente e eixo de torção atrás.
A Popular Science, por sua vez, comparou o Eclipse GS Turbo e o
Laser RS à tradicional escola do V8 com tração traseira seguida pelo
Ford Mustang GT. Na briga também entrou o Isuzu Impulse Turbo GT, outro
japonês. Na aceleração de 0 a 96 km/h o Eclipse só perdeu para o V8 do
Mustang, ele foi o melhor nos testes de slalom (sequência de desvios) e
de dupla mudança de faixa, ficou atrás apenas do Impulse em frenagem e
obteve o menor consumo em estrada, empatando com o Laser na cidade. A
maior crítica foi à entrega de potência do motor turbo, com hesitação em
baixa rotação e um surto repentino: "Ele é rápido de tirar o fôlego, mas
você não pode usar toda sua potência e toda sua estabilidade ao mesmo
tempo. Afunde o acelerador em uma curva fechada, e a trajetória se
alarga muito. Acelere enquanto as rodas estão retas, e o volante parece
desconectado. A combinação de 192 cv e tração dianteira soa bem na
página de resultados de teste, mas sofre quando se exigem serviços na
estrada."
Para 1992 o Eclipse recebia boas mudanças. O ABS podia equipar as
versões GS Turbo e GSX e, para a última, era oferecido
diferencial autobloqueante. No estilo a
maior mudança foi a adoção de faróis convencionais, fixos, mas afilados
e de bom gosto. "O GSX 1992 continua uma das melhores compras em cupê
esportivo em todos os tempos", confirmava a Motor Trend. A Car
and Driver comparou o GSX a quatro competidores. O vencedor foi o
Ford Probe com seu novo V6 — o Eclipse ficara em quarta posição. "Nesse
ano a Mitsubishi melhorou os freios, adicionando discos maiores, e o
comando de câmbio. As mudanças fizeram mais agradável trabalhar com o
potente motor turbo. O trem de força do Eclipse não deixa nada a dever
em aceleração ou potência a seus competidores, mas não pode fazer muito
em suavidade ou entrega linear de força se comparado aos motores mais
modernos. É como se fosse um velho senhor em meio aos pirralhos",
justificava. Sem grandes mudanças para 1994, talvez já fosse hora de dar
vida nova ao cupê.
Esportivo de estilo
Os projetistas
responsáveis pela melhoria do Eclipse estavam inspirados. Lançada para
1995, a segunda geração tinha ligações de estilo com a anterior, mas
seus traços foram totalmente melhorados de acordo com o tema da época —
linhas curvas e suaves. A frente trazia faróis de grandes dimensões e em
forma alongada. Não havia grade entre eles, apenas o símbolo da marca
japonesa. A refrigeração do motor ficava a cargo da grande entrada de ar
na parte inferior do para-choque. Nas extremidades ficavam os faróis de
neblina. As laterais eram totalmente limpas, sem nenhum adereço ou vinco
na chapa, e chamava a atenção o formato das janelas em meio arco. Na
traseira as belas lanternas se uniam por um refletor onde vinha também o
nome Eclipse.
Continua
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