Considerado "uma das melhores compras em esportivo em todos os tempos", o Eclipse ganhava faróis fixos de perfil baixo no modelo 1992, que já contava com freios ABS

O GSX de 1994, com tração integral, vinha com melhorias em câmbio e freios, mas o motor turbo era criticado pela entrega súbita de potência

Os clones Laser (em cima), da Plymouth, e Talon, da Eagle, saíam da fábrica de Normal para concessionárias dessas divisões da Chrysler

 
Para ler
Mitsubishi Motors - por Frederic P. Miller, Agnes F. Vandome e John McBrewster, editora Alphascript Publishing. Este recente livro, de outubro de 2009, propõe-se a contar em 100 páginas a trajetória da marca japonesa, o que inclui a Diamond-Star, a divisão Fuso de caminhões e ônibus, a aliança com a extinta DaimlerChrysler e as atividades na Austrália. Modelos como Colt, Lancer e Eclipse constam da obra, que vem em inglês.

Embora o carro ainda não tivesse sistema antitravamento (ABS), a revista afirmava que "os freios provêm bom tato e alta resistência ao esforço". Outra norte-americana, a Car and Driver, selecionou o Eclipse e seus clones em versão Turbo entre os 10 melhores carros (10 Best Cars) em 1989 e 1990, justificando a escolha pela relação custo-benefício, desempenho e oferta de tração integral. "O carro tem bom comportamento dinâmico e acabamento em patamar incomum. A alavanca de câmbio trabalha como se não tivesse outra resistência além do ar. E, apesar da facilidade de uso e da suavidade, o carro é voltado a verdadeiros motoristas", concluía. A suspensão seguia conceitos rotineiros: McPherson à frente e eixo de torção atrás.

A Popular Science, por sua vez, comparou o Eclipse GS Turbo e o Laser RS à tradicional escola do V8 com tração traseira seguida pelo Ford Mustang GT. Na briga também entrou o Isuzu Impulse Turbo GT, outro japonês. Na aceleração de 0 a 96 km/h o Eclipse só perdeu para o V8 do Mustang, ele foi o melhor nos testes de slalom (sequência de desvios) e de dupla mudança de faixa, ficou atrás apenas do Impulse em frenagem e obteve o menor consumo em estrada, empatando com o Laser na cidade. A maior crítica foi à entrega de potência do motor turbo, com hesitação em baixa rotação e um surto repentino: "Ele é rápido de tirar o fôlego, mas você não pode usar toda sua potência e toda sua estabilidade ao mesmo tempo. Afunde o acelerador em uma curva fechada, e a trajetória se alarga muito. Acelere enquanto as rodas estão retas, e o volante parece desconectado. A combinação de 192 cv e tração dianteira soa bem na página de resultados de teste, mas sofre quando se exigem serviços na estrada."

Para 1992 o Eclipse recebia boas mudanças. O ABS podia equipar as versões GS Turbo e GSX e, para a última, era oferecido diferencial autobloqueante. No estilo a maior mudança foi a adoção de faróis convencionais, fixos, mas afilados e de bom gosto. "O GSX 1992 continua uma das melhores compras em cupê esportivo em todos os tempos", confirmava a Motor Trend. A Car and Driver comparou o GSX a quatro competidores. O vencedor foi o Ford Probe com seu novo V6 — o Eclipse ficara em quarta posição. "Nesse ano a Mitsubishi melhorou os freios, adicionando discos maiores, e o comando de câmbio. As mudanças fizeram mais agradável trabalhar com o potente motor turbo. O trem de força do Eclipse não deixa nada a dever em aceleração ou potência a seus competidores, mas não pode fazer muito em suavidade ou entrega linear de força se comparado aos motores mais modernos. É como se fosse um velho senhor em meio aos pirralhos", justificava. Sem grandes mudanças para 1994, talvez já fosse hora de dar vida nova ao cupê.

Esportivo de estilo   Os projetistas responsáveis pela melhoria do Eclipse estavam inspirados. Lançada para 1995, a segunda geração tinha ligações de estilo com a anterior, mas seus traços foram totalmente melhorados de acordo com o tema da época — linhas curvas e suaves. A frente trazia faróis de grandes dimensões e em forma alongada. Não havia grade entre eles, apenas o símbolo da marca japonesa. A refrigeração do motor ficava a cargo da grande entrada de ar na parte inferior do para-choque. Nas extremidades ficavam os faróis de neblina. As laterais eram totalmente limpas, sem nenhum adereço ou vinco na chapa, e chamava a atenção o formato das janelas em meio arco. Na traseira as belas lanternas se uniam por um refletor onde vinha também o nome Eclipse. Continua

Os clones
Ao lado do Eclipse, a fábrica de Normal produzia dois modelos vendidos pelas marcas do grupo Chrysler, o Eagle Talon e o Plymouth Laser. O Talon foi feito de 1989 a 1998 nas duas primeiras gerações do Mitsubishi. As diferenças de aparência eram sutis, como para-choques, lanternas e rodas, mas todo Eagle vinha com teto e colunas em preto, o que só acontecia no Eclipse com motor de 2,0 litros. Na primeira geração havia as versões ES 2,0 de 135 cv, TSi 2,0 turbo de 195 cv, a mesma opção com tração integral (TSi AWD) e, entre 1993 e 1994, o acabamento de entrada DL com o 1,8 de 92 cv. Na segunda geração (foto), o Talon acompanhava as novidades do Eclipse e tinha a oferta composta pelas versões ESi 2,0 de 141 cv, TSi e TSi AWD, ambas com o 2,0 turbo de 212 cv (207 cv com caixa automática). Seu fim coincidiu com o da própria marca Eagle.

Vida mais curta teve o Laser, fabricado de 1990 a 1994 em uma só geração. A versão básica tinha o motor 1,8 de 92 cv, a RS trazia o 2,0 de 135 cv e a RS Turbo vinha com o de 195 cv — todas com opção de câmbio automático. Em 1992 era acrescentada a RS Turbo AWD, de tração integral. Essa variação do Eclipse teve a produção encerrada pelas baixas vendas.
Nas telas
Velozes e Furiosos +Velozes +Furiosos
12 Desafios A Super Máquina
Para muitos foi o filme Velozes e Furiosos (The Fast and the Furious, 2001) que fez ressurgir o interesse pelo Eclipse, sobretudo para os amantes da personalização. O longa é o típico clichê do policial que se infiltra numa gangue para prender os bandidos, mas a história diverte aqueles que têm gasolina na veia. E em muitas das cenas um Eclipse de segunda geração, verde e todo personalizado, queima muita gasolina... e borracha também. Com Vin Diesel, Paul Walker e Jordana Brewster no elenco. Em +Velozes +Furiosos (2 Fast 2 Furious, 2003), dessa vez quem dá o ar da graça é uma versão conversível da terceira geração. Em tom roxo e bastante customizado, o modelo aparece em várias tomadas interessantes.

Cena de cortar o coração aparece em 12 Desafios (12 Rounds, 2009), onde um modelo ainda da primeira geração é destruído em um acidente. Na ação o detetive Danny Fisher, vivido por John Cena, tem a namorada raptada e para resgatá-la deverá completar 12 desafios propostos por um ex-condenado. Fãs de animação também têm a chance de ver um Eclipse nas telas. Na série de desenho American Dad! (2005-2010) um modelo aparece em um dos episódios com frequência. Nos seriados ele fez presença em Ghost Whisperer (2005-2010), Supernatural (2005-2010), CSI: Miami (2002-2010), Arquivo X (The X Files, 1993-2002) e A Super Máquina (Knight Rider, 2008-2009).

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