Mais arredondado, espaçoso e potente, o Eclipse de segunda geração evoluía também na suspensão, agora multibraço na traseira

Ao belo desenho do cupê era adicionada em 1996 a opção conversível, com comando elétrico da capota e motor de 2,4 litros na versão básica

Entrada de ar maior e aerofólio bem destacado davam um jeito mais imponente ao Eclipse 1997; o motor da versão GSX chegava a 212 cv

A atmosfera interna repetia os traços curvilíneos do exterior. O painel frontal e os das portas abusavam de elementos curvos que abraçavam o condutor. A posição de dirigir era baixa, como deve ser em esportivos, mas a visibilidade e o acesso não estavam entre as maiores qualidades. Crescido em quase todas as dimensões, o carro media 4,38 m de comprimento, 1,74 m de largura, 1,29 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. O peso subia também, somando 1.395 kg. A suspensão era um destaque em relação à geração anterior, ganhando mais sofisticação com o uso de braços sobrepostos à frente e conceito multibraço atrás (saiba mais). O desempenho dos motores também melhorava. As versões RS, de entrada, e GS utilizavam um de 2,0 litros e 16 válvulas de origem Chrysler que fornecia 141 cv. A versão com turbo era a mesma da geração antiga, mas retrabalhada para entregar 207 cv no GS-T e 212 cv no GSX, este com tração integral.

A versão RS era bem espartana. Não trazia conta-giros nem desembaçador traseiro, a antena era simples, as rodas de aço de 14 pol podiam receber calotas totais ou parciais. Os bancos eram revestidos de vinil e os freios traseiros usavam tambores — parecia mais um carro popular. A partir da GS a situação melhorava com a adoção de conta-giros, rodas de alumínio e revestimento mais caprichado. A Car and Driver testou o Eclipse GS com caixa manual e informou que, apesar dos 141 cv, a potência só aparecia em altas rotações. O carro fez de 0 a 96 km/h em 8,6 s. Ainda assim, o GS era sensato: "Um desenho original, boa acomodação para o motorista e desempenho adequado com um preço realístico", concluía a revista. Os câmbios eram o manual de cinco marchas, com uma embreagem pesada que podia cansar no dia-a-dia, e o automático de quatro marchas. ABS agora era de série desde a versão de entrada.

O Talon ESi, com o mesmo motor, foi posto lado a lado pela mesma revista a Ford Escort ZX2 cupê, Hyundai Tiburon, Saturn SC2 e Toyota Paseo. O resultado não foi bom para o "primo" do Eclipse, que ficou em último lugar, criticado pelo peso excessivo e os pneus de perfil alto e baixa aderência. Por outro lado, a publicação elogiou o estilo, o motor potente e a carroceria ampla. "Não há nada errado com este carro que um turbo, tração integral e pneus decentes não pudessem corrigir", amenizou. A versão GSX, com sua boa construção e a capacidade de ficar "grudada" ao chão pela tração nas quatro rodas, foi eleita como a preferida pela publicação. Quando equipada com câmbio automático, porém, a versão com turbo perdia muito em esportividade. Por ter apenas quatro marchas espaçadas entre si, cada mudança fazia a rotação cair muito.

Em 1996 a maior novidade foi a versão conversível. Com o sobrenome Spyder, podia vir nos acabamentos GS e GS-T. A grande diferença da versão aspirada, porém, era a adoção do motor de 2,4 litros do sedã Galant. Como o acréscimo de peso foi de 70 kg, os 20 m.kgf de torque da nova unidade fariam bem ao esportivo sem capota. Além do desenho agradável dessa versão, ela possuía bom isolamento do teto, que trazia comando elétrico e vidro traseiro em vez de plástico. O banco traseiro, porém, fora suprimido em favor de uma estrutura mais rígida. Cobria o 0-96 km/h em 7,1 s. Para 1997 a Mitsubishi reservou mudanças na entrada de ar dianteira, detalhes do interior e para-choque traseiro, além de um aerofólio bem mais alto. No fim de 1999 era lançada a GS Tenth Anniversary Edition, que comemorava os 10 anos do modelo. Recebia rodas de 16 pol da OZ Racing, interior revestido em couro e defletores diferenciados. Continua

Em escala
O carro de Velozes e Furiosos, modelo 1995, é produzido pela ERTL em escala 1:18. Pintura, rodas, aerofólio e interior seguem o modelo do cinema. No porta-malas está um reservatório de óxido nitroso.
A mesma fabricante tem em catálogo o conversível de terceira geração. Customizado e em escala 1:18, traz saias laterais e nos para-choques, novas rodas, grande aerofólio traseiro e interior renovado.
Também em 1:18 é o modelo da Jada, empresa com várias opções de carros personalizados. A terceira geração aparece em estilo de competição: grandes rodas, anexos aerodinâmicos e "gaiola" de proteção.
A Norev oferece o cupê e o conversível da geração de 2006 em escala 1:43. Por conta do tamanho o detalhamento é apenas mediano. Hot Weels e Matchbox também fazem interpretações, mas em escala 1:64.
No Brasil
O Eclipse foi um dos primeiros estrangeiros a desbravar o mercado brasileiro com a abertura das importações, ainda no início nos anos 90. Alguns vieram por lojas independentes, mas em 1992 a Brabus começou a trazer o esportivo como representante oficial da Mitsubishi no Brasil. Não custava pouco (mais de 50 mil dólares à época), mas oferecia muito a quem buscava técnica, estilo e potência. Testes em revistas da época enalteciam estilo, qualidade do acabamento, estabilidade e, claro, o motor 2,0 com turbo.

A geração de 1994 (foto) também veio para o país e é a mais fácil de se ver pelas ruas até hoje — talvez por ter feito mais sucesso que a primeira. Entre 1996 e 1997 a importação foi suspensa, por causa da alta de impostos, e nesse segundo ano há registros de apenas uma unidade Spyder em solo brasileiro. Da terceira geração, lançada em 2000, vieram 100 carros, mas logo a MMC — responsável pela marca — interrompia a importação. Somente em 2007, com a nova geração, a marca dos diamantes voltaria a competir no mercado brasileiro com o Eclipse.

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