A jóia rara da Ford

Nascido como acabamento superior da linha Fairlane, o Crown Victoria
passou pela linha LTD e ganhou vida própria sem perder a majestade

Texto: Thiago Mariz - Fotos: divulgação

O primeiro uso do nome Crown Victoria foi em 1955, neste cupê hardtop

O LTD cupê e a perua Country Squire de 1968, com faróis ocultos, e o cupê de 1972, já com faróis expostos e protuberância central na grade

Oferecer luxo e conforto para os que não podem ter na garagem um Jaguar ou um Rolls-Royce. Essa receita está presente em muitos fabricantes pelo mundo e, no caso da Ford nos Estados Unidos, o luxo tinha endereço certo: a marca Lincoln, responsável por modelos como o Continental. Mas dentro da linha Ford, mais acessível, havia espaço para um carro grande, confortável e requintado. Assim nasceram o LTD e o Crown Victoria, as grandes apostas da marca contra o bem-sucedido Caprice da Chevrolet.

O nome Crown Victoria já fazia parte da linha Ford em 1955, quando surgiu em um cupê hardtop de seis lugares da linha Fairlane. Muitos cromados, pintura saia-e-blusa (com as cores separadas por um friso cromado) e discretas aletas que terminavam em lanternas circulares davam o tom da época. O estepe vinha sobre o enorme pára-choque traseiro, protegido por uma capa, estilo conhecido como Continental. E uma espécie de "tiara" cromada saía da coluna central e passava pelo teto até o outro lado.

Dez anos depois a Ford apresentava o LTD, um pacote de acabamento superior para o Galaxie que, dois anos depois, ganhava vida própria na linha do fabricante americano. De 1968 a 1970 o LTD compartilhou peças com o cupê esportivo Galaxie XL. A grade cromada tomava conta de toda a dianteira, com um pequeno ressalto na parte central que seguia um vinco no capô. Escondia os faróis escamoteáveis, um requinte com certa esportividade. Na lateral, um friso cromado no meio e outro na parte embaixo das portas e contornando as caixas de rodas traziam sofisticação. A porta traseira terminava num discreto desenho "garrafa de Coca-Cola".

Além da versão sedã tradicional, havia a hardtop de duas e quatro portas, que suprimia a coluna central, e a enorme perua Country Squire, que podia receber acabamento em madeira nas laterais para lembrar tempos passados, quando esse material compunha a parte traseira da carroceria. Muito amplo, o modelo tinha 3,02 metros de entreeixos, 5,4 m de comprimento, 2 m de largura e 1,38 m de altura. O peso também era superlativo: 1.880 kg.

Para dar conta desse recado, só mesmo os tradicionais V8. O Challenger de 302 pol³ (4,95 litros), lançado na mesma linha 1968, desenvolvia a potência de 213 cv e o torque de 40,8 mm.kgf (valores brutos, padrão neste artigo até 1971). Em seguida aparecia o Thunderbird de 390 pol³ (6,4 litros), 269 cv e 53,9 m.kgf. O Thunderbird Special vinha com 319 cv e 59 m.kgf, mantendo a cilindrada, e por fim havia o Thunderbird de 428 pol³ (7,0 litros), 350 cv e 63,8 m.kgf.

Os dois mais potentes usavam com carburador de corpo quádruplo e caixa manual de quatro marchas, em vez das três dos demais motores. Todos podiam vir ainda com a automática Cruise-O-Matic de três marchas. O consumo era elevado, o que não importava em um tempo de petróleo muito barato — e, afinal, para isso havia o tanque de 94 litros. A tração era traseira, com suspensão por eixo rígido e molas helicoidais. À frente vinha um sistema independente com molas do mesmo tipo. Continua

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Data de publicação: 17/5/08

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