Para compensar a falta de tradição do nome, o Lexus LS 400 oferecia mais conforto e desempenho que BMW e Mercedes por preço bem mais baixo

No anúncio do LS, o destaque à suavidade de funcionamento do motor; embaixo, a chegada do primeiro carro aos EUA, seu mercado-alvo

 
Uma nova marca
Por conta de suas pesquisas, a Toyota resolveu lançar uma nova marca para evitar associação com o fabricante de carros "comuns" já bem conhecido nos Estados Unidos. Uma empresa de consultoria, a Lippincott & Margulies, apresentou diversas sugestões de nomes para a nova companhia, como Vectre, Verone, Chaparel, Calibre e Alexis. Essa última opção foi modificada e tornou-se Lexus, considerado um nome criado em computador, sem significado. Uma teoria afirma se tratar de uma abreviação para luxury exports to the US, ou luxo exportado para os EUA.

Pouco antes do lançamento oficial, uma empresa de processamento de dados chamada LexisNexis tentou barrar o nome Lexus com base em uma possível confusão entre os nomes, mas — como se vê — a Justiça não considerou a hipótese. Já o mote inicial criado pelos consultores expressa bem a intenção da nova marca: "The Relentless Pursuit of Perfection" ou "a busca inexorável pela perfeição".

O motor também fora projetado para o novo modelo. Era um V8 de 4,0 litros (daí o nome LS 400) todo de alumínio, com duplo comando para as 32 válvulas, que produzia potência de 253 cv a 6.500 rpm e torque de 36 m.kgf a 4.400 rpm. Foram criados cerca de 900 protótipos dessa unidade, que se destacava pela suavidade de funcionamento — fator bem explorado pela publicidade, que mostrava 15 taças de champanhe empilhadas sobre o capô, em pirâmide, com o motor ligado.

O câmbio automático tinha quatro marchas e a tração era traseira. Essa mecânica permitia velocidade máxima de 250 km/h e aceleração de 0 a 96 km/h em apenas 7,9 segundos, nada mal para um sedã de luxo tão pesado. Com suspensão independente por braços sobrepostos, o carro podia receber molas a ar para um rodar ainda mais suave. Os freios a disco ventilado nas quatro rodas traziam sistema antitravamento (ABS). O carro saía da fábrica de Tahara, no Japão, onde era vendido como Toyota Celsior — lá a marca Lexus só seria adotada em 2005.

A intenção da Lexus — assim como a da Infiniti, lançada quase ao mesmo tempo pela Nissan com o concorrente direto Q45 — era roubar clientes das marcas mais consagradas no segmento de luxo. O LS 400 chegou aos EUA custando cerca de US$ 38 mil, bem menos que os US$ 55 mil pedidos pelo BMW 735i ou ainda os mais de US$ 60 mil do Mercedes-Benz 420 SEL, carros que, em comparativo da revista norte-americana Car and Driver, se mostravam inferiores ao japonês nos quesitos desempenho, estabilidade e conforto de marcha.

A reação foi imediata: além de queda acentuada nas vendas dos alemães, o LS provocou até mesmo acusação de dumping à Lexus (prática ilegal onde certo produto é vendido por valor abaixo do custo para ganhar mercado) pelo presidente da BMW, Eberhard von Kuenheim. O fato é que o LS 400 vendia bem. Prêmios como Carro Internacional do Ano, Carro Canadense do Ano e Carro Japonês do Ano vieram engrossar seu currículo. Além de silencioso ao extremo, era relativamente econômico, evitando pagar o chamado "gas-guzzler tax", imposto para veículos que não atingissem a média de consumo de 9,5 km/l na época.

O conforto era garantido por diversos itens, como volante com regulagem elétrica em altura e distância, ajuste elétrico dos bancos e dos cintos, retrovisor interno fotocrômico, botões com acionamento suave e iluminação eletroluminescente do painel de instrumentos, que segundo a marca criava um efeito holográfico. Havia também memória de posição de bancos, volante e espelhos e, como opção, sistema de áudio Nakamichi com viva-voz integrado para telefone celular. Continua

Em escala
A primeira geração está representada pela miniatura da Road Tough, ao lado. Em escala 1:18, possui ótimo detalhamento. O mesmo carro aparece no catálogo da Hot Wheels, mas pouco fiel, típico brinquedo.
O modelo 2008 do LS 460, na cor branca, é uma opção da Norev, à direita. Vem na escala 1:18 e com bom acabamento. Também em 1:18 é o LS 430 2002 da Motormax, bem detalhado, na cor branco-pérola.

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