


O que pode ser melhor para um
fã de Sierra que um RS Cosworth? Um RS 500, série limitada em que o
motor vinha reforçado e rendia 224 cv |
Disponível apenas em branco, azul e preto, a versão foi lançada em julho
de 1986 como RS Cosworth — a sigla RS, para Rallye Sport, fora aplicada a Escorts e
Capris rápidos nos anos 70. A carroceria era a de dois vidros laterais, não a do XR4i. Na frente surgia uma
pequena grade entre os faróis, os para-choques vinham na cor da
carroceria, havia saias e defletor frontal e na traseira, em vez do
aerofólio duplo do esportivo já conhecido, via-se apenas uma lâmina em
posição alta. As rodas de 15 pol usavam pneus 205/50. O RS teve só
5.545 unidades produzidas na mesma fábrica de Genk, na Bélgica, de onde
saíam as demais versões.
Foi
um sucesso de crítica. A revista inglesa Performance Car
colocou-o frente a frente com o BMW M3, recém-lançado em 1986. O Sierra
acelerou mais rápido (de 0 a 96 km/h em 6,7 contra 6,9 segundos) e
retomou em menor tempo, custando 15% a menos que o alemão. A revista
destacou: "O Ford tem desempenho muito distante da média da classe. Ele
realmente poderia seguir forte rumo à Europa e voltar com um
Porsche 944 Turbo, superando-o em
estabilidade e economia, perdendo alguns décimos de segundo em
aceleração e apenas 3 km/h em velocidade máxima. Por 15.950 libras, não
há dúvida de que o RS entrega desempenho excepcional e relação
custo-benefício. Só não espere a qualidade, o acabamento refinado e a
engenharia detalhada que você obtém dos melhores alemães."
Um Ford contra um Porsche? Isso mesmo. E foi o que propôs a Auto
Hebdo Sport em 1987. Contra o 944T pouco mais potente (220 cv) e que
custava quase o dobro de seu preço, o RS Cosworth ficou devendo só 0,5 s
de 0 a 100 km/h e 12 km/h na máxima. Segundo a revista, eles "se
aproximam bastante ao que se poderia considerar o sonho de todo
aficionado com dinheiro. Representam a perfeição da atual geração de
esportivos de alto desempenho em suas duas vertentes, a do grã-turismo
da mais pura tradição e a do derivado de carro de turismo de série,
generosamente potenciado."
A imprensa aprovou, o público se entusiasmou e a Ford parece ter gostado
da ideia. Exato um ano depois aparecia um Sierra ainda mais "quente",
feito em série limitada de 500 exemplares, a fim de obter homologação
para o Grupo A de rali. O RS 500 tinha a potência do mesmo motor elevada
para 224 cv, resultado até modesto para uma unidade extensamente revista
que incluía bloco reforçado, pistões forjados com jato de óleo em sua
parte inferior, válvulas de escapamento preenchidas por sódio para
refrigeração, bielas também forjadas, turbo e resfriador de ar com maior
capacidade. Havia ainda um segundo grupo de injetores para uso sob maior
solicitação, que só atuavam na versão de competição.
Continua
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