

Com quatro portas no Brougham
(em cima) ou duas no Sport Coupe de 1975, o Gran Torino oferecia classe
e conforto para um público maduro

A série Starsky and Hutch, em
referência à série de TV, aparecia em 1976 como uma das últimas
novidades: o Torino logo sairia de linha |
A
Popular Mechanics trazia ainda em 1972 uma pesquisa com
proprietários de Torino. Estilo, tamanho, estabilidade e conforto de
marcha eram os pontos mais elogiados; as críticas concentravam-se em
consumo, visibilidade para trás e bancos. Dos entrevistados, 77% voltariam a comprar o modelo. De fato, mesmo que
os entusiastas se decepcionassem pela ausência de versões esportivas, o carro foi um sucesso
e conquistou um público mais maduro. E tornou-se o modelo médio mais
vendido dos EUA naquele ano, superando o Chevelle da GM pela primeira
vez.
Depois do novo para-choque dianteiro para atender às regras de
segurança, o Torino para 1974 ganhava nova frente. O cupê Gran Torino
Elite, resposta da Ford ao Chevrolet Monte Carlo, propunha uma
opção mais acessível ao Thunderbird como "carro pessoal", com frente
diferenciada, para-lamas traseiros do
Mercury Cougar, teto de vinil e
revestimento luxuoso. O motor V8 351 com caixa automática era de série.
No ano seguinte, porém, ele seria renomeado Ford Elite e não mais
constaria do catálogo do Torino. Outras alterações para 1975 eram pneus
radiais e direção assistida de série e o Fuel Sentry, um vacuômetro que
sugeria ao motorista a forma mais econômica de dirigir. O V8 351 tornava-se o motor de entrada,
mantendo-se as opções 400 e 460.
Um confronto da Popular Science entre as peruas Gran Torino
Squire, AMC Matador, Chevrolet Chevelle Malibu e
Plymouth Fury, em 1975, revelou que a
Ford se destacava em conforto de marcha e nível de ruído, além de
oferecer aceleração e espaço interno excelentes. Beneficiada pelo motor
V8 460 de 7,55 litros, ela acelerou de 0 a 96 km/h em 10,5 segundos. Os pontos
fracos foram consumo e estabilidade: segundo o teste, a maciez de
suspensão e pneus "foi levada a um extremo ridículo, para não dizer
perigoso".
Em trajetória descendente em vendas — muitos compradores vinham
escolhendo o Granada —, a linha Torino trazia pouco de
novo para 1976: freio de estacionamento com liberação automática, opção
de bancos individuais e a série limitada Starsky and Hutch, de 1.000 exemplares, em alusão
à série de TV (leia boxe).
A linha para o ano-seguinte não mais trazia um Torino: o LTD II o substituía, embora os derivados Mercury Cougar e picape Ford Ranchero seguissem em
produção.
Do primeiro Fairlane ao último Torino, foram mais de duas
décadas de motores vigorosos, carrocerias imponentes e carros que
fizeram muitos adeptos, fosse pelo desempenho, fosse pelo conforto.

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