
A frente alongada distingue o
Torino Talladega, feito em série limitada para homologação; diz-se que o
motor 428 na verdade fornecia 450 cv |
|
|
|


O Fairlane 500 hardtop em azul é
de 1970, período final para o modelo; em amarelo, o Cobra do mesmo ano,
agora com motor 429 e até 370 cv |
|
A
mais interessante novidade para os apreciadores de "carros musculosos",
no entanto, era o Cobra. De acabamento simples, era a resposta da Ford
ao Plymouth Road Runner — e usava o nome
licenciado pelo texano Carroll
Shelby, parceiro de longa data da Ford. Há controvérsias sobre a
derivação desse esportivo, se pertencia à linha Fairlane ou à Torino,
pois a fábrica não usava nenhum desses nomes na carroceria ou em sua
publicidade. Ele vinha com duas portas, tanto com teto formal (mais
retilíneo) quanto com o SportsRoof, um fastback de linhas dinâmicas.
Sob o capô estava o motor Cobra Jet do
Mustang Mach I, um V8 de 428
pol³ (7,0 litros), com carburador de corpo quádruplo, 335 cv e torque de
60,8 m.kgf, associado a câmbio de quatro marchas e suspensão mais firme.
Vale notar que na época a Ford produzia três motores próximos a 7,0
litros, com diferentes configurações de diâmetro de cilindros e curso
dos pistões: 428 com curso mais longo (para ênfase no torque em baixa
rotação), 427 com medida intermediária e 429 com curso mais curto (ideal
para altas rotações).
Rodas de 6 pol de tala com pneus F70-14 do tipo wide oval, capô com
travas externas e grade dianteira preta eram identificações externas da
versão. Entre os opcionais havia capô de plástico e fibra de vidro com
tomada de ar para o sistema de indução
forçada, bancos individuais com console central, conta-giros, caixa
automática Cruise-O-Matic, diferencial
autobloqueante e freios dianteiros a disco. No teste da Road Test,
o Cobra cumpriu o quarto de milha em 15,1 segundos, resultado que seria
melhor — segundo a revista — com um câmbio de engates mais precisos.
Outra novidade, produzida apenas nos dois primeiros meses de 1969, era o
Torino Talladega: cerca de 750 unidades licenciadas para rua, de modo
que ele pudesse competir nas provas da Nascar desafiando o
Dodge Charger 500. O motor 428
mantinha os 335 cv declarados, mas se estima que chegassem a 450, e a
frente era 12 cm mais longa para melhorar a aerodinâmica. Mesmo com mais
de 1.600 kg e câmbio automático de três marchas, o carro acelerava de 0
a 96 km/h em 5,8 segundos.
Enquanto o Maverick substituía o Falcon, o
modelo 1970 do Fairlane e do Torino ganhava linhas imponentes, com teto
mais baixo, entre-eixos 2,5 cm mais longo (mantendo a diferença de 7,5
cm entre a perua e as demais versões), mais 10 cm em comprimento e 5 cm
em largura. No Torino havia opção por faróis ocultos, que só apareciam
quando acesos, solução já vista no Charger. A ampla gama incluía o
acabamento Brougham, oferecido como cupê e sedã hardtop e perua, que
representava a ala sofisticada da família com um revestimento luxuoso e
faróis ocultos. Esse era o último ano da linhagem Fairlane, disponível
só na série 500 e em três versões — logo o Torino a substituiria.
O Cobra fastback continuava o mais "quente" deles, mas agora vinha com o
motor 429 e em duas versões: 360 e 370 cv, sendo o aumento obtido com
indução forçada de ar. Rodas de 15 pol e pneus F60-15 eram oferecidos no
esportivo pela primeira vez. O teste da revista Motor Trend
com uma versão de 370 cv e caixa manual indicou os tempos de 14 segundos
para o quarto de milha e 5,8 s para arrancar de 0 a 96 km/h. Outro Cobra
de mesma potência, mas com câmbio automático, fez de 0 a 96 em 6 s e
chegou ao quarto de milha em 14,5 s.

|