As linhas suaves do teto davam elegância ao modelo hardtop (ao lado) do Torino 1971, enquanto os recortes mais abruptos do fastback (abaixo) buscavam um ar esportivo
 
 

Faróis que se ocultavam quando apagados ainda eram usados em parte das versões, como a perua Squire com acabamento em padrão madeira

A esportividade era colocada de lado no Grand Torino 1972, que estava ainda maior e oferecia potência mais modesta nos grandes motores V8

Outra novidade no catálogo era o V8 Cleveland de 351 pol³ ou 5,8 litros, com 250 cv ao usar carburador duplo e 300 com o quádruplo. As versões GT — a mais vendida do Torino — e Cobra ofereciam opções como câmbio de quatro marchas com o renomado trambulador Hurst, rodas cromadas de 15 pol e conta-giros. No GT havia ainda faixas laterais que refletiam cores variadas conforme a incidência da luz.

A Popular Mechanics  testava um grande número de modelos naquele ano, para averiguar seu desempenho e capacidade de frenagem. Na classe de carros intermediários de oito cilindros, o Torino com motor 302 foi o segundo mais rápido para passar de 25 para 70 milhas por hora (40 a 112 km/h), atrás apenas do Pontiac Le Mans Sport, mas à frente de Buick Skylark, Chevrolet Malibu, Dodge Coronet, Mercury Montego, Oldsmobile Cutlass, Plymouth Sport Satellite e Rebel SST.

Entre os intermediários esportivos, porém, o Torino Cobra perdeu em aceleração para oponentes como Dodge Charger R/T, Oldsmobile 4-4-2 e Plymouth GTX, embora tenha sido o segundo melhor em frenagem.

Mais luxuoso, menos dinâmico   Depois de um ano-modelo de mudanças sutis, nova reforma estética era introduzida no Torino 1972, no qual a grade dianteira assumia uma exagerada "boca de peixe", de gosto discutível. Os faróis ocultos não mais existiam; agora eram quatro circulares em linha horizontal em qualquer versão. As medidas estavam ainda maiores: de 5,17 até 5,36 metros, com peso entre 1.530 e 1.890 kg. O entre-eixos dos modelos de quatro portas, 3 m, superava em 10 cm o dos cupês — diferença inédita nessa linha da Ford.

Em um redirecionamento de esportividade para requinte, o GT e o Cobra deixavam o catálogo, assim como o conversível, enquanto a denominação Gran Torino passava a indicar o topo da linha. A oferta era composta, assim, por Torino básico, Gran Torino, Gran Torino Sport e a perua Gran Torino Squire. Apenas o Sport não seguia o que a Ford chamava de "hardtop com coluna" e quatro portas: embora os verdadeiros hardtops não tenham coluna central, esse trazia o pilar, mas mantinha as janelas das portas sem molduras que caracterizavam tais modelos. Proteção lateral contra impactos e sistema de ventilação eram aprimorados.

Com a entrada de normas de emissões poluentes e do padrão líquido de medição, as potências estavam em queda. O novo motor de 400 pol³ (6,6 litros) tinha 170 cv, o 429 rendia 208 cv, o imenso 460 (7,5 litros) não passava de 216 cv e o Cobra Jet de 5,75 litros, mesmo com carburador quádruplo, oferecia 248 cv (os valores líquidos, porém, explicam em grande parte os números mais baixos). A versão mais modesta, com o "seis" de 4,1 litros, oferecia desprezíveis 95 cv. Entre os opcionais estavam teto revestido em vinil, controle elétrico dos vidros, direção assistida e ajuste elétrico dos bancos.

Se um comparativo da Popular Science  entre o Gran Torino, o AMC Matador, o Chevrolet Chevelle Malibu e o Plymouth Satellite — todos com quatro portas e motores V8 entre 5,2 e 5,9 litros — apontou bom conforto de marcha no Ford, por outro lado evidenciou o abandono das pretensões esportivas: "Seu rodar foi aprimorado para um alto nível, mas o comportamento foi prejudicado. Ele foi o mais lento nos testes de estabilidade. Em termos de potência e aceleração, o Ford ficou num distante quarto lugar no grupo. Já a economia de combustível foi melhor que o esperado".

O conceito

Mais de 30 anos depois que o Fairlane saiu de produção, a Ford pensou em uma nova alusão à casa em que viveu seu fundador. No Salão de Detroit de 2005 o nome Fairlane aparecia em uma grande perua conceitual, de formas retilíneas, com a plataforma do sedã Fusion.

A ideia era oferecer luxo e conforto a seis pessoas em três filas de bancos. As portas traseiras tinham abertura inversa à usual, para mais fácil acesso à terceira fila, e a tampa traseira abria-se de três modos: a parte superior para cima, a inferior para qualquer um dos lados. A Fairlane de conceito usava o conhecido motor V6 de 3,0 litros e 24 válvulas, câmbio automático de seis marchas, tração integral e suspensão independente nas quatro rodas.

As linhas básicas do projeto ressurgiram em 2008 no modelo de produção Flex, mas com portas convencionais.

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