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Faróis que se
ocultavam quando apagados ainda eram usados em parte das
versões, como a perua Squire com acabamento em padrão madeira

A esportividade era
colocada de lado no Grand Torino 1972, que estava ainda maior e
oferecia potência mais modesta nos grandes motores V8 |
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Outra novidade no catálogo era o V8 Cleveland de 351 pol³ ou 5,8 litros,
com 250 cv ao usar carburador duplo e 300 com o quádruplo. As versões GT
— a mais vendida do Torino — e Cobra ofereciam opções como câmbio de
quatro marchas com o renomado trambulador Hurst, rodas cromadas de 15
pol e conta-giros. No GT havia ainda faixas laterais que refletiam cores
variadas conforme a incidência da luz.
A Popular Mechanics testava um grande número de modelos
naquele ano, para averiguar seu desempenho e capacidade de frenagem. Na
classe de carros intermediários de oito cilindros, o Torino com motor
302 foi o segundo mais rápido para passar de 25 para 70 milhas por hora
(40 a 112 km/h), atrás apenas do Pontiac Le Mans Sport, mas à frente de
Buick Skylark, Chevrolet Malibu,
Dodge Coronet, Mercury Montego,
Oldsmobile Cutlass, Plymouth
Sport Satellite e Rebel SST.
Entre os
intermediários esportivos, porém, o Torino Cobra perdeu em aceleração
para oponentes como Dodge Charger R/T, Oldsmobile 4-4-2 e Plymouth GTX,
embora tenha sido o segundo melhor em frenagem.
Mais
luxuoso, menos dinâmico
Depois de um ano-modelo
de mudanças sutis, nova reforma estética era introduzida no Torino 1972,
no qual a grade dianteira assumia uma exagerada "boca de peixe", de
gosto discutível. Os faróis ocultos não mais existiam; agora eram quatro
circulares em linha horizontal em qualquer versão. As medidas estavam
ainda maiores: de 5,17 até 5,36 metros, com peso entre 1.530 e 1.890 kg.
O entre-eixos dos modelos de quatro portas, 3 m, superava em 10 cm o dos
cupês — diferença inédita nessa linha da Ford.
Em um redirecionamento de esportividade para requinte, o GT e o Cobra
deixavam o catálogo, assim como o conversível, enquanto a denominação
Gran Torino passava a indicar o topo da linha. A oferta era composta,
assim, por Torino básico, Gran Torino, Gran Torino Sport e a perua Gran
Torino Squire. Apenas o Sport não seguia o que a Ford chamava de "hardtop com coluna" e quatro portas: embora os verdadeiros hardtops não
tenham coluna central, esse trazia o pilar, mas mantinha as janelas das
portas sem molduras que caracterizavam tais modelos. Proteção lateral
contra impactos e sistema de ventilação eram aprimorados.
Com a entrada de normas de emissões poluentes e do
padrão líquido de medição, as potências
estavam em queda. O novo motor de 400 pol³ (6,6 litros) tinha 170 cv, o
429 rendia 208 cv, o imenso 460 (7,5 litros) não passava de 216 cv e o
Cobra Jet de 5,75 litros, mesmo com carburador quádruplo, oferecia 248
cv (os valores líquidos, porém, explicam em grande parte os números mais
baixos). A versão mais modesta, com o "seis" de 4,1 litros, oferecia
desprezíveis 95 cv. Entre os opcionais estavam teto revestido em vinil,
controle elétrico dos vidros, direção assistida e ajuste elétrico dos
bancos.
Se um comparativo da Popular Science entre o Gran Torino, o
AMC Matador, o Chevrolet Chevelle
Malibu e o Plymouth Satellite — todos com quatro portas e motores V8
entre 5,2 e 5,9 litros — apontou bom conforto de marcha no Ford, por
outro lado evidenciou o abandono das
pretensões esportivas: "Seu rodar foi aprimorado para um alto nível, mas
o comportamento foi prejudicado. Ele foi o mais lento nos testes de
estabilidade. Em termos de potência e aceleração, o Ford ficou num
distante quarto lugar no grupo. Já a economia de
combustível foi melhor que o esperado".
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