Faróis em linha vertical, laterais como "garrafas de Coca-Cola": o Fairlane estava mais elegante para 1966, caso desta versão 500 XL cupê hardtop

Com sedãs de duas (acima) e quatro portas e três modelos de peruas, a linha atendia a gostos muito variados e podia ter motores de até 335 cv

 
 

O GT era o Fairlane esportivo, com detalhes únicos e motores V8 mais potentes; cupê hardtop e conversível, nas fotos, eram suas carrocerias

Havia uma ampla gama de opções: sedãs de duas e quatro portas básico e 500; cupê hardtop e conversível 500, 500 XL e GT (este último, apenas com motor V8); e as peruas Ranch Wagon, Custom Ranch Wagon e Squire Wagon, todas com seis lugares. Curiosamente a distância entre eixos das peruas, 2,87 m, era menor que a dos demais modelos (2,94 m). O pacote GT incluía novo capô, bancos individuais com console, volante esportivo e suspensão mais firme.

Os motores agora eram o 200 de seis cilindros com 120 cv, o Challenger V8 289 com carburador duplo (200 cv) ou quádruplo (225 cv) e o inédito V8 de 390 pol³ (6,4 litros) em três patamares de potência: 275, 315 cv e — como opcional para o GT — 335 cv, obtidos com carburador quádruplo e comando de válvulas mais "bravo". Câmbio manual de quatro marchas e o automático Cruise-O-Matic eram opcionais; quando dotado deste último, o GT era renomeado GTA.

Pintando o sete   E esse não foi o mais potente Fairlane de 1966. A Ford começava a colocá-lo na disputa dos "carros musculosos" ao oferecer uma edição especial, limitada a 70 unidades, do sedã de duas portas. Destinada apenas a competições como as de arrancada, aproveitava a entrada do modelo na Nascar em substituição ao Galaxie (leia boxe abaixo). O vigoroso motor V8 427, de 7,0 litros, desenvolvia 410 cv com um carburador quádruplo e 425 cv com dois deles. O pacote incluía capô de plástico e fibra de vidro com tomada de ar funcional.

O GTA participou de um comparativo da Car and Driver  com Buick Skylark Gran Sport, Chevrolet Chevelle SS 396, Mercury Comet Cyclone GT, Oldsmobile 4-4-2 e Pontiac GTO. O Ford obteve o terceiro melhor tempo no quarto de milha (aceleração de 0 a 402 metros), mas não foi bem na maioria dos aspectos e terminou o confronto à frente apenas do Comet, sendo o 4-4-2 o vencedor.

"O que mais me impressionou foi a caixa automática de três marchas para dirigir na rua. Ela troca de marcha muito rápido. Não fiquei feliz com a suspensão ou o comportamento: ele me parece muito mole para a potência envolvida e precisaria de um rodar mais firme. Mostrou-se muito confortável na rua, mas não na pista. E foi o mais ruidoso do grupo, com o escapamento de um carro de corrida. No conjunto, dá uma sensação muito esportiva, mas a suspensão e os freios precisam melhorar", definiu o avaliador.

Outro cupê com o motor de 390 pol³ foi confrontado pela Popular Science  ao Plymouth Satellite. Entre seus atributos a avaliação apontou a estabilidade ("sai de frente em curvas rápidas, mas é previsível e obediente ao motorista"), mas o desempenho foi bem inferior: acelerou de 0 a 96 km/h em 11,2 segundos ante 7,9 s do Plymouth.

Nas pistas
O Fairlane teve atuação relevante em competições em diferentes momentos. Em 1964, depois de um período em que dados de potência e resultados nas pistas não eram usados em sua publicidade, a Ford decidiu dar ênfase ao desempenho com o programa Total Performance. Foi quando desenvolveu a versão conhecida como Thunderbolt.

Esse Fairlane vinha com para-lamas de plástico, capô com um ressalto central, plásticos no lugar dos vidros laterais, bancos individuais mais leves na frente e conta-giros. Os faróis da parte interna da grade davam lugar a tomadas de ar. Se a mais potente versão de rua daquele ano obtinha 271 cv do motor V8 289, o modelo de competição usava o V8 427 de 7,0 litros, motor que desenvolvia 425 cv nominais — mas alguns garantem que eram mais de 500. Um câmbio manual de quatro marchas estava disponível ao lado da caixa automática cedida pela divisão Lincoln.

Com um T-Bolt — apelido inevitável, dada a semelhança do nome com Thunderbird ou T-Bird —, o piloto Gas Ronda dominou o campeonato mundial de 1964 da NHRA (National Hot Rod Association, entidade que organiza provas de arrancada), tendo obtido o tempo de 11,6 segundos para o quarto de milha (0 a 402 metros). Contudo, depois de cerca de 110 unidades produzidas, a Ford concentrou seu esforços no Mustang e o T-Bolt foi cancelado.

Em 1967, uma mudança de estratégia colocou o Fairlane em uma posição de destaque no cenário dos "carros musculosos": a troca do Galaxie por esse modelo nas competições da Nascar, o categoria de carros originais (na época) que ainda hoje é o campeonato mais popular do automobilismo nos Estados Unidos. Com motor V8 427, o modelo venceu algumas das primeiras provas da temporada, mas a Chrysler protestou e conseguiu alterações no regulamento que, na prática, dificultaram as coisas para a Ford.

Na temporada de 1969 estreava o Torino Talladega, com sua frente alongada para melhor aerodinâmica, que rendeu uma série especial de rua (leia no texto principal). No ano seguinte a Ford pretendia lançar o Torino King Cobra, também com uma frente mais favorável à penetração no ar, mas o projeto não vingou. A Nascar passou a exigir uma produção de 3.000 unidades para rua, em vez das anteriores 500, o que a Ford considerou inviável.


Thunderbolt, 1964



Torino, 1968

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