Por ter chegado tarde, o Challenger desfrutou por pouco tempo a melhor fase dos "musculosos"; ao lado o Rallye de 1972

Origem japonesa, motores de quatro cilindros, linhas sóbrias: o "belo GT importado" da Dodge não honrava as tradições do nome Challenger

De olhos puxados   Quatro anos depois, porém, o nome Challenger aparecia ressuscitado pela Dodge e colado à carroceria de um cupê fabricado no Japão pela Mitsubishi, uma heresia para os fãs do carro-pônei original. As duas marcas mantinham uma parceria, onde o novo Challenger era uma versão do Galant Lambda GSR vendido na terra do sol nascente.

As linhas estavam em consonância com o que vigorava à época: traços retilíneos, frente baixa com dois pares de faróis retangulares, para-choques cromados, boa área envidraçada. A mecânica adotava suspensão McPherson à frente e continuava com eixo rígido atrás, desta vez com molas helicoidais. O motor básico era um quatro-cilindros de 2,0 litros com comando de válvulas no cabeçote e discretos 77 cv. Outra opção, com 2,6 litros, entregava 106 cv. Para esse propulsor havia um sistema de árvores de balanceamento, inovação da Mitsubishi, que anulava as vibrações inerentes a um quatro-cilindros de tão alta cilindrada (650 cm³ por cilindro). O câmbio podia ser manual de cinco marchas ou automático de três.

Os principais concorrentes eram o Honda Prelude, o Toyota Celica e o Nissan 200 SX, outros sucessos nipônicos que invadiram os EUA no período. A revista Car and Driver, em um teste da época, enalteceu a eletrônica e o conforto do novo modelo. "No minuto em que você entra e gira a chave, você é convidado a relaxar, onde os sofrimentos dos carros pequenos não predominam". Sobre o motor de 2,6 litros e longo curso de pistões, a publicação elogiava a suavidade: "Em outra época, esta combinação traria ruídos, vibrações e asperezas". As mudanças do discreto Dodge foram pequenas com o passar dos anos. A mais importante foi a adoção do motor 2,6 como padrão da linha. Em 1984 o nome Challenger desaparecia outra vez. Seria a morte derradeira? Continua

Nas telas
A história pede carros rápidos e com estilo? É uma boa chance de se ver então um Challenger no cinema ou na TV.  Ele ganhou mais fama depois do filme Corrida Contra o Destino (Vanishing Point, 1971). Um ex-fuzileiro, ex-piloto e ex-policial faz entregas de carros para uma oficina. Kowalski (Barry Newman) aceita uma aposta onde crê poder entregar um R/T 1970 de Denver até São Francisco em menos de 15 horas. A corrida chama a atenção da polícia e as cenas de perseguição vêm na sequência. Conta-se que cinco Challengers foram utilizados no filme.

O pônei da Dodge aparece também em Gone in 60 Seconds (1974), escrito, produzido e estrelado pelo jovem H. B. Halicki. O Challenger tem participação especial no longa que destruiu 93 carros, quase um por minuto. Oito anos depois Halicki perderia a vida em frente às câmeras na sequência que ele criara. A história ganhou continuação pelo sucesso 60 Segundos (Gone in Sixty Seconds, 2000) com Nicolas Cage.

Destaque também em À Prova de Morte (Death Proof, 2007), filme de Quentin Tarantino que conta as aventuras de uma sexy DJ e suas amigas na noite perigosa do Texas. Elas logo chamam a atenção de um misterioso motorista a bordo de um indestrutível carro. Outro destaque é Mais Velozes Mais Furiosos (2 Fast 2 Furious, 2003), onde um modelo R/T laranja 1970 participa de várias cenas. Tudo vai bem até que no fim o carro é destruído, jogado contra um Lincoln Navigator.

As animações também aproveitam o ímpeto esportivo do Dodge, como em Carros (Cars, 2006), onde um modificado Challenger aparece, e na série The Goode Family (2009), que conta a história de uma família que leva uma vida politicamente correta aos extremos. Na cena em questão um dos personagens, que dirige um carro híbrido, ajuda na manutenção de um poluente Challenger... Ele pode ser visto ainda nos seriados NCIS (2003-2009), Kath & Kim (2008, 2009), Miami Vice (1984-1989), Super Máquina (Knight Rider, 1982-1986) e CHiPs (1977-1983), onde também aparece em um dos episódios a versão Mitsubishi.
Corrida Contra o Destino Gone in 60 Seconds
À Prova de Morte Mais Velozes Mais Furiosos
Carros NCIS
Com alma atualizada

Que tal ter um Challenger 1971 com desempenho e comportamento dinâmico de um esportivo moderno? A Modern Muscle, de Hudson, na Flórida, adapta aos modelos originais do Dodge um conjunto mecânico atual com motor Hemi V8 de 6,1 litros (que pode ser preparado para render a potência de 600 cv), câmbio de cinco marchas, suspensão dianteira independente por braços sobrepostos, molas helicoidais na traseira (mantendo o eixo rígido) e nova caixa de direção. Rodas dianteiras de 17 pol, com pneus 245/45, e traseiras de 18 pol com 285/40 exibem grandes discos de freio e o interior recebe mais itens de conforto. Para quem não se satisfaz com o novo Challenger e prefere algo com ainda mais sabor de anos 70, é uma boa pedida.



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