 Atrás do sedã e do cupê, a
mesma ideia: lanternas entre os cromados


O interior luxuoso de 1972 e o
sedã de 1977, com os faróis escondidos


Medidas menores para poupar
combustível vinham no New Yorker 1979 |
O
motor mantinha-se o V8 413, agora com 380 cv, mas no ano seguinte era
substituído pelo RB de 440 pol³ (7,2 litros) e 354 cv. Embora no New
Yorker ele tivesse configuração mais "mansa", esse bloco-grande deu
notável desempenho a carros mais esportivos do grupo, como
Dodge Charger e Challenger,
Plymouth Road Runner e
Barracuda. Até mesmo o
Jensen Interceptor inglês o
utilizou. Os ocupantes do sedã estavam bem servidos, pois havia
ar-condicionado, direção assistida e diversos equipamentos com comando
elétrico, como antena do rádio, vidros e travas. Teto revestido em vinil
dava classe ao conjunto, mas havia uma opção, a Brougham, ainda mais
exclusiva.
Algumas curvas voltavam ao desenho, mas de forma mais harmoniosa, no New
Yorker 1969. O Fuselage Look, estilo fuselagem, impressionava bem. O cromado do parachoque dianteiro agora emoldurava a grade
e os quatro faróis, solução repetida na traseira em torno das lanternas
de perfil baixo. Havia uma saliência na parte central da grade e, nas
laterais, as colunas traseiras pareciam fluir para os paralamas sem
interrupção. Outro detalhe interessante era que as rodas de trás vinham
quase encobertas. Na linha 1973 a moldura cromada era descartada, mas o
modelo permanecia imponente. E ficaria mais em 1976 com a adoção de
faróis escamoteáveis, que se ocultavam quando desligados.
A crise do petróleo de 1973 afetou sobremaneira os automóveis
americanos, causando o chamado downsizing — a diminuição do
tamanho em busca de economia de combustível. A Chrysler, ainda
assim, foi a única a manter inalteradas as dimensões de seus modelos até
a segunda crise em 1979. Com o fim da linha Imperial, o New Yorker
herdou seus traços dianteiros e traseiros. E era grande no comprimento,
de 5,87 m, e na cilindrada, com o V8 440 (de 225 cv pelo
novo método líquido de medição) ou o V8
de 400 pol³ (6,6 litros) e 192 cv. Publicidade da época
afirmava que o portamalas tinha espaço para um mamute...
Novos
tempos
De 1979 em diante a
Chrysler produziu o menor New Yorker feito até então. Com base na
plataforma R, o novo carro tinha nas linhas retas o tom da época. Grade
proeminente ao melhor estilo Rolls-Royce, faróis duplos circulares de
cada lado (e opção de faróis escamoteáveis nos anos seguintes) e
parachoques cromados estavam presentes. Frente longa, lateral com alguns
vincos, três volumes definidos: o New Yorker era muito parecido com os
demais modelos da época. O motor básico era o V8 de bloco pequeno da
série LA, com 318 pol³ (5,2 litros, o mesmo dos grandes
Dodges brasileiros), 131 cv e 31,8
m.kgf, sendo o 360 (5,9 l) da mesma linha um opcional. Já a versão
especial Fifth Avenue usava um distinto teto com aplique em aço inox e
janelas traseiras do tipo ópera.
Essa geração durou pouco, já que em 1982 o New Yorker mudava de
plataforma, migrando para a mesma do LeBaron, chamada M, com entreeixos
bem mais comedido, 2,8 m. Com duas opções de acabamento, básica e Fifth
Avenue, o motor inicial era pela primeira vez um seis-cilindros em
linha: o Slant Six (assim chamado porque sua construção previa
inclinação em 30° a fim de permitir um capô mais baixo) de 225 pol³ ou
3,7 litros. Um tanto antigo, pois a série foi lançada em 1960, fornecia
modestos 86 cv e 22,8 m.kgf. O V8 318 era opcional. Ao menos o luxo
estava garantido com bancos revestidos em couro na versão de topo.
Em 1983 surgia uma duplicidade na linha: havia agora dois
modelos New Yorker. O já conhecido, então renomeado New Yorker Fifth
Avenue, usava a plataforma M. A novidade estava
no New Yorker produzido sobre a plataforma E, mais compacta e de tração
dianteira, bem de acordo com os novos tempos. "Primo" de Dodge 600 e
Plymouth Caravelle, ele media 4,75 m de comprimento, 1,72 m de largura e
1,34 m de altura. O entreeixos era o menor do modelo desde seu
surgimento: 2,62 m. Essa plataforma era uma das mais avançadas naquele
tempo — e o carro apresentava essas inovações ao usuário. As linhas
continuavam retas e discretas, com três volumes bem definidos e cromados
sem exageros.
Continua
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