A redução de tamanho chegava aos motores no New Yorker de 1984, com quatro versões de apenas quatro cilindros e tração dianteira

O estilo manteve-se conservador em 1988, mas a potência crescia com os motores de seis cilindros, que incluíam um de origem Mitsubishi

A última geração, lançada em 1994, aderia às formas curvas e à cabine avançada; o motor Chrysler V6 de 3,5 litros dava bom desempenho

Painel digital e até mesmo um sistema de avisos por voz podiam equipar o modelo. Uma versão Landau, com teto de vinil e iluminação externa na coluna traseira, era uma tentativa de dar um pouco de classe ao modelo que emagreceu muito com o passar dos anos. Mudança sentida foi a saída dos V8 do catálogo. Agora havia quatro unidades disponíveis, todas de quatro cilindros. Os motores de 2,2 litros da série K eram um projeto Chrysler inspirado no Volkswagen de 1,7 litro usado nos modelos Omni e Horizon, com comando de válvulas no cabeçote. O de aspiração natural fornecia apenas 84 cv e 16,3 m.kgf, mas havia uma versão com turbocompressor, 146 cv e 23,2 m.kgf. Outra unidade era a de 2,5 litros da mesma família, inserida no catálogo em 1986 e que rendia 100 cv e 18,6 m.kgf. Por último, o motor Astron de origem Mitsubishi com 2,6 litros, 114 cv e 20,2 m.kgf. Em todos a caixa automática tinha três marchas.

A geração seguinte, lançada em 1988, atualizava levemente o estilo adotado na anterior, mas tinha a nova plataforma C de maiores dimensões, com 4,91 m de comprimento, 1,75 m de largura, 1,36 m de altura e 2,64 m de distância entre eixos. Destaque era a coluna traseira larga e cortada "a machado", na vertical. Acabamento em vinil com janela do tipo ópera na porta traseira era muito comum. Passados os efeitos da crise do petróleo, os motores de quatro cilindros saíam de linha.

A gama agora era composta só por motores de seis cilindros. O V6 de 3,0 litros de origem Mitsubishi tinha comando no cabeçote, 141 cv e 23,8 m.kgf — em versão mais elaborada, equiparia na década seguinte até o esportivo 3000 GT da marca japonesa, que teve versão Dodge chamada de Stealth. Os demais V6 eram da própria Chrysler, com 3,3 e 3,8 litros e comando no bloco; o primeiro rendia 150 cv e 24,9 m.kgf; o outro, a mesma potência com maior torque, 29,5 m.kgf. Junto ao câmbio automático de três marchas chegava uma opção com quatro. Para 1992 aparecia uma versão de entre-eixos alongado. O modelo básico logo seria rebatizado de Dynasty — sua principal característica eram os faróis expostos e a grade similar a modelos da Dodge.

A derradeira geração do New Yorker rompia com o padrão de estilo até então usado: abusava de linhas curvas e ficara muito elegante. Chegava ao mercado em 1994 com frente longa e baixa, onde o parachoque avançado era um destaque. Os faróis eram grandes, de perfil baixo, e as luzes de direção avançavam nos paralamas. O parabrisa era bastante inclinado e a coluna traseira estava curva, perdendo a terceira janela. Notava-se a cabine avançada, dentro do conceito Cab Forward da marca. A traseira era reta e as lanternas verticais davam classe ao conjunto. Por dentro as curvas apareciam no painel de instrumentos e revestimentos de portas.

Construído sobre a plataforma LH, de tração dianteira, esse New Yorker fazia parte de uma família numerosa, composta por modelos como Chrysler LHS e Concorde, Dodge Intrepid e Eagle Vision. Possuía entreeixos generoso de 2,87 m, comprimento de 5,26 m, largura de 1,89 m e altura de 1,42 m. Pesava 1.627 kg. O único motor disponível era de nova geração, um V6 de 3,5 litros com comando no cabeçote, 217 cv e 30,6 m.kgf. Até mesmo o irreverente Plymouth Prowler usou-o antes de passar a uma versão mais potente de 253 cv. Dentro de casa o New Yorker tinha de disputar clientes com o irmão LHS. A diferença entre os dois era de acabamento. Se o New Yorker mantinha a imagem tradicional do carro de luxo americano, o LHS era como um típico europeu, de desempenho mais dinâmico.

E foi assim que terminou a vida desse Chrysler cosmopolita: preterido em favor do mais popular LHS em sua versão para seis passageiros, o New Yorker se despedia da fábrica de Ontário, Canadá. Esse nova-iorquino começou como uma versão do Imperial, tornou-se popular através dos tempos, viveu o auge do estilo Forward Look e acabou substituído pela versão de outro veículo, triste destino comum a grande parte dos carros americanos.

Ficha técnica
_ New Yorker 1951 New Yorker 1966 New Yorker Brougham 1977 New Yorker 1985
MOTOR
Posição e cilindros longitudinal,
8 em linha
longitudinal, 8 em V longitudinal,
4 em linha
Comando e válvulas por cilindro no bloco, 2 no cabeçote, 2
Diâmetro e curso 96,8 x 92,1 mm 109,7 x 95,3 mm 110,2 x 85,8 mm 87,5 x 92 mm
Cilindrada 5.422 cm3 7.206 cm3 6.555 cm3 2.213 cm3
Taxa de compressão 7,5:1 9,7:1 8,2:1 8,1:1
Potência máxima 182 cv a 4.000 rpm 354 cv a 4.400 rpm 192 cv a 3.600 rpm 146 cv a 5.200 rpm
Torque máximo 43,1 m.kgf a
2.000 rpm
66,4 m.kgf a
2.800 rpm
42,2 m.kgf a
2.200 rpm
23,2 m.kgf a
3.600 rpm
Método de medição bruto líquido
Alimentação carburador injeção, turbo
CÂMBIO
Tipo e marchas semi-automático, 4 automático, 3
Tração traseira dianteira
FREIOS
Dianteiros a tambor a disco ventilado
Traseiros a tambor
Antitravamento (ABS) não
SUSPENSÃO
Dianteira independente, braços sobrepostos independente
Traseira eixo rígido
RODAS
Pneus 8,00-15 8,55-15 225/70 R 15 185/70 R 14
DIMENSÕES
Comprimento 5,36 m 5,56 m 5,87 m 4,75 m
Entreeixos 3,19 m 3,15 m 2,62 m
Peso 1.905 kg 1.955 kg 2.165 kg 1.265 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima 170 km/h 190 km/h 180 km/h 165 km/h
Aceleração de 0 a 96 km/h 10 s ND
ND = não disponível

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