Apesar de 70 cm mais curtos que os modelos que os precederam, o Aries e o Reliant (ao lado) eram mais espaçosos que eles em comprimento e altura

Lee Iacocca acena com o primeiro carro K produzido: para a Chrysler, essa linha de compactos seria decisiva para a recuperação financeira

As peruas mantinham os bancos inteiriços, aptos a levar seis pessoas, e usavam apliques laterais que imitavam a madeira de modelos antigos

 

O "K" da questão   Como prometido por Iacocca, os carros que salvariam a Chrysler eram apresentados como modelos 1981. A linha de modelos de médio porte para os padrões locais, conhecida pelo código K de sua plataforma, tinha o intuito de oferecer ao público requisitos de conforto, como espaço para seis pessoas e sua bagagem, sem perder de vista a crescente necessidade de aumentar a eficiência em combustível.

O Dodge Aries e o Plymouth Reliant substituíam o Aspen e o Volaré, na ordem. Sua concepção mecânica era típica dos modernos carros médios de seu tempo, como os modelos X da General Motors: motor transversal, tração dianteira, suspensão dianteira independente McPherson e traseira por eixo de torção, caixa de direção de pinhão e cremalheira. Havia três opções de carroceria: sedãs de duas e quatro portas e perua de cinco portas.

Seu desenho abusava das linhas retas, usadas mais pela função que pela forma. O vidro traseiro, por exemplo, era próximo da vertical para beneficiar o espaço interno. Na frente os faróis vinham recuados para atender à legislação que exigia sua integridade em impactos leves. A grade era a maior diferença entre os modelos, com frisos horizontais no Dodge e um estilo Mercedes-Benz no Plymouth. As janelas não traziam quebra-ventos e o cupê podia vir com o teto revestido em vinil.

As dimensões dos modelos K — 4,53 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,33 m de altura e 2,55 m de distância entre eixos — colocavam-nos na categoria dos compactos pelos padrões norte-americanos, mas seu espaço interno era equivalente ao de modelos intermediários da própria Chrysler. Em relação aos antigos Aspen e Volaré, ofereciam maior altura útil e mais espaço para as pernas, mesmo medindo 71 cm  a menos em comprimento. Nenhum outro modelo de porte semelhante oferecia, na época, lugar para seis pessoas.

Os cupês e sedãs estavam disponíveis nos acabamentos básico, Custom e Special Edition (SE), enquanto as peruas só ofereciam os dois últimos. Nelas havia apliques nas laterais e na tampa traseira com simulação de madeira — para lembrar as antigas peruas com estrutura de carroceria nesse material —, que podiam ser descartadas a pedido. Também no interior predominavam as linhas retas, como no painel e nos instrumentos retangulares.

Dois motores de quatro cilindros podiam equipar os carros K. O de 2,2 litros, da própria Chrysler, era o primeiro novo motor da empresa em 20 anos e o único quatro-cilindros de sua fabricação lançado desde 1932, já que o Omni/Horizon usava um Volkswagen de 1,7 litro. Com comando de válvulas no cabeçote e um carburador de corpo duplo, ele fornecia potência de 84 cv e torque de 15,3 m.kgf.

Nas telas
O grande volume de vendas da linha K torna esses modelos comuns em filmes norte-americanos. Versões sedã do Aries aparecem na comédia Uma Escola Muito Doida (High School High, 1996), na ação Um Tiro que Não Deu Certo (Loose Cannons, 1990), na comédia The Wash (2001), na ação Scorpion (1986), no policial Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innocent, 1990) e no filme de terror Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado (I Know What You Did Last Summer, 1997).

Por sua vez, o Reliant sedã está na ação The Shadow Men (1998), nas comédias D.C. Cab (1983) e Amigos, Amigos, Negócios à Parte (Buddy Buddy, 1981), na ação Um Tira da Pesada (Beverly Hills Cop, 1984) e nas comédias Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off, 1986), Academia de Gênios (Real Genius, 1985) e Uma Noite Mais que Louca (Take Me Home Tonight, 2011).

Modelos policiais do Aries aparecem na ação Batman - O Retorno (Batman Returns, 1992) e em Deadly Innocents (1990). O Plymouth tem a mesma finalidade no terror O Pássaro Sangrento (Deliria, 1987).

Uma perua Aries pode ser vista em Congorama (2006), comédia em francês. As da Reliant estão no drama De Volta ao Paraíso (Big Eden, 2000), na comédia Será que Ele É? (In & Out, 1997), no drama Ausência de Malícia (Absence of Malice, 1981) e no terror Slugs, Muerte Viscosa (1988).
Uma Escola Muito Doida Amigos, Amigos
Deadly Innocents Ausência de Malícia

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