


Depois de pequenas alterações,
os modelos 1986 do Aries (em cima) e do Reliant (centro) vinham com
frente modificada e um painel mais atual |
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Já o
de 2,6 litros era feito no Japão pela Mitsubishi — de longo
tempo parceira da Chrysler — e
rendia 92 cv e 18,2 m.kgf. Também com comando no cabeçote, usava câmaras de combustão hemisféricas,
que justificavam o logotipo 2.6 Hemi, e
árvores de balanceamento para anular
vibrações, solução pioneira da marca japonesa e bem-vinda nesse quatro-cilindros de grande cilindrada unitária. O câmbio de série era
manual de quatro marchas, mas havia opção por um automático de três (com
alavanca no assoalho ou na coluna de direção), padrão com o motor 2,6.
Testados
e aprovados
As vendas iniciais dos carros K foram mais baixas do que a Chrysler
esperava — e precisava. Logo se descobriu o motivo: embora anunciados
por menos de US$ 6 mil, o Aries e o Reliant eram colocados nas
concessionárias com grande número de opcionais que os oneravam, não
raro, em mais de US$ 2 mil. Assim, os potenciais compradores não
encontravam os preços que pretendiam e mudavam de planos. Com a oferta
de carros mais básicos, a empresa começou a vê-los saindo dos pátios em
quantidade.
Para infundir confiança no consumidor, a Chrysler lançou um programa de
recompra: até 30 dias ou 1.000 milhas (1.609 km), se o comprador não
ficasse satisfeito com o carro, poderia devolvê-lo e receber o valor
integral pago. Acredita-se que muito poucos o fizeram, pois
meses mais tarde uma pesquisa da revista Popular Mechanics mostrou grande satisfação dos
donos de Aries. Economia, estabilidade, estilo e conforto eram os pontos
mais elogiados; uma pequena parte o achava muito gastador e reclamava de
ruídos, mas a maioria não tinha queixas a fazer. Deles, 88% voltariam a
comprar o modelo.
A Popular Science, por sua vez, mostrou-se satisfeita com o Reliant em
sua primeira avaliação: "Para nós, eles superam os compactos X da GM em
conforto interno e de marcha, estabilidade, economia e facilidade de manutenção. Seu interior é espaçoso e arejado. Os
bancos talvez sejam os mais confortáveis do tipo inteiriço que já
provamos. A estabilidade direcional é excelente, assim como a
resistência a ventos laterais. Em estradas sinuosas, o comportamento é
preciso e previsível".
A revista não demorou a colocar o Aries diante de três concorrentes — AMC Concord, Chevrolet Citation e Mercury Zephyr. O modelo da Chrysler
ganhou boas notas em estabilidade, economia e conforto de marcha, mas
não se saiu bem em aceleração, freios e nível de ruído. "Ficamos
impressionados com a alta qualidade do carro. O interior é bem-acabado como
o de um modelo superior. De fato, é fácil pensar que se está ao volante
de um carro grande, exceto pelo capô bem curto", comentou.
"O motor 2,2 parece estar na medida certa para o carro, combinando menor
consumo que o do Chevrolet com aceleração aceitável para o tráfego de
hoje. Nos testes de estabilidade, o carro K mais uma vez se saiu melhor. Em alta velocidade ele é estável tanto em
linha reta quanto em curvas. Também ficamos
impressionados com o excelente arranjo da cabine",
analisou a revista.
Ao fim da comparação, o Chrysler saiu-se o preferido dos jornalistas. "O
carro K é uma versão refinada do carro X da GM, e isso faz dele uma
opção de topo para mim", opinou um. Outro acrescentou: "A Chrysler
superou a GM em seu próprio jogo. Assim como os carros X reformularam a
classe dos compactos, os carros K são ainda um pouco melhores,
embora pudessem se beneficiar dos refinamentos que, em geral, vêm com o
tempo".

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