
Embora mais imponente, o modelo
de 1964 e 1965 ainda parecia um avô do novo Mustang, com linhas
conservadoras


O T-Bird 1966: lanternas de lado
a lado da traseira e, no Landau, um painel de teto com controles e
revestimento do teto em vinil

Como se não bastassem os quatro
lugares, o modelo 1967 vinha com... quatro portas! |

O novo automóvel,
concebido por Lee Iacocca, vinha herdar todo o espírito jovial perdido
pelo Thunderbird em 1958. Mas o Mustang tinha personalidade própria e
era acessível para uma faixa etária menor, que buscava mais emoções do
que o Falcon era capaz de oferecer. A Ford
finalmente voltava a ter juventude em sua linha.
Enquanto isso, completando uma década, o Thunderbird parecia o avô do
Mustang. Em 1965 pouco era alterado: freios a disco dianteiros, que
muito melhoraram a frenagem, e luzes de direção seqüenciais. O Special
Landau, com acabamento pouco diferenciado, aumentava o leque de versões
no meio daquele ano-modelo para tentar ajudar com as vendas — 74.972 no
total — já abaladas pelo novo membro da família Ford.
Em 1966 as lanternas, que já não eram pequenas, uniam-se de ponta a
ponta da traseira. Novo opcional era o
controle automático de velocidade com comandos no volante, muito
conveniente nas longas estradas que cortam os EUA. Se um toca-fitas de
oito faixas custava 82 dólares extras, por 64 dólares o motor 390 de 315
cv podia dar lugar ao novo 428 (7,0 litros) de 345 cv. Uma pechincha!
Dos 69.176 T-Birds produzidos naquele ano, só 5.049 eram conversíveis. E
não é que cada um deles teria um valor especial, graças às novas
estratégias de mercado da Ford?
Por duas portas
a mais Não bastava a
Ford ter acrescentado dois lugares num modelo concebido como um
roadster. Não bastava tê-lo transformado num cupê hardtop,
tê-lo feito maior, ter coberto o carro com luxo e conforto que outros de
seus produtos já ofereciam de sobra. Era preciso dar o golpe de
misericórdia no que havia sobrado do Little Bird: sua opção sem capota.
E tampouco bastava cancelar o conversível para 1967: a Ford ainda
acreditou que precisava criar um “indispensável” Thunderbird de quatro
portas!
A essa altura, a história precisa mesmo ganhar um tom cômico para quem
considera o modelo original, de 1955 a 1957, o clássico que é. Mas o bom
humor não tira do T-Bird 1967 o mérito de ser um dos carros mais
interessantes (e desconhecidos) da Detroit dos anos 1960. Com o Mustang,
o Fairlane e o Falcon atendendo a diferentes nichos do mercado jovem, a
Ford julgou que o conceito original do pássaro-trovão podia se aposentar
de vez.
A opção pelo luxo já era previsível e a motorização continuava igual.
Com o hardtop em versões básica e Landau, o novo Landau
quatro-portas era o maior chamariz. Tinha o mesmo teto revestido de
vinil do cupê de mesmo nome e as portas traseiras no estilo "suicida",
com abertura para trás, como no
Lincoln Continental. As colunas traseiras de toda a linha estavam
outra vez muito largas, mas no sedã pareciam de limusine. Com portas bem
menores que as do hardtop, ficava clara sua derivação do cupê.
Continua
|