A crise   Com o preço do petróleo subindo a cada dia, 1974 não foi um bom ano para as vendas do Firebird. O estilo também sofria: o pára-choque dianteiro de Endura dava lugar aos pesados modelos impostos pela legislação, capazes de resistir sem danos a impactos em manobras. A potência continuava caindo: o 455 de base gerava apenas 225 cv; o 400 de 250 cv vinha apenas com câmbio automático. Quem fizesse questão do melhor pagava mais pelo Super Duty 455, com direito a um duplo sistema de escapamento. Para o motorzão estavam disponíveis uma caixa manual Muncie de quatro marchas e a robusta Turbo Hydramatic de três.

O estilo perdia com os novos pára-choques da linha 1974, necessários para
atender à lei, mas o Firebird permanecia rápido com o motor Super Duty

Em plena crise energética, exibia desempenho de musculoso dos anos 60: quarto-de-milha em 13,5 segundos. Infelizmente, esse vigor não viria a se repetir em 1975: como a concorrência era quase inexistente — Camaro Z/28, AMC Javelin, Plymouth Barracuda e Dodge Challenger desapareciam do mercado —, o consumidor perdia a opção do Super Duty 455 no Firebird. Até o Mustang, antes um adversário de peso, agora nada mais era do que um Ford Pinto redesenhado, com um patético motor V6 de 2,8 litros e 105 cv. Assim, o Firebird era um caolho em terra de cegos. Continua

Nas telas

Um dos Firebirds mais conhecidos das telas é o da série The Rockford Files, que teve o nome no Brasil de Arquivo confidencial e durou seis anos, de 1974 a 1980. O famoso ator James Garner vive o papel do detetive Jim Rockford. Dentro de seu Firebird Sprint 400 dourado, ano 1974 (acima), mantém apetrechos como cartões de visita falsos e artefatos para disfarces improvisados. Ele faz o papel de um detetive que já foi preso injustamente. A série fez muito sucesso aqui, nos Estados Unidos e em países da Europa. Diferente, tem poucos tiros e mais inteligência e perspicácia.

Também famoso é o Firebird da série de três filmes Agarra-me se puderes (Smokey and the bandit), de 1977, uma comédia com muita ação. Ficou bem conhecido no Brasil nos anos 80, quando a Rede Globo o exibia periodicamente, numa época em que os filmes estrangeiros demoravam até 10 anos para ser exibidos aqui. Com o Trans Am preto (abaixo) o ator Burt Reynolds faz acrobacias excepcionais. Também nele está a famosa atriz Sally Field.

O carro é usado para, junto com um caminhão, contrabandear cervejas de um estado para outro nos EUA, em uma aposta de muitos milhares de dólares. Quem dirige o caminhão é o cantor country Jerry Reed. Foram usados seis carros no primeiro filme — por sinal, o melhor deles. O filme foi tão popular por aqui nos anos 80 que incentivou até um kit de transformação para o Monza nacional, com a frente em cunha vazada e quatro faróis retangulares, ao estilo do Pontiac.

Um dos pegas mais destacáveis do cinema está no filme The Driver, de 1978, estrelado por Ryan O'Neal, Bruce Dern e a bela francesa Isabelle Adjani. Há pegas muito bons, com belas e arrojadas manobras do princípio ao fim na cidade de Los Angeles, na Califórnia. Consta que Steve McQueen teria sido indicado para viver o papel principal, mas O'Neal, que havia feito vários cursos de pilotagem por conta própria, dirigiu muito melhor. No meio do filme ele aparece em um Firebird preto. Ao final, junto com Isabelle, está a bordo de um picape Chevrolet vermelho muito potente e tem um combate feroz com um

Trans Am 1976 (abaixo) equipado com motor 455 SD, branco com faixas decorativas. Quem pilota o Firebird é poupado após o acidente, pois também é um driver de gabarito. Talvez este seja o melhor pega do filme.

Num dos últimos de John Wayne, de 1974, que se chama McQ, ele interpreta um detetive durão já aposentando. Em algumas cenas dirige um Firebird Trans Am verde 1973. E tem boas perseguições no filme, que teve inspiração em Operação França.

O grande McQueen vive em The Hunter, de 1980, um caçador de recompensas. E faz papel de um "navalha". Numa de suas caçadas, usa um Firebird 1979 preto alugado, mas pergunta antes se não tinham um carro mais velho. Neste carro, em uma perseguição no meio de uma plantação, tenta escapar sem sucesso de uma colheitadeira. O carro é esmagado, mas ele escapa. Ótimo filme.

Outra aparição do Firebird nas telas que não pode ser esquecida foi o seriado Knight Rider (no Brasil, Supermáquina), onde um Trans Am preto (abaixo), chamado KITT (sigla para Knight Industries Two Thousand, ou 2000), contracenava dialogando com seu motorista Michael Knight (David Hasselhoff). Entre suas capacidades estava a de resgatar o dono, em situações de perigo, ao chamado feito por ele em um intercomunicador disfarçado em seu relógio de pulso.

Nas cenas de ação, bastava ao motorista acionar o botão Turbo para o carro voar — literalmente. Na frente, duas seqüências de luzes vermelhas piscando, que se encontravam e se afastavam, eram uma característica do carro. O que se viu de luz suplementar de freio montada na grade de carros nacionais para tentar imitar a idéia...

Francis Castaings e Fabrício Samahá

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade