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Carros do Passado

O F-1000 tinha ainda freios dianteiros a disco ventilado, opção de direção assistida e versões básica e de luxo, esta com pintura em duas cores e retrovisor do lado direito. Com o aprimoramento da tecnologia do álcool, o motor de quatro cilindros do F-100 era adaptado ao combustível vegetal em 1982.

Em 1985 a concorrência da GM era renovada, exigindo resposta da Ford: chegava o motor a álcool de seis cilindros e 3,6 litros para o F-1000-A, dotado também de pneus radiais

Na década de 1980 a concorrência com a GM se acentuava no segmento. Os picapes ganhavam adeptos entre motoristas urbanos e surgia o mercado de transformação desses veículos, que ganhavam cabine dupla ou carroceria de perua, interior sofisticado e repleto de acessórios — não raro chegando ao mau gosto —, pneus largos, equipamentos os mais variados (leia boxe).

Em abril de 1985 a GM dava um grande passo, com a moderna série 10/20, e o F-1000 ficava para trás. A Ford respondeu rapidamente com a versão SSS, ou Super Série Special, dotada de faixas decorativas e alguns itens de conforto, lançada quase em simultâneo ao concorrente. Logo em maio surgia o F-1000-A, versão a álcool em que o veterano motor de 2,3 litros (mantido no F-100) dava lugar a um mais potente de seis cilindros e 3,6 litros.

Meses depois, na linha 1986, um novo estilo frontal, com quatro faróis retangulares e grade no mesmo padrão

Trazido da Argentina, onde equipava — rodando a gasolina, claro — o velho sedã Falcon, desenvolvia 115 cv e torque de 25,9 m.kgf, o que enfim garantia desempenho comparável ao conhecido 4,1-litros da GM. O F-1000-A estava também mais robusto, com a capacidade de carga ampliada de 750 para 1.000 kg, confortável, com banco dividido em 1/3 e 2/3, teto solar e sistema de ventilação mais eficiente, e seguro, com pneus radiais em medida 215/80-16 e calotas. Continua

Os especiais
Seria impossível relacionar aqui todas as empresas que transformaram o F-1000 (assim como seus concorrentes da Chevrolet) em cabine dupla, perua ou simplesmente o equiparam ao gosto do cliente. Mas algumas marcas, sem dúvida, se destacaram, como Demec, Engerauto, Furglass, Sidcar, SR, Sulam e Walk.

A Furglass, empresa de Guarulhos, SP, produziu por muitos anos na década de 80 o Furglaine (foto), espécie de van de grande porte, quase um microônibus. Com base no chassi dos picapes F-100 e F-1000 ou do caminhão leve F-4000, tinha porta lateral corrediça, três fileiras de bancos (2+2+3 lugares) e itens de conforto como ar-condicionado, revestimento de couro e luxuoso acabamento.

A SR Veículos Especiais, empresa do grupo Souza Ramos, concessionária Ford e que em 1997 criaria a Mitsubishi Motors do Brasil, apresentou em 1986 uma linha de cabines-duplas com surpreendente leveza de estilo. A receita foi utilizar o conjunto de faróis e luzes de direção do Del Rey, que se adaptou de forma feliz às linhas antes truculentas do F-1000.

No ano seguinte a linha passava a incluir uma versão de quatro portas, algo que a GM já oferecia de fábrica, mas a Ford nunca disponibilizou para esse picape.

A mesma SR deu um passo adiante ainda em 1987. Com base no chassi e na mecânica do F-1000, e utilizando uma carroceria de plástico reforçado com fibra-de-vidro, lançou o Ibiza, veículo de proposta similar à do Furglaine, mas de linhas arredondadas. Com 5,5 metros de comprimento e 2,5 m de altura, pesava 2,5 toneladas e oferecia relativo conforto — mas tudo isso tinha de ser arrastado pelo modesto motor diesel, sem turbo.

Pé grande

Se fazem tanto sucesso nos Estados Unidos, em exibições nas quais passam por cima de carros velhos, por que não criar um no Brasil? A SR veículos Especiais levou a idéia adiante e apresentou, no Salão do Automóvel de 1988, o Big Foot, um enorme veículo com chassi de caminhão (Ford Cargo 1418), pneus de trator e carroceria de um F-1000 transformado em perua.

O "pé grande" (tradução do nome, que nos EUA designa esse tipo de veículo) era exagerado em tudo: media quatro metros de altura, pesava sete toneladas e usava pneus de 1,70 metro de diâmetro, com peso de 400 kg cada um. Pintado em amarelo, laranja e vermelho — como se fosse preciso para chamar a atenção —, tinha cinco amortecedores na cor verde-limão em cada roda, mas apenas um realmente ligado à suspensão. E não fazia curvas, por falta de espaço para esterçar os imensos "pés" junto ao chassi.

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