por Iran Cartaxo Valores de potência: falsos ou fundamentados?
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A imagem que você atribui a nosso serviço de consultoria, Fabiano, é diametralmente oposta à que fazem milhares de leitores e dezenas de usuários do serviço. O Consultório de Preparação do Best Cars é reconhecido nacionalmente como de primeira linha e, esteja certo, não existe qualquer interesse do site em mascarar, inflar ou sobrestimar valores de potência ou desempenho. Não procede que o site atribua a diversos carros só com turbo, a 0,8 kg/cm², potência da ordem de 300 cv. A média para motores 2-litros, cilindrada até superior à média presente na seção, está em 200 cv. Em relação ao Gol VR6 (leia a consulta), o motor está superalimentado por dois turbos a 1,4 kg/cm². Todo carro bem preparado com mais de 1 kg/cm² de pressão alcança potência específica (saiba mais) superior a 100 cv/litro. Em se tratando de um motor moderno, como o VR6 citado, é comum obter mais. A preparação citada compreende dois intercoolers, duas turbinas bem dimensionadas, alimentação e ignição bem ajustadas e pressão de 1,4 kg/cm², o que supera facilmente 140 cv/l. Vale dizer que é muito fácil perder potência durante uma preparação devido a má regulagem e a escolha errada de componentes (saiba mais). Em números: - a falta dos intercoolers na preparação citada levaria a uma perda de potência de 8%; - uma regulagem de mistura muito rica a com ponto de ignição muito baixo (como é facilmente observado em muitas preparações menos criteriosas) faz perder facilmente 15% de potência; - dimensionamento errado das turbinas (turbos grandes demais, pequenos demais ou em configuração errada, como não usar bipulsativa em motores de 4 cilindros ou dois turbos em motores de 6, por exemplo) podem levar a uma perda média de 5%; - sistema de escapamento com o diâmetro errado (largo ou estreito demais) normalmente subtrai 6%; - coletor de escapamento para turbo mal projetado (como os muitos que se vê para motores AP em ferro fundido) leva a outros 8% de perda. Somando tudo teríamos uma perda acumulada de 49% sobre o ganho possível com a preparação, só considerando os itens principais mencionados. Para um preparação como a citada no motor VR6, a potência iria para somente 299 cv, que é o que se observa como ganho obtido para preparadores de pouco critério, recursos ou conhecimento técnico. Fazendo o mesmo procedimento para seu carro e considerando uma preparação criteriosa, de nível técnico elevado, a potência deveria estar em cerca de 315 cv (num cálculo rápido), para 1,5 kg/cm², ou 441 cv para a pressão altíssima de 2,5 kg/cm². Era de se esperar que com toda essa potência o carro realmente fosse um "capeta" para andar. Os 220 cv a que seu preparador se referiu provavelmente são a potência disponível nas rodas, que realmente se encontra nestes níveis para conjuntos de transmissão menos eficientes e para a pressão de 1,5 kg/cm². Caso contrário, se ele se referisse à potência no volante do motor (como todas as potências mencionadas no Best Cars, para preparação ou motores originais), sua preparação deve estar com muitas ineficiências. Quanto à aerodinâmica do S10 (leia consulta), sua afirmação leva-nos a acreditar que seus conhecimentos sobre automóveis sejam reduzidos. Um conhecimento mediano permitiria saber que a aerodinâmica de um automóvel nada tem a ver com a potência de seu motor. Seu reflexo se faz sentir, sim, na velocidade final desenvolvida, que no caso do S10 -- apesar de toda a potência -- foi de somente 216 km/h, o que um Vectra atinge com cerca de 150 cv. O S10 citado possui 180 cv originais e 4,3 litros, o que torna fácil chegar aos 333 cv com sobrealimentação -- muito mais fácil que num 2-litros como o motor VW. Quanto ao esperado para seu motor, se realmente não alcançou aquilo -- o que só um dinamômetro pode aferir -- , seria o caso de verificar onde estão as perdas e otimizar sua preparação, para o que permanecemos à sua disposição. |
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