por Iran Cartaxo Gol com motor VR6 biturbo: 416 cv, 293 km/h!
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Você tem dois elementos
facilitadores: o primeiro é o carro escolhido, o Gol GTI
16V, que já recebeu diversos reforços da engenharia da
VW e é capaz de suportar os 174 cv do motor VR6 só com
simples redimensionamento de suspensão (amortecedores de
carga maior), freios (pastilhas esportivas mais macias)
e, eventualmente, pneus (passando a 205 mm de largura) e
rodas (de aro 16 e tala mínima de 6,5 pol). O outro elemento facilitador é o tamanho do motor V6 escolhido: o VR6, cujo ângulo entre as bancadas de cilindros (15 graus) é dos menores já vistos, foi projetado para cofres reduzidos e isso facilitará sua colocação no Gol. Mesmo assim acomodar o VR6 no cofre do Gol será a parte mais complicada da adaptação. Primeiro deve-se optar pela posição de montagem, transversal (como no Golf e no Passat anterior) ou longitudinal. Desta escolha dependerá o câmbio a ser utilizado: o do Passat acidentado, no caso da montagem transversal, ou o original do Gol, com uma flange adaptadora no caso de montagem longitudinal. Esta escolha deve ser feita pelo profissional designado para fazer a adaptação, que deverá levar em consideração as dificuldades e custos envolvidos na montagem dos dois conjuntos. Vale dizer que a montagem transversal, original de projeto do motor VR6, deve ser preferida. Pode ser necessário trabalho nas chapas do cofre do motor para alojar o VR6, além de haver dificuldades para fazer os novos pontos de fixação do motor. Todo o chicote elétrico também deve ser refeito e muitos outros subsistemas, como o de refrigeração, têm de ser redimensionados. Nestas tarefas, mais uma vez os restos de seu Passat podem servir de doadores. Superadas todas as dificuldades, estando o carro com motor VR6, sua insatisfação com a retomada deverá ter sido sanada: serão 24 m.kgf de torque a 4.200 rpm, contra os 17,8 mkgf a 4.500 rpm originais. Outra tarefa será superar os 400 cv. Simulamos o desempenho do Gol GTi 16v com o motor VR6 original e com o VR6 preparado com biturbo (dois turbocompressores, como convém a um motor de 6 cilindros -- saiba mais), intercooler, rodando com álcool e 1,4 kg/cm² de pressão de sobrealimentação. Observe o desempenho esperado: |
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Superar os 400 cv não é
tarefa fácil, pois são mais de 100% de aumento sobre a
potência original do VR6. Tal incremento de potência
requer o emprego de sobrealimentação para não
sacrificar em demasia a dirigibilidade em baixa rotação.
Neste caso, o uso de dois pequenos turbos de fluxo
simples, um para cada bancada de 1,4 litro deverá
atingir ótimo resultado. Será necessário usar alta
pressão, o que consiste uma dificuldade devido à
elevada taxa de compressão original do motor (10:1). Pode-se
optar por reduzi-la ou por empregar álcool como
combustível. Como já se tem uma taxa original alta,
fica mais simples optar pelo álcool, que não deve
implicar perda de rendimento antes da entrada do turbo,
por causa da taxa mais alta e da possibilidade de
empregar maior avanço de ponto de ignição nestas
condições. O sistema de injeção deve ser adaptado levando em consideração a possibilidade de corrosão pelo álcool. Deve-se utilizar remapeamento ou caixa de gerenciamento adicional para adequar a injeção e ignição às novas condições impostas pelo uso do álcool e do biturbo. Para tal nível de desempenho deve-se rever todo o carro, podendo ser necessários reforços estruturais, sem falar no redimensionamento de freios, com pinças, discos e pastilhas mais eficientes; rodas e pneus, procurando maximizar a área de contato com o solo (225/35 R 16 V é uma medida interessante); suspensão, com molas e amortecedores mais rígidos; câmbio, podendo exigir engrenagens mais fortes e com certeza pedindo uma embreagem mais resistente. Tudo isso visa garantir um bom comportamento dinâmico, segurança e a durabilidade do conjunto. Além disso só resta recomendar força de vontade, um pé-de-meia vultuoso para garantir a aventura e consciência para dirigir o bólido que terá nas mãos. Afinal, domar um Gol que pode beirar os 300 km/h não é para qualquer um. |
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