A "revolução total" em xeque

O conhecido Ranger, revigorado com um potente motor,
chama para a briga um Hilux que promete novos conceitos

As versões de topo usam motores de mesma cilindrada e potência, oferecem tração integral e equipamentos semelhantes, por preços pouco abaixo dos R$ 100 mil

O "efeito Corolla" repetiu-se. Como acontecera há três anos entre os sedãs médios, em que o antes tímido modelo da Toyota revigorou-se com a nova geração e assumiu a liderança do segmento, a reformulação do picape Hilux tirou-o instantaneamente do último lugar em vendas na categoria e colocou-o no primeiro, já em abril, seu primeiro mês no mercado. Para a concorrência foi devastador.

Seria só o apelo de novidade, em um mercado que tem visto poucos lançamentos efetivos (o último foi o Mitsubishi L200 Sport, há dois anos), ou haveria mesmo razões para que o novo Hilux, anunciado como uma "revolução total" em picapes, devorasse a fatia do bolo de adversários bem estabelecidos? O BCWS resolveu tirar a dúvida colocando frente a frente a versão de topo da Toyota — SRV de cabine dupla com motor turbodiesel de 3,0 litros e tração nas quatro rodas — e o Ford Ranger, em configuração idêntica e no acabamento de topo Limited.

Por que apenas o Ranger? Primeiro, porque outro importante concorrente, o L200 Sport, simplesmente não existe para as avaliações da imprensa — a Mitsubishi ainda não destina veículos para esse fim, o que é lamentável. Segundo, porque dois outros (Chevrolet S10 e Nissan Frontier) receberão em breve motores evoluídos, capazes de atender às novas normas de emissões poluentes. O picape da Ford, por outro lado, já sofreu essa alteração.

As versões escolhidas são concorrentes diretas, seja em proposta, porte, potência (os mesmos 163 cv) e preço, os "quatro Ps" que norteiam nossa seleção para comparativos. Como avaliados, o Ranger custa R$ 97,2 mil, e o Hilux, R$ 99,8 mil, mas o primeiro vem com alguns itens adicionais de série, como revestimento dos bancos em couro (veja tabela). A Ford oferece o acabamento XLT, sem o couro, enquanto a Toyota dispõe de câmbio automático opcional. E até a procedência dos dois é a mesma: são fabricados na Argentina. Continua

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Data de publicação: 5/7/05

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