
C3: o melhor motor, com 16 válvulas,
funcionamento suave e 110 cv

Fit: ignição dupla e bom torque em baixa
rotação, mas prejudicado pela cilindrada

Polo: bom motor torna-se ruidoso com
as relações de marcha curtas demais

Clio: mesma potência do C3 e torque
próximo, mas com ligeira aspereza

O câmbio do Citroën, bom de usar como
o do VW, tem o engate da ré mais fácil

Inovação: com o Fit, o primeiro câmbio
de variação contínua em um carro nacional |
Mecânica, comportamento e
segurança
As escolas de duas e de
quatro válvulas por cilindro enfrentam-se mais uma vez. Renault e
Citroën adotam a segunda solução, que lhes garante a maior potência do
grupo (110 cv), enquanto a VW (101 cv) e a Honda (80 cv) preferem o
conceito tradicional de duas válvulas. O Fit é prejudicado, claro, pela
cilindrada bem inferior, mas é único no recurso da dupla ignição
seqüencial (saiba
mais sobre técnica).
O Citroën tem o maior torque: 15,6 m.kgf a 4.000 rpm, seguido pelo
Renault com 15,2 m.kgf a 4.250 rpm, VW com 14,3 m.kgf a 3.250 rpm e
Honda com 11,8 m.kgf a 2.800 rpm. Este, se não brilha em
potência específica (60 cv por litro, ante
63 do Polo e 68 dos demais), destaca-se pelo torque bem razoável em baixa
rotação, o que o faz parecer, no uso urbano, mais próximo dos demais do
que de fato está.
Como se espera, os dois mais potentes são os mais ágeis e revelaram
melhores marcas na simulação de desempenho exclusiva do BCWS. O
C3 e o Clio vencem em velocidade máxima e aceleração, ficando o Polo com
melhores retomadas (veja os números e uma análise
detalhada). Já em consumo a vantagem é do Fit, tanto em cidade
quanto em estrada, seguido por C3 e Clio, equilibrados, e pelo Polo.
O motor Citroën é bastante suave, girando sem esforço, o que contribui
para a sensação de desempenho; os demais são um pouco ásperos. Isso
influi também no nível de ruído — ou em sua percepção pelos ocupantes —,
um de seus pontos de destaque, mesmo sem ter revestimento fonoabsorvente
sob o capô. É do Polo o pior resultado neste aspecto: com relações de
câmbio muito
curtas, torna-se incômodo já na faixa de 110-120 km/h, "pedindo marcha"
como se diz popularmente.
À parte as relações, tema já bastante debatido no BCWS (saiba
mais), o câmbio do Polo agrada muito pelos engates leves e precisos.
É seguido de perto pelo C3 e de longe pelo Clio — o trambulador, que
torna o comando duro e impreciso, continua um ponto crítico dos Renaults,
além de se estranhar o movimento da alavanca ao acelerar.
No Citroën o engate da ré é direto como uma sexta marcha, sem travas
desnecessárias, enquanto o Renault e o VW usam anel-trava (necessário
neste caso, por estar no mesmo local da primeira).
O câmbio de variação contínua (CVT) do Honda, primeiro em um carro
nacional, funciona muito bem. Com três modos de operação (normal,
esportivo e low, reduzido), consegue manter o motor na rotação
desejada pelo motorista em qualquer situação. Em nenhum momento
incomodou por deixar o ponteiro do conta-giros acima ou abaixo do que
pretendíamos com o acelerador (leia
artigo técnico completo).
Continua
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