Diante da variação de até
30 cv na potência, o leitor já poderia esperar diferenças
razoáveis no desempenho dos quatro modelos. Ainda assim, a
exclusiva Simulação de Desempenho
pelo consultor Iran Cartaxo revelou algumas surpresas.
Em velocidade máxima, falaram mais alto os 110 cv do Clio e do
C3, este beneficiado pela melhor aerodinâmica. Ambos exibem
perfeito "casamento" de rotações, atingindo regime muito próximo
ao de potência máxima (5.750 rpm). O Polo, além de 9 cv menos
potente, padece da escolha de relações curtas demais,
excedendo-se em 400 rpm e ficando atrás. Mesmo após alongar a
quinta em 5%, a VW precisaria de mais 8% para o equilíbrio de
regimes.
Quanto ao Fit, o dado a que chegamos coincide com o declarado
pela Honda no exterior (onde tem 3 cv a mais), mas é preciso
considerar que o simulador não interpreta corretamente as
infinitas relações do CVT. Caso o câmbio possa "casar" as
rotações com perfeição, esta será a velocidade atingida com uma
relação de 0,54:1. Com a mais longa possível, 0,407:1, o motor
não teria potência suficiente e a velocidade seria menor.
Clio e C3 também empatam no 0-100 km/h e, tecnicamente, nas
demais acelerações. Polo e Fit vêm atrás, este com 0-100 em 13,5
s, ainda interessante diante da potência que possui
― o
CVT certamente contribui. Já nas retomadas a vantagem é do VW,
em função do câmbio curto. Não foi possível estabelecer valores
para o Fit, mas talvez fossem os melhores do grupo, pela redução
automática das relações ao premer o acelerador a fundo.
Finalmente, o Honda dá o troco em consumo, impondo 2,2 km/l de
vantagem sobre o segundo melhor (C3) na estrada e vencendo
também na cidade. Mais uma vez há equilíbrio entre Citroën e
Renault, mas o Polo fica em último pelo mesmo motivo conhecido:
câmbio curto demais. |




As curvas de potência e torque do C3, Fit, Polo e Clio, de cima
para baixo
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