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O que comprar com R$ 16,4 mil

Os cinco maiores fabricantes oferecem boas opções
de hatchback um-litro, mas há importantes diferenças

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Eles um dia foram chamados de populares. Continuam simples no acabamento e beneficiados por alíquota reduzida de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), 10%, mas já romperam a barreira dos R$ 15 mil (exceto o Fiesta três-portas) e podem superar os R$ 23 mil (Palio) com opcionais que vão de ar-condicionado e direção assistida a bolsas infláveis e freios ABS. Têm ainda em comum a liderança de vendas dentro dos respectivos fabricantes, que são os cinco maiores do País.

Clio, Corsa, Fiesta, Gol e Palio oferecem versões de acabamento básico, motor de um litro e oito válvulas e preços similares, para disputar o importante segmento que fica logo acima do preenchido por Celta, Gol Special e Palio Young. Curiosamente, só a GM tem nesta categoria superior um produto mais antigo do que o da inferior, incoerência a ser revertida com a chegada do novo Corsa -- talvez ainda este ano.

Nesta faixa os fabricantes já se dão a alguns luxos, como pára-choques pintados (Corsa e Palio) e revestimentos melhores, mas os carros ainda são bem espartanos. O destaque são as bolsas infláveis de série no Clio (opcionais no Palio e Corsa) e o imobilizador incluído no Fiat (opcional no GM e VW).

Ar-condicionado é disponível em todos, mas direção assistida e controles elétricos de vidros e travas, só no Palio e no Corsa. O Fiat é o único a poder vir com freios antitravamento (ABS) e toca-CD. E alguns itens ficam mesmo de fora nestas versões, como alças de apoio no teto, limpador e desembaçador traseiro no Clio -- incoerência diante da imagem de segurança em que investe a Renault.

Os carros são os mesmos de outro comparativo (saiba mais), mas aqui em versões inferiores. Os mais modernos são o Clio e o Palio, mas com senões: no Renault as linhas da traseira não agradam a muitos, assim como os enormes faróis, e no Fiat poderia ser mais harmônica a combinação de frente e traseira remodeladas com a parte central inalterada.

Gol, Corsa e Fiesta estão mais defasados, embora tenham apreciadores -- o Ford um pouco menos. O GM tem o mesmo estilo básico desde 1994 e isso pesa contra, embora os carros da marca costumem demorar a envelhecer. Dos três que não recebem pintura nos pára-choques, o mais desagradável é sem dúvida o VW, pois na frente atual a região cinza é bem maior do que na antiga, ainda usada na versão Special -- a impressão de serviço inacabado é flagrante.

Conforto e conveniência

Consegue-se melhor posição de dirigir no Clio, Palio e Fiesta, com banco bastante alto e comandos bem colocados -- já no Gol e Corsa estão descentralizados o volante, assento e pedais, além de faltar espaço para a perna esquerda. No VW há ajuste de altura como opcional. O Palio é um pouco mais amplo por dentro, com o Fiesta em desvantagem, sobretudo no banco traseiro.

Os cinco são espartanos no acabamento, mas o do Fiat melhorou na nova linha, assim como o desenho do painel -- o mais antiquado é o do Corsa. Nenhum traz o útil conta-giros, porém. Crítico no Clio o espaço para pequenos objetos, enquanto no Fiesta agrada o painel recuado diante do passageiro.

Uma conveniência oferecida pelo Renault, as cinco portas, não é oferecida nesta versão do Gol e custa mais nos outros. O Palio compensa em parte com o sistema que rebate todo o banco dianteiro, em vez de apenas o encosto, e o retorna à posição original. O porta-malas do Fiesta e do Clio são ligeiramente menores e o Ford vem com estepe externo, que poucos apreciam.

Mecânica, comportamento e segurança

Sem oferecer opção de 16 válvulas (que o Clio terá em breve), a Ford compensa com a oferta, desde o Fiesta mais barato, do saudável motor Zetec Rocam, com exclusivo acionamento de válvulas (saiba como funciona) que melhora o rendimento. É o mais potente e o de maior torque, com 65 cv e 8,9 m.kgf (veja os números). Sua vantagem é menos palpável sobre o Corsa, o segundo em potência, enquanto os outros três oferecem bom torque em baixos regimes, mas perdem em alta rotação.

O Palio perdeu 6 cv com o novo motor Fire, assumindo a "lanterna" em potência entre os cinco carros, mas ganhou em torque, suavidade e -- ponto crítico do modelo antigo e do Young -- economia. Pelos dados de fábrica ainda é o mais rápido em aceleração, quase empatado com Corsa e Fiesta, e bem à frente do Clio e Gol. O mesmo se aplica à velocidade máxima, exceto por ligeira vantagem (5 km/h) do Ford sobre o GM e o Fiat. Continua

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