A frente mudou bastante para
se identificar com os novos VW alemães; na traseira as novidades estão
restritas às lanternas e ao para-choque
As novas lanternas aparecem
mais quando acesas, embora o formato também tenha sido alterado; de
lado, retrovisores com luzes de direção
Mesmo sem o volante multifunção
opcional da foto, o ganho de aspecto no interior é expressivo e há novos
itens de conveniência na Sportline |
Quatro anos após seu lançamento a Volkswagen Spacefox se renova,
adotando o que a empresa chama de "novo DNA de estilo da marca", e
também algo a mais — sob a forma de um acabamento interno mais
caprichado — e algo a menos, reais no caso, já que as novas versões
custam menos, um pouco menos que as anteriores.
Nem perua, nem minivan — ou seja, nem Palio Weekend ou 207 SW, nem
Meriva, Livina ou Idea —, a Spacefox nasceu sendo chamada pela VW de
sportvan, mais um daqueles rótulos que se criam para produtos que
mesclam categorias. De acordo com seus criadores, conciliava a
dirigibilidade das peruas com o teto mais elevado e a consequente
sensação de amplo espaço interno dos monovolumes. Mas, ao cabo desses
quatro anos, a Spacefox não encontrou seus clientes, pois não seduziu os
fãs das peruas e tampouco os das minivans. E por quê?
Derivada do Fox, a cuja plataforma foram acrescentados bons centímetros
na traseira para criar um porta-malas digno do nome, a Spacefox não
emplacou. Para se ter uma ideia, em 2010 até maio a já mais do que
datada perua da Fiat, a Palio Weekend, registrou 14.183 emplacamentos
contra parcos 6.059 da Spacefox. E quanto ao resto da selva de
concorrentes, o Honda Fit (que não é uma minivan na definição exata, mas
acaba concorrendo com elas) emplacou 16.400 unidades, a Meriva 10.997, a
Idea 9.734... Pois é: como se vê, os brasileiros não acharam muita graça
na proposta da Volkswagen de esticar seu Fox e dar-lhe mais "space"...
O modelo 2010 representa a definitiva investida para reverter essa
situação, prometendo dar nova vida à "sportvan". Começa por ganhar a
nova carinha dos VW alemães mais recentes, já presente aqui no próprio
Fox e na perua
Jetta Variant. O retoque
externo foi mais extenso na frente, passou quase sem perceber as
laterais (há novos retrovisores com repetidores das luzes de direção,
uma boa medida) e mirou levemente a traseira, onde novos para-choque,
tampa, vidro e lanternas visam — de acordo com o discurso da VW durante
o lançamento em Curitiba, PR — a dar "mais horizontalidade" à Spacefox,
no sentido de fazê-la parecer mais baixa e larga. Trazem também uma
identificação imediata, não tanto pelo formato das lanternas, mas pela
característica singular com a qual elas se iluminam. Ou seja, de dia,
nada demais, de noite... olhe a nova Spacefox aí! É pouco? Parece. Mas
ainda há o interior e esse, realmente, recebeu uma evolução digna — e
muito necessária.
O tímido e pouco legível painel presente até então deu lugar a um quadro
mais caprichado e competente, como sempre deveria ter sido, tanto no
aspecto do uso prático quanto no que diz respeito aos materiais
empregados. Agora há computador de bordo e
configurador de funções. O verdadeiro grande salto à frente é ter
perdido aquele ar pobre, onde o efeito de plástico barato se sobrepunha
a qualquer suposta tentativa de atrair a atenção para praticidade ou
conveniência. E a reforma não se deu apenas no painel, onde se destaca
um quadro de instrumentos bonito e bem legível, como também no
acabamento geral de aparência e tato bem superiores e nos painéis das
portas, que galgaram muitas posições em termos de padrão. Para não
desmentir que se trata de um Fox, os inúmeros porta-objetos permaneceram
cá e lá.
Ainda falando do interior, revestimentos agradáveis ao tato, seja de
tecido ou no opcional couro, fazem dos bancos da Spacefox corretos
quanto à aparência e à ergonomia. Único senão — pequenino — é a dimensão
dos assentos, que economiza alguns centímetros no apoio às pernas. Muito
boa é a possibilidade, preservada, de avançar o banco traseiro. A mala
não encaixou? Avance o banco o quanto for necessário. O compartimento de
bagagem está vazio? Recue o banco e ganhe um confortável espaço para as
pernas. Muito bom o recurso.
Sob o aspecto técnico, sem novidades: o motor VHT Total Flex de 1,6
litro e duas válvulas por cilindro, um velho conhecido, com potência de
101 cv com gasolina e 104 cv com álcool. A ele, agora podem se conectar
dois tipos de caixa de câmbio, a convencional de cinco marchas e a
automatizada — versão I-Motion — com
mesmo número de relações, que elimina o pedal da embreagem e favorece o
conforto em centros urbanos, sem eliminar a possibilidade de comando
manual. Soa exagero, mas a velocidade máxima declarada aumentou cerca de
6 km/h, passando a 181 km/h segundo os dados de fábrica, atribuído à
melhoria do coeficiente aerodinâmico (Cx)
em 6% (agora 0,336). A melhor penetração favorece também o consumo, mas
o fabricante não informa esse dado, o que é lamentável.
Continua |