Em busca da reconquista

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O defasado Saveiro enfim dá lugar a uma geração moderna e
atraente, com qualidades para enfrentar Strada e Montana

Texto: Roberto Agresti - Fotos: divulgação

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Com cabine simples ou estendida, em acabamento Trend ou Trooper (o de rodas escuras), o desenho do Saveiro ficou agradável e harmonioso

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O interior traz mais espaço, acabamento correto e opções inéditas no picape como duplo ajuste do volante, computador de bordo e Bluetooth

Quatro clínicas realizadas com consumidores, antes e durante a execução do projeto, definiram a terceira geração do Saveiro. O resultado, espera a Volkswagen do Brasil, pode levar a novidade a reconquistar um trono que um dia foi seu, o de picape leve mais vendido do mercado nacional.

Há chance?

Pela análise de seu conteúdo técnico, pelo que ouvimos de engenheiros e marqueteiros e sobretudo pelo que sentimos no breve, mas esclarecedor teste de lançamento, a resposta é sim: o novo Saveiro é um forte competidor para o segmento de Strada e Montana, que conta ainda com o envelhecido Courier. O DNA original — ser derivado do líder de vendas nacional há 22 anos, o Gol — permanece. Todavia, houve o cuidado de não apenas colocar uma caçamba onde estaria um banco traseiro e o porta-malas, como praticamente ocorreu no primeiro Saveiro, derivado do Gol com motor refrigerado a ar e lançado em 1982 (a segunda geração veio em 1997).

O novo Saveiro é, efetivamente, um novo veículo — e com identidade própria, apesar de ter a cara e o motor do novo Gol. Ele aparenta a necessária personalidade afeita ao trabalho, a um uso mais profissional. Tem jeito de picape sério, de briga, coisa que a versão que substituiu, de linhas quase que delicadas — muito automóvel, pouco caminhãozinho — ficava devendo. Foi por conta disso que perdeu mercado para Strada e Montana? Talvez. É o efeito de sua majestade, o estilo. Mesmo quem for comprar um veículo deste segmento exclusivamente para trabalhar não vai querer algo feio ou antiquado — como o Courier, a maior caçamba da classe vestindo um bom conjunto mecânico, mas que não se moveu desde que foi lançado e é a lanterninha do segmento.

No novo Saveiro o conjunto estético agrada aos olhos. A frente é do Gol, que certamente não é um portento no desenho, mas o ponto forte é a lateral, com a musculosa linha da caçamba, que mesmo os menos atentos identificarão como semelhante à do Montana por conta de dois detalhes. Um é o vão ou degrau anterior à caixa de roda, útil para colocar um pé e ter melhor acesso à caçamba e a eventuais amarrações no rack que emoldura o vidro traseiro. Outro é a altura das paredes da caçamba, elemento característico do rival. Tal “cintura alta” fez perder visibilidade nas manobras em marcha à ré, o que pode ser atenuado com o sensor de estacionamento traseiro opcional.

Grande novidade é a introdução da versão de cabine estendida, que a VW espera que seja responsável por 60% das vendas. Levou 10 anos para que a pioneira ideia da Fiat com o Strada tivesse adversário. Ao ônus da caçamba menor, a versão estendida oferece harmonia. O bem-posicionado vidro na coluna lateral parece fundir-se com o da porta, trazendo um efeito estético feliz. Associado à leve curvatura do teto, não o faz ter aparência de corcunda, garantindo equilibro entre a porção dianteira e a traseira. Questionada sobre a possibilidade de uma futura terceira versão com cabine dupla, como fez recentemente a marca de Betim, a resposta foi taxativa: jamais.

Ambas as versões compartilham o comprimento de 4,49 metros e a distância entre eixos de 2,75 m, aumentos de 59 e 28,5 centímetros, na ordem, sobre o novo Gol. As portas não são as mesmas do hatch conhecido: como na primeira geração, mas não na segunda, são maiores que as dele e iguais às da futura versão de três portas do Gol. Na versão de cabine simples o Saveiro parece ainda mais longo, efeito da caçamba mais comprida, capaz de transportar 924 litros até as bordas contra os 734 da versão cabine-estendida.

Mas, como devem ter indicado as comentadas quatro clínicas entre os potenciais consumidores, os litros a menos pouco importam, pois pela pesquisa da VW os clientes da versão estão mesmo interessados naquele nicho entre os bancos dianteiros e a parede divisória da caçamba. E o que há ali? Espaço. Contra os meros 108 litros na cabine simples, há 300 litros na estendida. Um provocador espaço acarpetado, plano, que parece feito sob medida para... uma criança (ou duas, ou três!) viajar. Infração gravíssima e passível de pesada multa levar passageiros ali, mas quem já não viu isso ocorrer no Strada? Continua

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Data de publicação: 25/8/09

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