


Dessa vez o Jetta tem maior
entre-eixos que o Golf e não compartilha com ele nenhum painel de
carroceria, o que deu liberdade de desenho


Apesar de toques esportivos como
o defletor frontal com duas pontas, o estilo do sedã ficou conservador;
faróis de xenônio não são oferecidos |
Quase iguais por fora e por dentro, mas bem diferentes na mecânica e,
portanto, no comportamento: assim são as duas versões do novo Jetta, que
a Volkswagen apresenta no Brasil com o objetivo de conquistar, do
segmento de sedãs médios, uma fatia bem maior que a obtida pelos
anteriores Bora e Jetta. Isso mesmo: por meio das versões claramente
diferenciadas em termos técnicos — e no preço —, o novo carro substitui
dois modelos.
Se na Europa e nos Estados Unidos houve a sucessão do Bora (derivado do
Golf de quarta geração) pelo antigo Jetta (baseado no quinto Golf), ela
nunca se concretizou em mercados menos desenvolvidos como o mexicano —
onde ambos eram produzidos — e, claro, o brasileiro. As duas gerações,
de 2000 e de 2005, continuaram lado a lado, representando estágios de
evolução tecnológica diferentes e atendendo a públicos diversos, por
meio de definições próprias de conteúdo, motorização e preço.
Só que em 2009 o Golf europeu passou à sexta geração, criando a
necessidade de um novo sedã. Nos EUA, onde o Jetta representa o
carro-chefe da marca, havia demanda por um modelo mais espaçoso,
enquanto parte do público aceitaria alguma simplificação técnica —
abrindo mão, por exemplo, da suspensão traseira independente multibraço
— em nome de um preço mais baixo. A VW decidiu então fazer desse Jetta
de sexta geração um sedã independente em termos de carroceria e com duas
alternativas de construção.
O Jetta de mecânica simples chega ao Brasil na versão Comfortline, com o
conhecido motor de 2,0 litros e duas válvulas por cilindro usado desde
1998 no Golf, opção entre câmbio manual de cinco marchas e automático de
seis e suspensão traseira por eixo de torção — tudo como no Bora. O
outro Jetta, o de concepção sofisticada, vem com o nome Highline e traz
motor de 2,0 litros com turbocompressor,
resfriador de ar, quatro válvulas por
cilindro e injeção direta (o mesmo do
Passat e do Tiguan); caixa manual
automatizada DSG de dupla embreagem
com seis marchas e, como o antigo Jetta,
suspensão traseira multibraço.
Por esses conjuntos tão distintos o consumidor pagará preços também
distantes. O Comfortline custa R$ 65.755 (manual) e R$ 70 mil
(automático) e traz de série freios com sistema antitravamento (ABS),
bolsas infláveis frontais e laterais dianteiras, controle de tração,
rodas de 16 pol em alumínio com pneus 205/55, encostos de cabeça e
cintos de três pontos para todos os ocupantes, alarme antifurto,
sistema Isofix para fixação de cadeira
para crianças, faróis de neblina e sensores
de estacionamento dianteiro e traseiro.
Seus opcionais são um pacote de R$ 1.300 com limpador de para-brisa
automático, retrovisor interno fotocrômico
e temporizador de faróis; outro de R$
2.100 com controlador de velocidade,
ar-condicionado automático e volante com comandos de áudio e do
computador de bordo (no caso de câmbio automático, inclui alavancas para
trocas manuais de marcha e o preço sobe para R$ 2.620); rodas de 17 pol
com pneus 225/45, por R$ 1.600; revestimento dos bancos em couro
sintético, a R$ 600; teto solar com controle elétrico, por R$ 3 mil; e
rádio/toca-CDs com MP3, amplo mostrador sensível ao toque e
interface Bluetooth para telefone
celular, a R$ 1 mil. A conta fecha em R$ 80.100 para o automático.
No Highline, o preço básico de R$ 89.520 compreende os itens de série do
Comfortline e todos os seus opcionais, exceto o teto solar. Há ainda
controle eletrônico de estabilidade,
bolsas infláveis do tipo cortina, ar-condicionado automático de duas
zonas e faróis automáticos. As opções são teto solar (R$ 3 mil), ajuste
elétrico total para o banco do motorista (R$ 1 mil) e rodas com fundo
escuro e face externa usinada (R$ 300). Total, R$ 93.810.
Independente
Pela primeira vez em suas seis gerações, o Jetta tem carroceria toda
própria, sem qualquer painel metálico do Golf. Isso deu liberdade para
que o sedã tivesse proporções mais harmoniosas, em que a distância entre
eixos cresceu 73 mm, de 2,578 para 2,651 metros (no Golf é a mesma do
anterior). O comprimento aumentou de 4,554 para 4,644 m (90 mm) e a
largura é quase a mesma, 1,778 ante 1,781 m (menos 3 mm), assim como a
altura, de 1,461 para 1,473 m (mais 12 mm).
Continua |