



Discreto, mas bem resolvido,
o Voyage não parece adaptado de um hatch como é comum; esta versão
Comfortline inclui rodas de 15 pol
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Quinze por cento de um mercado de três milhões de unidades não é de se
jogar fora, mas a Volkswagen estava fora dessa festa desde 1995, ano em
que o Voyage deixou de ser produzido. Foi justamente quando o Gol de
segunda geração, lançado um ano antes, começava a expandir o sucesso do
modelo. Estrategicamente, foi um grande erro da VW, pois era tida como
certa a chegada do Voyage baseado no Gol "bolinha". Mas na época os
sedãs compactos não vendiam muito, o que deve ter levado à decisão.
Hoje esse segmento é uma realidade do mercado brasileiro, que tem
contendores de peso como o trio Classic, Prisma e Corsa sedã da General
Motors, o Ford Fiesta sedã, o Renault Logan, o Fiat Siena e agora o
Peugeot 207 Passion. A Volkswagen, que luta com tudo para reconquistar a
liderança, resolvera renovar o sempre campeão Gol (há 21 anos o mais
vendido), fazendo-o com maestria e colocando-o no mercado em junho. Seus
planos de lançar um "Gol sedã" eram mais do que sensatos e foi o que
aconteceu nesta semana, ao apresentar à imprensa especializada em
Florianópolis, SC o novo Voyage.
A ressurreição do nome tem causado polêmica, pois o
Voyage original sempre esteve à
sombra do Gol e até da Parati em vendas. Mas os que têm hoje mais de 30
anos devem se lembrar da imagem de sedã pequeno e rápido que ele
conquistou nos anos 80 e 90, sobretudo com as versões de 1,8 litro. Esta
segunda geração do sedã — que corresponde à terceira do Gol — chega em
versões de 1,0 e 1,6 litro e acabamentos básico, Trend e Comfortline,
estes dois apenas para o de maior cilindrada. O 1,0 tem preço sugerido
de R$ 31 mil, enquanto o 1,6 básico sai por R$ 35.180. Trend e
Comfortline custam R$ 37.600 e R$ 39.430, na ordem.
Mas nem tudo são flores, dado que o comprador terá que desembolsar boa
quantia para ter os itens opcionais hoje desejáveis, se não essenciais,
como direção assistida, ar-condicionado, vidros dianteiros e travas
elétricos, coluna de direção regulável (altura e distância), entre
outros, que montam a mais de R$ 9 mil. Se quiser bolsas infláveis
frontais e freios com sistema antitravamento (ABS), mais R$ 5.195 na
conta. A soma supera R$ 14 mil e representa 46% do preço do 1,0 e 40% do
1,6.
Os equipamentos de série do básico são poucos: banco do motorista com
regulagem de altura, controle interno dos retrovisores, relógio digital,
pára-sóis com espelho, faróis com duplo refletor (ao contrário do Gol),
rodas de 14 pol com pneus 175/70-14, porta-malas com abertura elétrica e
dois apoios de cabeça traseiros (podia ter três, não é, VW?). Os cintos
traseiros laterais são fixos, precisando-se pagar para tê-los retráteis
— embora pouco, R$ 90, num módulo que inclui alças de teto.
O Trend acrescenta direção assistida, conta-giros, chave tipo canivete,
cintos retráteis, frisos laterais e maçanetas na cor do veículo, coluna
central preta, retrovisores com pintura preta brilhante, detalhes
internos cromados, portas revestidas em tecido e temporizador do
limpador de pára-brisa. O Comfortline adiciona controle elétrico dos
vidros e travas, alto-falantes, volante ajustável, faróis de neblina,
pára-brisa com faixa degradê, rede no porta-malas, rodas de 15 pol com
pneus 195/55-15, detalhes cromados na grade, terceira luz de freio e
defletor traseiro.
Continua |