

O interior simples repete o
do Gol, mas o porta-malas é bem maior (480 litros) e traz mecanismo para
que a tampa se levante ao ser destravada



A versão básica: escasso
equipamento de série para conter o preço |
A
versão de topo com todos os opcionais fica em R$ 53.245 e compreende
travas e retrovisores elétricos, banco traseiro bipartido,
ar-condicionado, alarme com comando a distância, luz de leitura
dianteira, rodas de alumínio, bolsas infláveis frontais, volante com
comandos de áudio, ABS, computador de bordo, rádio com interface
Bluetooth e pintura metálica.
Bom trabalho
O visual do
Voyage agrada, embora tenha ficado mais sóbrio do que se esperava (veja
foto de estudo de estilo). Segundo a fábrica, e não há como duvidar
disso, o modelo foi projetado em simultâneo ao novo Gol. A fluidez das
linhas atesta isso, pois não há nenhum vestígio de adaptação. A grande
vantagem do sedã sobre o hatchback é, obviamente, mais espaço para
bagagem. O porta-malas acomoda 480 litros, bem mais que os 285 litros do
Gol.
Como a dobradiça é tradicional ("pescoço de ganso") em vez de
pantográfica, o espaço poderia ser ainda
maior. Esse tipo de dobradiça leva a interferência com a bagagem e pode
amassar as malas, mas no novo VW elas são posicionadas bem nas
extremidades do compartimento, de maneira que fica difícil encontrarem
as malas no caminho ao se fechar a tampa: as dobradiças são afastadas
954 mm uma da outra e a largura do porta-malas entre as caixas de roda é
de 855 mm.
Notável foi a VW ter desenvolvido e patenteado um freio de fim de curso
das dobradiças, baseado em contra-mola acionada por ressalto em cada
uma. O sistema funciona bem e representa comodidade quando se tem as
duas mãos ocupadas com bagagem, em que basta acionar o controle a
distância, opcional para todas as versões, para que a tampa se levante.
Há controle elétrico no painel, de série em todas, mas a base de acesso
é muito alta, problema comum ao Gol. E o estepe fica na mesma posição do
hatch, portanto longe da traseira, por uma razão: a seção posterior do
assoalho agora é substituível em caso de colisão.
O bom trabalho de desenho confirma-se também pelo bom
coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,31
(Gol, 0,34), baixo considerando o porte do veículo. A área frontal é
pouco maior do que naquele por conta dos pneus mais largos (185/70-14
contra 175/70-13 no Gol), passando de 2,01 a 2,03 m², mas ainda assim o
Voyage sai lucrando, com produto Cx x área frontal 0,64, ante 0,68 no
Gol. Curiosidade: no Gol e no Voyage de primeira geração era ao
contrário, Cx muito pior no sedã — 0,50, enquanto no Gol era 0,46. O
novo Voyage mede 4,23 metros de comprimento e tem porte bem mais
imponente que o antigo, com seus 4,08 m. Está mais alto (1,464 contra
1,349 m) e mais largo (1,656 contra 1,601 m). O entreeixos é o mesmo do
novo Gol, 2,465 m, portanto 10,7 cm mais que o velho Voyage. Esses
números dão, com clareza, idéia do espaço interno de que os passageiros
dispõem agora. Tudo envolto por uma carroceria de desenho atual.
A preocupação com modernidade é visível com a oferta de navegador
portátil Volkswagen Tech, com a novidade de ser integrado ao sistema de
informação opcional I-System para todas as versões. Com o I-System, há
um mostrador no centro do quadro de instrumentos que indica a direção a
seguir, sem se precisar olhar diretamente para o mapa do navegador.
Mesmo que o carro não tenha o sistema de informação, as instruções
verbais do navegador são ouvidas através do sistema de áudio se o carro
tiver o rádio com entradas USB, para cartão SD e Bluetooth, que custa R$
980 no 1,0 e R$ 1.010 nos demais. Nada mais conveniente.
Rodar agradável
e seguro
O maior peso em relação
ao Gol, 970 contra 934 kg, prejudica o desempenho com motor 1,0-litro.
Tomando álcool como combustível (dados de fábrica), a aceleração 0-100
km/h leva 13,3 segundos contra 12,9 s do irmão hatchback. Dado
importante é a retomada 80-120 km/h em quinta, 16,9 s versus 16,3 s.
Mesmo com a melhor aerodinâmica, o Voyage 1,0 fica para trás do Gol em
altas velocidades, ao atingir 168 km/h ante 169 km/h, o que pode ser
explicado pelos pneus mais largos. Todavia, não nos foi possível andar
no Voyage 1,0, o que ficará para uma próxima oportunidade. O 1,6 que
dirigimos mostra bom vigor.
Continua |