Marcadores de combustível e temperatura do motor e o indicador da marcha engatada, ou se o câmbio está em modo automático, estão agrupados no grande mostrador digital logo abaixo dele. O conta-giros e o relógio são um caso à parte: dois mostradores salientes — como as orelhas do Mickey Mouse — e giratórios sobre a parte central do painel. Curioso. Também inusitado é o local em que se liga a ignição, no assoalho, ao lado da alavanca de câmbio. O sistema de áudio é composto por rádio/toca-CDs que lê arquivos MP3, mas sem entrada para aparelho externo, uma pena em um carro com proposta jovem e de alcançar um público de vanguarda. Em outros mercados há um toca-CDs para seis discos com entrada auxiliar.

Os bancos têm a firmeza correta, abraçam o corpo e não permitem que os ocupantes escorreguem em curvas tomadas com mais vigor. Os pedais, fixados no assoalho, também são uma novidade — há muito tempo não se via essa montagem para o de freio, embora haja casos, como o do Honda Civic, desse uso para o acelerador. Essa solução causa certo problema na hora de frear, pois para se modular corretamente a frenagem o motorista precisa tirar o calcanhar do chão e perde seu apoio. No mais, pedais fixados dessa maneira são mais confortáveis e permitem um controle fino mais apurado. No Fortwo Coupe o teto é sempre panorâmico, de policarbonato, mas fixo — não há nada além da peça plástica e uma pequena faixa da estrutura metálica. Para neutralizar o sol tropical há uma tela retrátil.

O porta-malas com capacidade de 220 litros é pequeno, e não poderia ser diferente, mas pelas proporções do carro e sua proposta o espaço é mais do que suficiente. Os hatches pequenos de cinco lugares — em teoria — do mercado levam pouco mais que isso e, de qualquer forma, houve ganho importante em comparação à primeira geração do Fortwo (150 litros). E como acomodar uma parte mecânica digna de um carro de vanguarda em um espaço tão pequeno? Soluções engenhosas proliferam pelo Smart. Localizada sobre o eixo traseiro em posição transversal e inclinada a 45° para trás, de maneira que em uma colisão deslize sob a cabine, a unidade de 1,0 litro e três cilindros, com quatro válvulas por cilindro, usa turbocompressor na versão vendida no Brasil e produz potência de 84 cv, o que está pouco acima dos motores 1,0-litro aspirados de duas válvulas por cilindro nacionais, mas leva vantagem no torque de 12,2 m.kgf.

Ela vem acoplada a um câmbio de cinco marchas com trocas automatizadas, que permite a condução no modo automático ou com trocas de marchas manuais, seja pelos comandos do tipo borboleta no volante, seja na alavanca do console. A caixa produz efeito de arrasto, isto é, faz o carro se mover lentamente assim que o freio é liberado, o que facilita pequenas manobras. Os freios são equipados com sistema antitravamento (ABS), distribuição eletrônica de frenagem e assistência adicional em emergência (BAS). O pacote de segurança abrange ainda controles de estabilidade e de tração e o Hill Start, auxílio de arrancada em subidas. As rodas são assimétricas: as dianteiras têm tala de 4,5 pol e pneus 155/60, e as traseiras, tala de 5,5 pol e pneus 175/55, sempre com aro de 15 pol. O motor traseiro leva a maior peso nesse eixo (quase 60% do total), razão dos pneus mais largos. E não existe estepe no Fortwo, apenas um sistema de reparo de furos.

O Smart é apresentado em versões Coupe e Cabrio, ou seja, fechada e com teto conversível. Em termos mecânicos e de equipamentos não há distinção entre elas. Ambas vêm com os citados recursos de segurança, bolsas infláveis frontais e laterais (que protegem tórax e cabeça), ar-condicionado, câmbio automatizado e o referido sistema de áudio, que inclui um pequeno subwoofer e tem qualidade acima da média. Todo esse pacote custa R$ 57.900, faixa de preço de bons sedãs médios com motor ao redor de 2,0 litros. Continua

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