



Mesmo nesta cor em que a
estrutura (em preto) é mais discreta, o Smart Fortwo chama muita atenção;
os faróis baixos usam refletor elipsoidal |
Carro de brinquedo. Miniatura. Cabe gente aí dentro? É caro. É feio. É
uma graça. Baita carro. Essas foram algumas das diversas expressões que
ouvimos enquanto avaliamos o Smart Fortwo, produzido em Hambach, na
França por uma divisão da Daimler-Benz, que também faz os Mercedes.
Qualquer que fosse a manifestação daqueles que viam o carro pela
primeira vez, era inevitável que esboçassem um sorriso. O Smart consegue
algo muito interessante: mesmo os mais críticos acabam sucumbindo a seu
charme. E isso ele tem mesmo: o charme de ser diferente. Mas queríamos
comprovar o que mais ele oferecia além desse atributo.
Com um comprimento de 2,69 metros, largura de 1,55 m, altura de 1,54 m e
entre-eixos de 1,86 m, o Smart chama a atenção justamente por ser
pequeno, muito pequeno. Seu desenho, até mesmo em função de suas
dimensões, também é peculiar — bem mais curto e estreito que o de
qualquer carro do mercado, além de um tanto alto. A frente abriga
eficientes faróis (com refletor elipsoidal
para o facho baixo) e uma pequena grade que serve para ventilar os
sistemas que estão alocados ali. O motor não está na frente e sim sobre
o eixo traseiro. Dessa maneira, sob o capô frontal acham-se apenas
reservatórios do sistema de refrigeração e de limpeza do para-brisa.
A lateral é simples, formada basicamente pela porta. Há diferença entre
os lados na porção traseira em função da entrada de ar para o motor, que
existe apenas no lado esquerdo. No lado direito fica o bocal de
combustível. No entanto, o que mais chama atenção na lateral é a
estrutura em cor contrastante com a pintura (preta no caso do carro azul
avaliado). Chamada pela Mercedes de célula de segurança Tridion, é feita
em aço de alta resistência e funciona como um escudo protetor de todo o
habitáculo. Formada por elementos transversais e longitudinais e
reforçada em pontos estratégicos, a célula é a grande responsável pelos
bons resultados de um carro tão pequeno nos testes de impacto
norte-americano e europeu.
Com exceção da célula de sobrevivência, toda a carroceria é feita de
plástico: painéis de porta, capô, tampa do porta-malas e para-lamas. Na
Europa é possível trocá-los para deixar o carro com uma nova cor. A
traseira não guarda muita coisa especial: as lanternas são divididas em
duas circunferências de cada lado e a tampa do porta-malas vem em duas
seções. A superior abre somente o vidro e a inferior traz a parte de
plástico.
Internamente, pode-se dizer que o Smart é bem resolvido. As duas pessoas
sentam-se em bancos deslocados, com o direito fixado mais para trás, o
que melhora o espaço lateral e aumenta a visibilidade do motorista para
a direita. Espaço para as pernas não falta, mesmo para os mais altos, e
o motorista acomoda-se bem apesar do volante sem regulagens. O
acabamento é muito bom. Todo revestido em tecido, até mesmo o painel, o
plástico — que não é dos mais elaborados — pouco aparece e, por isso, é
transmitida uma sensação de qualidade. Os instrumentos estão agrupados
em um único módulo com o velocímetro analógico em destaque.
Continua |