Maior que o antigo Mégane e
derivado de sua nova geração, o Fluence vem em duas versões, com o motor
do Sentra e caixa manual ou CVT
O estilo é típico da Renault,
embora o projeto tenha partido da parceria com a Samsung na Coreia do
Sul; porta-malas de 530 litros é destaque |
A aliança formada em 1999 pela francesa Renault e a japonesa Nissan
vinha, até agora, discreta aos olhos do consumidor brasileiro: seu único
resultado em termos de produto era o uso do motor Renault de 1,6 litro
na Nissan Livina. Isso muda com o lançamento do Fluence, sedã médio que
substitui duas gerações do Mégane na linha da marca francesa: pela
primeira vez, soluções técnicas e de conveniência da Nissan chegam a um
Renault para compor uma interessante opção no segmento.
Apresentado em 2009 na Europa, o Fluence é um projeto da Renault-Samsung
sul-coreana (que o vende naquele mercado como SM3) com base no Mégane
francês de terceira geração, que por sua vez mantém a plataforma C do
grupo, usada já no segundo Mégane. Como sedãs desse porte têm baixa
aceitação em vários mercados europeus ocidentais, os principais alvos do
Fluence são os países do leste, caso da Turquia onde é produzido. A
versão que vem para cá sai da unidade de Santa Isabel, na província de
Córdoba, na Argentina — e retoma a origem do primeiro Mégane, que deu
lugar aqui ao segundo modelo feito em São José dos Pinhais, no Paraná.
Com esse Mégane a Renault cometeu alguns erros de estratégia. Além da
infelicidade de chegar ao mercado na mesma época do novo Civic, em 2006,
o carro estreou algo defasado, quatro anos depois da Europa, onde já
havia recebido retoques visuais que nunca tivemos; teve a linha iniciada
pela menos expressiva versão de 1,6 litro e caixa manual, enquanto a de
2,0 litros com caixa automática apareceu quando a novidade já havia
esfriado; e se manteve até o fim sem flexibilidade em combustível para
esse motor mais potente, algo que o mercado não tem aceitado em carros
nacionais. Com o Fluence, a empresa mostra ter aprendido com essas
falhas.
Quando chegar às concessionárias, em fevereiro, o novo carro terá um só
motor, o flexível de 2,0 litros e 16 válvulas da Nissan, com escolha
entre a caixa manual de seis marchas e
automática de variação contínua (CVT) X-Tronic, também da parceira
japonesa e de série na versão superior. Os acabamentos são dois,
Dynamique e Privilège, ambos com conteúdo que o posiciona bem na
categoria — argumento importante para a expectativa de vender 20 mil
unidades em 2011.
O Dynamique, por R$ 60 mil (caixa manual) e R$ 65 mil (CVT), traz de
série seis bolsas infláveis (frontais, laterais e cortinas),
chave-cartão para acesso ao interior e partida do motor, ar-condicionado
automático de duas zonas, direção com assistência elétrica; freios a
disco nas quatro rodas com sistema antitravamento (ABS),
distribuição eletrônica de força entre os
eixos e assistência adicional em
emergência; rodas de alumínio de 16 pol, alarme, computador de
bordo, volante revestido em couro com ajuste em altura e distância,
cintos de três pontos e encostos de cabeça para cinco pessoas, faróis e
limpador de para-brisa automáticos, banco traseiro bipartido 60/40,
controle elétrico dos vidros com função
um-toque para todos, fechamento automático de vidros ao travar o
carro, faróis de neblina, rádio/CD com MP3 e interface
Bluetooth.
Para essa versão, além do câmbio, as opções são teto solar com comando
elétrico (R$ 2.500) e revestimento dos bancos em couro (R$ 1.800). O
Fluence Privilège, por R$ 76 mil, acrescenta a caixa CVT,
controles de estabilidade e tração,
sistema de navegação, retrovisor interno
fotocrômico, sensores de estacionamento
traseiros, bancos de couro (em tom cinza claro, em vez do escuro do
Dynamique), rebatimento elétrico dos retrovisores,
controlador e limitador de velocidade,
rodas de 17 pol e sistema de áudio com mais alto-falantes e projeto da
empresa Arkamys. Opcionais, só o teto e
faróis de xenônio em um pacote de R$ 4.000.
O Fluence impressiona bem ao primeiro olhar, com linhas fluidas — razão
de seu nome, o mesmo de um cupê de
conceito de 2004 — e harmoniosas que, se lembram um pouco as do
Mégane, conseguem agradar com mais facilidade que as dele. Destaques do
desenho são os vincos pronunciados do capô que chegam ao emblema da
Renault, a curva da linha de cintura sobre as rodas dianteiras e sua
ascensão em direção à traseira, que deixa as janelas de trás com perfil
baixo, típico de sedãs de projeto recente. Comparado ao Mégane, ele mede
mais 12 centímetros em comprimento, 3 cm em largura, 1 cm em altura e
1,5 cm em distância entre eixos.
Continua |