Grade mais fechada,
defletores e saias, menor altura, rodas de 14 pol com pneus mais
estreitos: diferenças externas para os demais Polos
O interior ganha revestimento
exclusivo em tom cinza azulado, mas no restante o Blue Motion conserva
as características internas conhecidas |
A
ideia de preservação do meio ambiente, que hoje atinge todos os setores
da sociedade, não poderia deixar de fora a indústria automobilística. A
pressão ambiental fez com que as fábricas desenvolvessem novos produtos
e conceitos para reduzir as emissões de gases poluentes e de gás
carbônico (CO2), que não é tóxico, mas colabora para o aquecimento
global.
Dessa necessidade surgiu o conceito Blue Motion da Volkswagen. Lançados
na Europa, os veículos da série são mais econômicos e menos poluentes,
sempre equipados com motores a diesel. Há ainda ações paralelas da
fábrica alemã, como o plantio de uma árvore para cada carro dessa versão
vendido naquele continente. O conceito foi importado para o Brasil, mas
deixou na alfândega alguns aspectos do original europeu. O primeiro
deles foi deixar o motor a diesel de lado, em função de nossa legislação
que não permite o uso desse combustível em automóveis. A VW optou por
manter o 1,6-litro a gasolina e a álcool da linha VHT usado em outras
versões.
Além disso, lá o conceito Blue Motion é oferecido em diversos modelos da
marca, enquanto por aqui fica restrito ao Polo, por enquanto. A VW do
Brasil promete oferecer o Fox e o Gol com o pacote de mudanças que o
Polo recebeu, mas até o momento isso ficou restrito a uma apresentação
dos estudos no Salão do Automóvel de São Paulo em outubro passado.
A diferença do Polo normal para o Blue Motion começa pelo exterior. Com
nova grade de desenho mais fechado, saias laterais, defletor na parte
final do teto, palhetas do limpador de para-brisa mais favoráveis à
passagem do ar, altura de rodagem menor em 15 milímetros, rodas de 14
pol e pneus mais estreitos (165/70 R 14 em vez de 195/55 R 15) com baixa
restrição ao atrito, ele conseguiu melhora expressiva no
coeficiente aerodinâmico (Cx), de 0,35
para 0,31, além de ligeira redução na área frontal por conta dos pneus.
E chama atenção nas ruas — ainda que venha somente na tão comum cor
prata — pelas diferenças que ostenta para seus irmãos de produção.
Mas esse carro não guarda somente mudanças visuais: traz também mudanças
técnicas invisíveis e importantes para a condução. Além das rodas e dos
pneus citados, a direção conta com assistência
eletroidráulica, como eram os primeiros
Polos — o sistema depois deu lugar ao hidráulico por pressão do
departamento de corte de custos —, e o câmbio de cinco marchas tem
relações mais longas, privilegiando o consumo (saiba
mais sobre técnica).
Internamente o Polo Blue Motion também traz diferenças. O revestimento
traz a parte central dos bancos em tecido mais claro, denominado Popcorn
pela fábrica, assim como as portas. Ar-condicionado automático e
sensor de estacionamento na traseira vêm
de série nessa versão (e não na básica), assim como o sistema de áudio
com toca-CDs, função MP3, interface
Bluetooth para telefone celular e entradas USB, auxiliar para MP3
portátil e para cartão de memória. Entre os opcionais estão bolsas
infláveis frontais, controlador de
velocidade, freios com sistema antitravamento (ABS), alarme e...
controle elétrico dos vidros e retrovisores, que deveria ser de série em
qualquer Polo.
Todas as alterações externas do Blue Motion têm função técnica, ou seja,
colaboram para que o carro atinja um consumo inferior. Assim, a grade
dianteira mais fechada tem por função eliminar vãos livres na frente que
causariam maior arrasto aerodinâmico. As saias laterais têm como
objetivo disciplinar o ar nessa região, e o defletor traseiro, diminuir
a turbulência. Os pneus Dunlop SP 10 A contêm em sua composição sílica,
material responsável para diminuir o atrito de rolamento e, com isso,
permitir que o carro rode com menos esforço do motor. O efeito é
ampliado por sua alta e anormal pressão de enchimento, 42 lb/pol². Além
disso, as rodas de 14 pol (mais um retorno às origens, pois era o padrão
do Polo em 2002) reduzem o peso não suspenso
e também requerem menos esforço para ser giradas. Não representam,
porém, grande redução no diâmetro total dos pneus (cerca de 1% apenas),
pois o perfil destes é maior que nas demais versões.
Continua |