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O enorme compartimento de bagagem (715 litros) pode ser ampliado com o rebatimento elétrico do banco traseiro; a tampa em duas partes é um recurso prático

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Com 220 cv no motor V6 e três modos de tração, o Outlander comporta-se bem e lembra um automóvel ao volante, mas a suspensão deveria ser mais macia

 
Ficha técnica
MOTOR - transversal, 6 cilindros em V; duplo comando no cabeçote, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 87,6 x 82,9 mm. Cilindrada: 2.998 cm3. Taxa de compressão: 9,5:1. Injeção multiponto seqüencial. Potência máxima: 220 cv a 6.250 rpm. Torque máximo: 28,1 m.kgf a 4.000 rpm.
CÂMBIO - automático, 6 marchas; tração dianteira ou integral.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado; traseiros a disco; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica.
SUSPENSÃO - dianteira, independente McPherson; traseira, independente, multibraço.
RODAS - 7 x 18 pol; pneus, 225/55 R 18 H.
DIMENSÕES - comprimento, 4,64 m; largura, 1,8 m; altura, 1,68 m; entreeixos, 2,67 m; capacidade do tanque, 60 l; porta-malas, 715 a 2.000 l; peso, 1.635 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 200 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 9,7 s.
Dados do fabricante; consumo não disponível

O câmbio automático é outro destaque: além de ter seis marchas, admite mudanças manuais seqüenciais pela alavanca no console (sobe para frente, reduz para trás) ou puxando as alavancas de magnésio atrás do volante (sobe com a direita, reduz com a esquerda). Embora fixas à coluna de direção e não solidárias ao volante, elas são acionadas facilmente em curvas de estrada por sua grande extensão.

Como é habitual na marca, o modo manual é manual mesmo: o câmbio não reduz marchas ao se acelerar a fundo, mesmo que a 100%, nem passa à marcha superior na rotação máxima do motor, por volta de 6.300 rpm. A operação manual entra em atividade ao se colocar a alavanca de câmbio em um canal à esquerda, mas também pode ser acionada pelas alavancas do volante, mesmo com o câmbio em D. Caso não se queira mais comandar por meio destas, basta segurar a da direita por dois segundos para desativar o modo manual.

Por se basear em plataforma de automóvel, a mesma do novo Lancer, o Outlander tem motor transversal, suspensão independente nas quatro rodas (multibraço na traseira) e tração dianteira quando em modo 4x2. Pelo comando giratório do console selecionam-se duas outras opções: 4x4, em que 85% do torque continua na frente, mas com variação conforme a aderência de cada eixo; e 4x4 Lock, que bloqueia a divisão de torque em 30% à frente e 70% à traseira. Só que o último modo pode ser usado plenamente no asfalto e até em retornos com o volante todo esterçado, pois não se trata de bloqueio de diferencial central. Não há reduzida e por isso o modelo não pode ter motor a diesel no Brasil.

Apesar da completa inadequação do percurso (leia boxe), foi possível acelerar um pouco o Outlander e sentir o bom desempenho do motor. Apenas bom, e não ótimo como se esperava, mas é preciso considerar a altitude do local (mais de 1.600 metros), que traz perda de potência acentuada, e a quilometragem do carro avaliado, menos de 100 km. O V6 é bastante suave, não se torna ruidoso mesmo em alta rotação e o câmbio atua muito bem, tanto em modo manual como em automático. Mas seria desejável, em vista do consumo elevado, um tanque maior que o de 60 litros.

A não ser pela altura de rodagem — que garante o bom vão livre do solo de 215 mm —, o motorista sente-se num automóvel, não num utilitário esporte. A suspensão lida bem com as irregularidades, o comportamento em curvas fechadas é correto e a direção tem peso ideal. Falta, no entanto, conforto ao rodar: os passageiros da traseira sentem bastante os impactos em piso esburacado (acentuados pelo baixo perfil dos pneus) e a passagem por lombadas. Além disso, o nível de ruído vindo do compartimento de bagagem era inaceitável em um carro tão novo.

A Mitsubishi espera vender 100 unidades por mês do Outlander, que virá em quatro cores (preto, prata, cinza e bege champanhe) e começa a ser vendido dia 15 de julho. A intenção é atender ao consumidor mais interessado em conforto e desempenho que em vocação fora-de-estrada. Além do perfil de uso, a empresa aposta na razoável diferença de preço entre ele e seus utilitários tradicionais: o Pajero Sport V6 a gasolina custa hoje R$ 120 mil, e o Pajero Full GLS cinco-portas V6, R$ 157 mil. Portanto, o novo crossover encaixa-se entre eles e se distingue pela proposta, o bastante para evitar uma competição dentro de casa.

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