A Mitsubishi busca com ele um
usuário mais urbano e menos voltado ao fora-de-estrada que o da linha
Pajero
No interior moderno,
computador de bordo, áudio com MP3 para seis discos e ar-condicionado
automático |
Outro ganho expressivo na nova geração é percebido no interior, com
aspecto bem mais moderno e de qualidade superior, ainda que os plásticos
sejam um tanto rígidos. Os bancos dianteiros são confortáveis e bem
envolventes, mas no do passageiro o encosto é reclinado por alavanca em
pontos definidos. Atrás há bom espaço para dois adultos, em um banco
bipartido 60/40 cujas partes podem ser reguladas em distância (curso de
80 mm) e reclinadas em separado. O assento poderia ser mais baixo,
porém, pois um passageiro de estatura média já vê mais o teto do carro
que a vista pelo pára-brisa.
O painel tem desenho esportivo, com dois módulos principais e um
mostrador central onde aparecem informações como nível de combustível,
termômetro do motor (digitais, mas de ótima leitura) e computador de
bordo (com consumo em litros/100 km). Interessante é a função de consumo
instantâneo com escala horizontal em vez de dígitos, mais fácil de
interpretar a cada momento. Os comandos de áudio e do controlador de
velocidade ficam no volante, também esportivo com seu aro pequeno e três
raios, mas regulável apenas em altura e não em distância.
No todo ou em detalhes — como os painéis de porta e o comando de tração
giratório no console —, fica evidente o cuidado em agradar aos olhos.
Não se trata de um carro de luxo, porém, como mostram as ausências de
retrovisor interno fotocrômico, molas a
gás para sustentar o capô, faróis e limpador de pára-brisa automáticos.
Outras falhas: esse vidro deveria ter faixa degradê e o mostrador do
rádio, quando os faróis estão acesos, escurece demais mesmo com o ajuste
da iluminação do painel no máximo.
Em mercados externos o Outlander oferece versão de sete lugares, que a
Mitsubishi disse que vai trazer em data ainda indefinida. Sem a terceira
fila sobra um enorme compartimento de bagagem, com espaço para 715
litros e ampliável a 2.000 l com o rebatimento do banco. Esta operação é
feita por comando elétrico, acionado a partir do porta-malas e que
funciona de modo um tanto abrupto. A cobertura enrolável pode ser
reposicionada para evitar exposição da bagagem conforme a posição do
banco.
Bom recurso é a tampa traseira bipartida, em que a parte correspondente
ao pára-choque abre para baixo e o restante para cima. Consegue-se com
isso uma tampa menor e mais leve, sem prejudicar o acesso de cargas mais
pesadas ou volumosas. A seção inferior suporta 200 kg quando aberta e
pode ser usada para se sentar com o carro estacionado. O estepe fica sob
o veículo.
Ênfase à
esportividade
Também na parte
mecânica o Outlander mostra um apelo esportivo que não se vê todo dia em
utilitários. Começa pelo desempenho do V6 de 3,0 litros e 24 válvulas,
todo de alumínio — uma evolução do motor com bloco de ferro fundido e
mesma cilindrada, usado em outros modelos da empresa e que pesa 25 kg a
mais. Com o variador de tempo das
válvulas de admissão, chamado de Mivec, atinge a expressiva potência de
220 cv a 6.250 rpm (potência específica
de 73,3 cv/litro), enquanto o torque máximo de 28,1 m.kgf surge a 4.100
rpm. A aceleração de 0 a 100 km/h é anunciada em 9,7 segundos.
Continua |