A grade com estrela no centro
é agora padrão no Classe C, que tem três versões com os novos motores;
rodas de 17 pol são opcionais no C 180
A potência da versão 180
manteve-se em 156 cv, mas com aumento de torque em baixas rotações e
menores consumo e emissões poluentes |
No lugar do compressor, um
turbo; em vez da tradicional injeção
indireta, um sistema direto que trabalha
com mistura estratificada: com essas alterações, que não trouxeram
aumento de potência, a Mercedes-Benz anuncia reduções de consumo e
emissões poluentes para as versões de quatro cilindros do Classe C,
agora designadas como C 180 CGI e C 200 CGI (sigla para Charged Gasoline
Injection).
Por mais alguns meses permanece disponível o antigo C 180 Kompressor com
motor de 1,6 litro, ao preço sugerido de R$ 112.900, mas a fábrica logo
o substituirá pelo novo CGI de 1,8 litro, que chega por R$ 114.900 no
mesmo acabamento Classic Special. A versão 200 CGI (também de 1,8 litro,
ao contrário do que o número faz supor), que elimina de imediato a 200
Kompressor, tem os acabamentos Avantgarde, por R$ 149.900, e Sport, a R$
175.000, enquanto o C 300 Sport com motor V6 (R$ 219.300) e o esportivo
C 63 AMG V8 (US$ 201.900)
seguem inalterados. Com as novidades, a marca alemã espera que a
participação do Classe C em suas vendas cresça de 30% para 40%.
Injeção direta não é novidade no mercado nem no segmento, já que o
Volkswagen Passat a emprega desde 2006, seguido pouco depois por vários
modelos da Audi. No entanto, a Mercedes considera que seu sistema é
pioneiro no Brasil em manter a formação de mistura ar-combustível
estratificada mesmo em altas rotações. Estratificado indica várias
camadas — no caso, seções com diferentes proporções entre ar e
combustível —, um elemento importante nas injeções diretas para se obter
alta eficiência.
Segundo o fabricante, seu CGI é o primeiro sistema a usar esse tipo de
mistura também em regimes elevados e com alta carga (abertura de
acelerador), o que leva a reduções de até 15% em consumo e 22% em
emissões. Contribui para tais resultados o aumento da
taxa de compressão permitido pela
injeção direta: nesse caso foi a 9,8:1 no C 180 e 9,3:1 no C 200,
expressivas para um motor turbo. E por que a substituição do compressor
— tão tradicional na Mercedes, que o usava já na década de 1920 nos
lendários modelos S,
SS, SSK e SSKL — pelo turbo? Mais uma vez, atender a normas cada vez
mais severas de emissões, pois o segundo sistema de superalimentação
obtém maior eficiência que o primeiro. No novo motor de 1,8 litro do
Classe C o turbo opera com pressão máxima um tanto alta (1,2 bar) e
conta com resfriador de ar.
Como já dito, não houve ganho de potência, mantida em 156 e 184 cv (C
180 e C 200, na ordem). O que melhorou foi o torque máximo: no C 180 CGI
são 25,5 m.kgf na ampla faixa de 1.600 a 4.200 rpm, ante 23,4 m.kgf
entre 2.800 e 4.600 rpm do antigo C 180 K (lembre que a cilindrada do
novo é maior em 200 cm³), e no C 200 CGI apresentam-se 27,5 m.kgf de
1.800 a 4.600 rpm, contra 25,5 m.kgf de 2.800 a 5.000 rpm do antigo C
200 K. Portanto, as respostas em baixa rotação foram melhoradas de forma
consistente.
Ambas as versões, assim como a C 180 K que logo sai de linha, participam
do programa BlueEfficiency (eficiência azul, esta a "cor oficial" dos
fabricantes alemães em projetos de baixas emissões, a exemplo da linha
BlueMotion da VW), que afeta diversos parâmetros do carro em busca de
menos poluentes e consumo. No Classe C isso significa retrovisores e
aletas da grade dianteira com melhor aerodinâmica (o
Cx informado com rodas de 16 pol é
excelente, 0,26), transmissão alongada, pneus com composto reformulado
para menor resistência ao rolamento, direção assistida hidráulica com
válvula de desativação quando a assistência não é necessária
(basicamente nas retas) e painel com o indicador de consumo instantâneo
mais à vista, para estimular seu uso na orientação de como dirigir.
À parte essas mudanças, identificadas pelos logotipos BlueEfficiency
nos para-lamas dianteiros e CGI na tampa do porta-malas, o carro
pouco traz de novo. Uma das novidades restantes é que a grade mais
esportiva de algumas versões, com a grande estrela de três pontas no
centro, passou a ser padrão no modelo — houve clara preferência dos
clientes em detrimento da outra, tradicional, com uma pequena estrela no
topo. De resto, a Mercedes manteve os equipamentos de série, que compõem
uma lista apreciável em sua categoria.
Continua |