Longe de cativar pela beleza,
o Logan tem na relação entre espaço e preço seu destaque: o entreeixos
de 2,63 metros, a altura e a largura são de carros médios |
Não
traz nenhuma novidade tecnológica, não é um exemplo de beleza, não é
luxuoso, mas há uma coisa que o Renault Logan, apresentado à imprensa
brasileira nesta terça-feira (12/6) no Rio de Janeiro, tem e dá banho na
concorrência: espaço interno. Embora destinado a concorrer em preço com
sedãs compactos como Prisma, Siena e Fiesta, tem algumas dimensões de
médio, caso do entreeixos de 2,63 metros (maior que os de Astra, Focus,
Corolla) e da largura de 1,74 m, que se somam à altura de 1,53 m, a
maior em um sedã nacional.
O Logan reúne condições para disputar bem o mercado dos sedãs compactos
e mesmo avançar um pouco sobre os médios. Lançado na Europa em junho de
2004, já vendeu 500 mil unidades (parte delas sob a marca romena Dacia,
pertencente ao grupo Renault desde 1999) a partir de fábricas na própria
Romênia, Rússia, Marrocos, Colômbia, Irã e Índia. No Brasil, começa com
80% de nacionalização e daqui será exportado para alguns países do
Mercosul — como a Argentina, onde já é comercializado há dois meses com
motor 1,6. Está em vias de chegar ao México sob a marca Nissan (como já
acontece com o Clio Sedan, lá Nissan Platina) com a mesma motorização.
O novo carro é alto, embora boa parte disso seja atribuída ao vão livre
do solo "mata-lombada", 15,5 cm com veículo totalmente carregado. Mas
seu ponto H (altura dos quadris dos ocupantes) nos bancos dianteiros é
bem alto, o que contribui decisivamente para o grande espaço para pernas
no banco traseiro. Acomoda bem ali três adultos, ao contrário dos
compactos rivais e até mesmo de alguns médios.
A amplitude interna resulta também de uma solução não agradável aos
olhos, mas que funciona para esse propósito: os vidros laterais
praticamente verticais e com raio de curvatura mínimo. Seu porta-malas
não deixa por menos: são 510 litros, como no Clio, o que o deixa entre
os maiores compactos e médios, mesmo com dobradiças convencionais na
tampa. Lamentável é o carro não trazer o quase universal recurso de
rebater o banco traseiro, justificado pela fábrica como a busca do preço
mais baixo possível.
O Logan começa a ser vendido no início de julho em três versões. A
Authentique com motor 1,0-litro flexível
de 16 válvulas tem preço sugerido de R$ 28.000; a Expression de mesma
motorização, R$ 29.480; e a Privilège 1,6 16V também flexível, R$
36.790. O Authentique chega ao ponto de não trazer ajuste interno dos
retrovisores ou alças de teto, mas vem com imobilizador de motor,
conta-giros, pára-choques na cor da carroceria, porta-copos/objetos no
console, protetor de cárter, tomada de energia de 12 volts e vidros
verdes. Aquecimento e desembaçador do vidro traseiro custam R$ 390; o
ar-condicionado em conjunto com eles, R$ 3.890.
Continua |