

Extensão do console e
controle elétrico dos quatro vidros vêm de série no Privilège, que cobra
à parte pelo rádio/CD, ar-condicionado e bolsas infláveis frontais


Embora menos potente que no
Clio, o motor 1,6 traz desempenho muito bom ao Logan, que é correto nas
curvas, mas não tem o consumo informado pela fábrica |
Como
andam
O Best Cars dirigiu o Logan Expression 1,0 16V com o Pack e o
Privilège com o Pack Estilo. O primeiro não decepciona, mesmo pesando
1.080 kg (com ar-condicionado e direção assistida; o peso básico é de
1.025 kg). Ao nível do mar o motor de 76/77 cv (gasolina/álcool) dá
conta do recado, em que o torque de 9,9/10,1 m.kgf contribui para o bom
desempenho geral. A quinta produz aceitáveis 4.000 rpm a 120 km/h. A
Renault informa 0-100 km/h em 14,2/14,3 segundos e velocidade máxima de
160/161 km/h (sempre gasolina/álcool), números coerentes com as
impressões.
Por outro lado, o Privilège chega a dar razoável emoção com o motor de
107/112 cv e 15,1/15,5 m.kgf a 3.750 rpm, embora pese 1.111 kg. A
aceleração 0-100 km/h é informada como 10,3/10,1 s e a máxima de 182/185
km/h. Em quinta são convenientes 3.400 rpm a 120 km/h. Tanto o 1,0
quanto o 1,6 não fazem feio e têm acelerador
eletrônico. Potência e torque são menores que no Clio 1,6: menos 3
cv e 0,1/0,5 m.kgf (gasolina/álcool). No 1,0 a potência ficou igual, mas
a 150 rpm menos, enquanto o torque perdeu 0,1 m.kgf. A fábrica explicou
tratar-se de diferenças no compartimento do motor, mas não é impossível
que se trate de redução de potência face à garantia bem maior.
Lamenta-se que o consumo, tão importante neste segmento, seja omitido.
O jeito de andar é bem da marca, com precisão, comportamento franco nas
curvas e pouca rolagem. Os pneus têm medidas adequadas ao carro e ao
piso brasileiro. A rigidez da estrutura é logo perceptível e a robustez
de suspensão não deixa dúvida. Sabidamente o Logan, por sua proposta,
não seria pródigo em isolamento acústico, mas nem assim está fora do
normal. Apenas o 1,0 mostra uma leve passagem de vibração para o
interior, talvez resultado de coxins de borracha duros demais, de fácil
correção pela fábrica.
A Renault está apostando suas fichas (bastante, não todas) no Logan.
Começa com 1.500 unidades/mês, número que parece conservador, mas que
denota que a empresa quer ir com calma. Poderá haver canibalização do
Clio Sedan — acontece com freqüência na indústria —, pelo que a Renault
já tomou providências: a versão Expression agora vem com ar-condicionado
de série.
"O Logan marca uma ruptura no mercado brasileiro", disse o francês
Jerôme Stoll aos jornalistas. Como presidente da Renault do Brasil e
diretor geral da Renault Mercosul, ele mais do que ninguém sabe o que
tem nas mãos. |