Uma caixa de câmbio automática com oito marchas e revisões no motor V6
biturbo a diesel são as principais novidades da linha 2012 do Range Rover Sport
e do Land Rover Discovery 4. Os dois modelos, que compartilham a plataforma e
grande parte do conjunto mecânico, ocupam diferentes posições na linha do
fabricante inglês — hoje nas mãos da indiana Tata —, com preços também diversos.
O Discovery 4 S custa R$ 241.000; o SE, R$ 264.000; e o HSE, R$ 315.000. No caso
do Sport os valores são de R$ 324.500 para SE e R$ 368.000 para HSE. Além das
alterações, a recente alta do dólar explica os novos preços mais altos. Entre
seus concorrentes estão Audi Q7 (R$ 332.000), Mercedes-Benz ML 350 CDI Sport (R$
291.500) e Volvo XC90 (R$ 195.930, a gasolina apenas). Dentro da linha
britânica, eles se posicionam acima dos compactos Land Rover Freelander 2 e
Range Rover Evoque, mas abaixo do megaluxuoso Range
Rover Vogue.
O câmbio ZF 8HP70 é a maior novidade desses utilitários esporte de luxo. Embora
oito marchas pareçam exagero para um motor com tanto torque, a tendência de usar
mais marchas se justifica pelas normas de consumo (nos Estados Unidos) e de
emissão de gás carbônico (na Europa) cada vez mais apertadas. Com menor
intervalo entre as relações, o motor se mantém em rotação mais constante
enquanto a velocidade aumenta, o crescimento de giros é menor nas reduções pouco
exigentes — o que também beneficia o conforto — e é necessário menor
deslizamento do conversor de torque, um inimigo da eficiência.
Tomando por base a velocidade máxima em cada marcha do Discovery, nota-se que a
primeira do câmbio de oito marchas é 23% mais longa que a da caixa de seis. Já a
segunda foi encurtada em 8%, a terceira em 14%, a quarta em 18% e a quinta em
20%. Antes a quinta já atingia a velocidade máxima de 180 km/h, quando intervém
um limitador eletrônico; agora ela se dá em sexta, restando sétima e oitava como
sobremarchas. No Sport há arranjo semelhante,
mas a máxima de 200 km/h se consegue em sétima, enquanto antes a final era de
193 km/h em sexta.
A caixa não tem como única novidade as marchas adicionais. A alavanca seletora
tradicional foi substituída por um comando giratório no console, como em toda a
linha Jaguar e nos modelos Evoque e Vogue da Range Rover. Desligado o motor, o
comando rebaixa-se e "desaparece". Como ele traz apenas as posições básicas (P,
R, N, D e S, que aciona o programa esportivo de uso), mudanças manuais de marcha
são feitas por alavancas atrás do volante. Para evitar confusão com o botão do
câmbio, o seletor do sistema Terrain Response agora é baseado em botões.
Do ponto de vista técnico, a nova caixa tem operação mais eficiente, trocas de
marcha mais rápidas (dois décimos de segundo), bloqueio do conversor de torque
também em baixa velocidade e detecção de forma de condução. O uso dos freios é
monitorado, o que permite ao câmbio reduzir marchas para obter freio-motor e
poupar o sistema, e em reduções mais enérgicas é possível saltar até seis
marchas, como de oitava para segunda.
O motor SDV6 de 3,0 litros é dotado de dois
turbocompressores que trabalham de forma sequencial: um menor, de baixa
inércia, começa a girar em rotações muito baixas e o outro, maior e de inércia
mais elevada, entra em ação em giros mais altos. Com alguns novos parâmetros de
funcionamento e a adoção de filtros de partículas de diesel, a unidade da linha
2012 traz mais potência — de 245 para 256 cv —, menor consumo e emissão mais
baixa de CO2, enquanto preserva o excelente torque máximo de 61,2 m.kgf a 2.000
rpm.
Os dois modelos têm outros elementos em comum como o uso de molas pneumáticas na
suspensão independente nas quatro rodas, que é dotada de ajuste em altura, e o
sistema Terrain Response. O motorista determina pelos botões no console qual o
tipo de piso em que trafega — asfalto, terra, lama/neve, areia e pedras — e o
carro se autoconfigura intervindo na suspensão, na rapidez de resposta do
acelerador, bloqueando o diferencial central, aplicando a redução da transmissão
e/ou acionando o controle de velocidade em declives (HDC).
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