De R$ 34,9 mil a R$ 44,9 mil,
há quatro opções com bons equipamentos, que incluem seis bolsas
infláveis e teto solar nos níveis superiores
Elementos de estilo típicos
dos novos Kias dão ao Picanto um aspecto moderno, sem perder a fácil
ligação visual com sua geração anterior |
Carros bem pequenos, mas com estilo charmoso e fartos itens de conforto
e segurança, são comuns há tempos na Europa e no Japão, mas não no
Brasil. A Ford bem que tentou com o primeiro Ka, depois reposicionado
como modelo de entrada, e a Renault importou o Twingo, que nunca
emplacou. A Kia veio com proposta semelhante com a
primeira geração do
Picanto, lançada na Coreia do Sul em 2004 e aqui dois anos depois:
um carro de apenas 3,5 metros de comprimento, mas com certas comodidades
e até câmbio automático opcional.
Agora aparece o Picanto de segunda geração, apresentado em março no
Salão de Genebra e disponível em quatro níveis de equipamentos, todos
com cinco portas. O catálogo J-318, ao preço
de R$ 34.900, vem com bolsas infláveis frontais, encosto de
cabeça para cinco ocupantes, rodas de alumínio de 14 pol, faróis de
neblina, ar-condicionado, direção com assistência elétrica, banco do motorista com
regulagem de altura, banco traseiro bipartido, travamento com controle
remoto, rádio/CD/MP3 (com entradas USB, auxiliar e para Ipod), volante
revestido de couro com comandos de áudio e controle elétrico de vidros,
travas e retrovisores.
O J-368 adiciona câmbio automático de quatro marchas e
custa R$ 39.900. O J-320, que vem com caixa manual e tem o mesmo preço,
acrescenta ao J-318 freios com sistema antitravamento ABS (que a Kia
não pretendia oferecer, mas reviu a decisão) e discos também na
traseira, bolsas infláveis
laterais dianteiras e cortinas (para a área de vidros lateral), teto
solar, lanternas traseiras com leds e espelho iluminado no
para-sol do motorista. Finalmente, o J-370 é um
J-320 com câmbio automático, a R$ 44.900. A garantia de
cinco anos já é habitual na Kia.
Ao olhar o novo Picanto nota-se logo a familiaridade com o anterior. As
formas inspiradas que têm caracterizado os últimos Kias estão bem
presentes, mas há clara ligação com o modelo original, caso do vinco
lateral que "atravessa" as maçanetas. Ficaram bem evidentes no novo
modelo o tamanho dos faróis, sua proximidade do para-brisa, a ascensão
da linha de cintura em direção à traseira e as lanternas em forma de
bumerangue.
Em comparação ao anterior, o comprimento aumentou 10 cm, de 3,495 para
3,595 metros; a largura manteve-se em 1,595 m; a altura passou de 1,48
para 1,49 m e a distância entre eixos cresceu de 2,37 para 2,385 m. Como
em praticamente todo carro, o peso subiu na troca de geração, de 890
para 940 kg com câmbio manual. Muito bom para seu tamanho é o
coeficiente aerodinâmico (Cx) informado, 0,31.
O ambiente interno é bem desenhado, com os instrumentos do painel em
três módulos, já característicos da marca, e aparelho de áudio bem integrado ao conjunto. A posição
de dirigir mostra projeto cuidadoso, com boa relação entre banco, pedais
e volante, embora não haja regulagem em distância para o último. Painel
e portas usam plásticos rígidos, mas de bom aspecto; o revestimento dos
bancos é em tecido de qualidade adequada com predomínio de tom cinza —
ficou no passado, para o Brasil, a ousadia cromática do antigo Picanto e
seu interior que repetia a cor da carroceria.
A Kia não deixou de fora conveniências como retrovisores externos com
aquecimento e rebatimento elétrico, limpador de para-brisa com
intermitência ajustável, porta-copos, função um-toque para o comando do
vidro do motorista (poderia haver para todos), abertura interna da tampa
de combustível, luz interna com temporizador e apagamento gradual e
banco traseiro bipartido 60:40, mas faltou a faixa degradê no
para-brisa. Outra falha é o acabamento bastante pobre visto ao se
rebater o banco traseiro.
As pequenas dimensões não permitem ao
Picanto ser expoente em espaço, mas ele não chega a ser apertado. Um
passageiro de média estatura senta-se atrás de um motorista do mesmo
porte com conforto, sem encostar com facilidade a cabeça no teto.
Difícil mesmo é acomodar três adultos no estreito banco traseiro. A Kia divulga aqui a capacidade de bagagem de 292 litros,
muito maior que a do antigo (apenas 157), mas no exterior fala em 200 litros, o que o
deixaria em desvantagem na classe. O estepe é interno.
Continua |