Pequenas dimensões e formas
agradáveis marcam a chegada do Picanto, que oferece fartas opções de
cores e câmbio automático opcional, junto de bolsa inflável para o
motorista |
A
Kia, presente no mercado brasileiro há quase 15 anos, apresentou o
pequeno Picanto importado da Coréia do Sul. Com preço sugerido de R$
34.900 com caixa manual de cinco marchas e R$ 39.900 com a automática de
quatro marchas, a versão única EX chega tanto para iniciar um nicho quanto para disputar o
mercado dos compactos de entrada, como Ka e Celta. As vendas têm início
imediato e os planos falam em 800 unidades até o fim do ano e 2.400 em
2007.
Pode se dar bem, pois o Ka com o mesmo nível de equipamentos sai por R$
35.260, e o Celta de cinco portas, R$ 33.905. Só que o sul-coreano traz,
além de ar-condicionado e direção assistida como os outros,
rádio/toca-CDs com MP3 Clarion,
controle elétrico dos vidros (um-toque
para descida no lado do motorista), travas e retrovisores, rodas de
alumínio, faróis de neblina e — destaque na categoria — garantia total
de cinco anos sem limite de quilometragem e dez anos contra perfuração
de chapa. Só não traz a abertura elétrica da tampa traseira do Ka e o
ajuste de altura dos cintos dianteiros do Celta.
A opção pelo câmbio automático inclui bolsa inflável para o motorista,
acionamento de travas a distância e protetor de carga da bateria. A
oferta de caixa automática é única no segmento, a não ser pelo Honda Fit
CVT — que todavia custa quase R$ 10 mil a mais na versão LX. A Kia prevê
que metade dos Picantos vendidos terão câmbio automático.
Uma das boas surpresas é a variedade de cores combinadas com
estofamento, saindo da mesmice preto-prata e estofamento escuro que
caracteriza o mercado brasileiro. É torcer para que dê certo: que os
consumidores apreciem e, sobretudo, que as 42 concessionárias da marca
(serão 52 até o fim do ano) concordem e procurem atendê-los, pois isso
exige maior estoque. Carros brancos, pretos e laranja têm bancos com
laterais pretas e centro laranja. Já prata e azul vêm com revestimento preto e azul claro, e as externas verde, vermelha e
amarela, com preto e cinza. Só preta, branca e vermelha são cores
sólidas: todas as demais são metálicas e não custam mais.
A vocação é nitidamente urbana, indicada por suas dimensões, em especial
o comprimento de 3,495 metros (não é alto demais, 1,48 m) e a pequena
capacidade de bagagem: apenas 157 litros (ante 260 do Celta e 186 do
Ka), que chegam a 882 l com o banco traseiro bipartido (os concorrentes
não têm) rebatido, inclusive o assento. Os encostos traseiros possuem
três posições de inclinação, para ligeiro aumento do volume de bagagem
sem impedir o uso do banco. A distância entre eixos de apenas 2,37
metros (menor que a do Celta e do Ka), o atraente diâmetro mínimo de
curva de 9,2 metros e o tanque de combustível para apenas 35 litros
deixam subentendido que o Picanto foi feito para a cidade. Até a opção
de câmbio automático diz isso.
Qualidade
salta à vista
O estilo do Picanto como um todo é agradável, com linha de cintura alta,
sem exagero, e que sobe a partir da porta traseira. Só a grade poderia
ser um pouco mais criativa, embora proporcione um visual dianteiro
agradável. O carro causa boa impressão pela qualidade aparente e
pelos detalhes. Tudo parece ser feito com cuidado e capricho, da vareta
de fixação do capô aberto à pintura impecável, que chega às partes
internas, não-visíveis.
Continua |