


Linhas arredondadas e com mais
jeito de automóvel deixaram o Ranger atualizado; o Limited, nas fotos,
tem proteção de caçamba estilizada |
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Faróis de refletor único
poderiam ser mais elaborados; toda a linha traz rodas de alumínio, com
aro 17 pol no caso das versões XLT e Limited |
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Toyota Hilux, Nissan Frontier, Mitsubishi L200 Triton, Volkswagen
Amarok, Chevrolet S10: depois que toda a concorrência reformulou seus picapes de
médio porte (ou estreou no segmento, caso da VW), a Ford afinal apresenta sua
resposta com a segunda geração do Ranger, que substitui o longevo modelo à venda
desde 1994 com duas reestilizações parciais.
Ao demorar para reformular seu representante na categoria, a Ford teve a
oportunidade de saber o que poderia apresentar a mais e de que forma equacionar
os preços, para oferecer um produto moderno no mesmo patamar de valores da
concorrência. Um investimento de 1,1 bilhão de dólares foi aplicado até chegar à
segunda geração, um produto globalizado que será vendido em 180 mercados e
fabricado na Argentina para atender aos países da região (a Tailândia atende aos
países da Ásia-Pacífico; da África do Sul ele segue para África e Europa).
Trata-se de um produto totalmente novo e não uma evolução do Ranger anterior.
De uma só
tacada, chegam ao mercado oito versões em uma ampla faixa de preços (veja
os equipamentos). Com motor a diesel de cinco cilindros e 3,2 litros, a XLS
de cabine simples com tração 4x4 tem preço de R$ 97.900; com cabine dupla
passa a R$ 106.900. A versão XLT 4x4, só com cabine dupla, custa R$ 114.900 com
câmbio manual e R$ 120.400 com o automático, enquanto o topo de linha Limited
vem com cabine dupla, tração 4x4 e caixa automática por R$ 130.900. Na gama com
motor flexível em combustível de quatro cilindros e 2,5 litros, o XLS com cabine
simples custa R$ 61.900; o XLS com cabine dupla, R$ 67.600; o XLT, R$ 75.500; e
o Limited, R$ 87.500, estes com cabine dupla. Tração 4x4 não é oferecida com tal
motor. A Ford previu ainda o XL 4x4, apenas para frotistas, a R$ 77.900 com
cabine simples e R$ 92.500 com a dupla.
A relação entre preço, conteúdo e motorização deixa o Ranger muito atraente.
Como exemplo, o XLT a diesel com caixa automática (R$ 120.400) custa menos que
Hilux SRV (R$ 132.562), S10 LTZ (R$ 130.840), Amarok Highline (R$ 130.562),
Frontier Attack (R$ 123.890) e L200 Triton HPE (R$ 121 mil), sendo o mais
potente entre todos; apenas S10 e Amarok também trazem
controle eletrônico de estabilidade. O Limited a
R$ 130.900 rivaliza com os três mais caros citados e com o Hilux SRV Top (R$
139.210), mas oferece conteúdos adicionais. A rigor, apenas o Amarok leva duas
vantagens: tração integral permanente e oito marchas na caixa automática.
A primeira impressão visual com o novo Ranger é positiva, ainda que não
surpreenda — as linhas são simples, sem maior ousadia, de certa forma como no
Amarok. Uma comparação com o modelo anterior revela um abismo entre eles em
termos de desenho, com destaque para as formas arredondadas, o para-brisa mais
inclinado e a melhor integração de elementos como arcos de para-lamas, o
para-choque dianteiro e até a caçamba ao conjunto. Restou apenas uma dissonância
entre os para-choques, pois o traseiro continua de aço cromado, típico de
picapes, ao contrário do dianteiro similar ao de um automóvel.
As dimensões externas — exceto altura — são iguais para as versões de cabines
simples e dupla, pois a primeira aproveita para oferecer uma caçamba bem mais
longa. Em relação ao Ranger antigo o comprimento aumentou em 208 milímetros, a
largura em 54 mm (sem retrovisores), a altura em 83 mm (para cabine dupla com
tração 4x4) e a distância entre eixos em 28 mm. A caçamba tem capacidade de
1.180 litros com cabine dupla (bem mais que os 844 de antes) e nada menos que
1.800 litros com cabine simples (antes, 1.455).
As diferenças entre as versões incluem as rodas de alumínio — de 16 pol para XLS
e de 17 pol para XLT e Limited — e o elemento de proteção da caçamba, o popular
"santantônio", que tem forma tubular no XLT e um desenho mais elaborado e
integrado ao conjunto no Limited. A Ford informa capacidade de carga de 1.219 kg
com cabine simples e entre 1.002 e 1.092 kg com a dupla, para versões a diesel.
Com motor flexível os limites são bem mais altos: 1.457 kg no modelo simples e
de 1.261 a 1.341 kg na versão dupla. O tanque de combustível, antes variável de
60 a 75 litros conforme o motor, foi padronizado em 80 litros.
Interior de automóvel
No interior, tudo é novidade.
No lugar do antiquado painel, em uso desde 1995 com poucas alterações, vem um
mais atraente com visual típico de automóvel e iluminação em azul. O conforto
começa nas regulagens elétricas do banco do motorista do Limited, com
revestimento de couro, e prossegue com apoio de braço para os passageiros do
banco de trás, porta-copos (são 23 porta-objetos dentro da cabine dupla) e
outras conveniências como controle de áudio pelo volante, ar-condicionado
automático com duas zonas de ajuste e compartimento refrigerado no console para
seis latas.
O sistema de áudio traz interface Bluetooth para
telefone celular e conexões USB e para Ipod. A tela de cristal líquido no painel
central é maior (5 pol) na versão Limited, na qual abriga um navegador por GPS,
que nos demais acabamentos (4,2 pol). As imagens da câmera traseira da versão de
topo não aparecem ali, mas sim no retrovisor interno, que é
fotocrômico. Uma conveniência não foi esquecida:
o controle elétrico dos vidros com função um-toque
para todos permite abertura e fechamento globais com controle a distância.
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