

Avaliado em breve percurso
urbano, o Ka Sport mostrou agilidade, mas não esportividade: poderia
haver alterações em câmbio e escapamento



As mudanças na frente e nas
lanternas traseiras seguem o padrão do Fiesta nacional; o interior vem
com detalhes em prata e novos tecidos |
O Sport traz bancos com apoios laterais mais pronunciados e o logo da
versão nos encostos, além de grafia própria nos instrumentos. O volante
com melhor apoio para as mãos e textura perfurada nas regiões de pega
pode levar alguns a se lembrarem do
Escort XR3, mas se
lamenta que, quando dotado de bolsas infláveis, dê lugar ao arredondado
do Ka antigo, que destoa do painel retilíneo.
Na parte mecânica — à parte os pneus de perfil mais baixo do Sport —, a
única novidade da linha 2012 está na montagem dos amortecedores
traseiros: novas buchas de borracha aumentam o isolamento de impactos e
vibrações que seriam transmitidos à cabine. De resto, dos motores Zetec
Rocam de 1,0 e 1,6 litro às relações de marcha, tudo permanece como
antes. Mesmo assim, com uma discreta melhora de 3% no
coeficiente aerodinâmico (Cx), de 0,385
para 0,374, a fábrica anuncia pequeno ganho em velocidade máxima.
Ao volante
A Ford escolheu São Paulo para apresentar o Ka 2012 à imprensa e, apesar
de feita em um sábado, a avaliação contou em boa parte com o trânsito
congestionado que toma a maior cidade do País a qualquer dia e hora.
Além de experimentar centenas de vezes o pedal de embreagem, o que mais
se pôde notar no percurso de 40 quilômetros?
Ao volante do Sport, as sensações de esportividade ficam mais pelo
visual que pelo comportamento. Apesar da vivacidade do motor de 107 cv e
15,3 m.kgf (com álcool), faltam elementos que agradavam em seu
antecessor produzido de 2001 a 2007,
como o câmbio com relações próximas entre si
e o escapamento com som bem presente. Já a suspensão, que em todo Ka tem
calibração firme, e os pneus largos e de perfil baixo parecem aptos a
produzir bom comportamento em curvas, o que fica para uma avaliação
posterior. O conforto de rodagem permanece razoável e não se nota peso
anormal do volante, em que pese os pneus de seção exagerada para seu
peso.
Para analisar a alteração na suspensão traseira, a melhor oportunidade
foi andar no banco de trás de uma versão de 1,0 litro, com os pneus em
medida usual, mesmo porque o Ka dessa cilindrada nada traz de novo que
justificasse dirigi-lo. Nosso julgamento? Se houve melhora, é difícil de
perceber, pois a passagem por ondulações e pisos de má qualidade
transmite os impactos de maneira bastante direta aos passageiros. Ou
seja, conforto de marcha está longe de ser um atributo do modelo, mesmo
após tal evolução.
Responsável por 19% das vendas de automóveis da Ford, o Ka é anunciado
pela fábrica como líder de seu segmento — por um critério discutível que
considera apenas as unidades de três portas dos concorrentes, todos eles
com opção por cinco. E, sobre uma versão de cinco portas de seu menor
automóvel, a empresa informa não haver planos: o Fiesta atenderia ao
público que deseja um pouco mais de conforto com os mesmos atributos
técnicos a um preço pouco superior. |
Ka Sport |
MOTOR -
transversal, 4 cilindros em linha;
comando no cabeçote, 2
válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 82,1 x 75,5 mm.
Cilindrada: 1.598 cm3. Taxa de compressão: 12,3:1. Injeção
multiponto sequencial. Potência máxima: 102 cv (gas.) e 107 cv (álc.) a 5.500 rpm. Torque máximo: 14,5 m.kgf
(gas.) e 15,3 m.kgf (álc.) a 4.250
rpm.
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CÂMBIO
- manual, 5 marchas; tração dianteira. |
FREIOS
- dianteiros a disco; traseiros a tambor. |
DIREÇÃO
- de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica. |
SUSPENSÃO
- dianteira, independente, McPherson; traseira, eixo de torção. |
RODAS
- 6 x 15 pol; pneus, 195/55 R 15. |
DIMENSÕES
- comprimento, 3,836 m; largura, 1,643 m; altura, 1,44 m;
entre-eixos, 2,452 m; capacidade do
tanque, 45 l; porta-malas, 263 l; peso, 968 kg. |
DESEMPENHO - velocidade
máxima, 181 km/h (álc.); aceleração
de 0 a 100 km/h, 12,3 s (gas.) e 11,2 s (álc.). |
CONSUMO
- médio, 13,8 km/l (gas.) e 9,8 km/l (álc.). |
Dados do fabricante |
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