Rodas de 17 pol e aerofólio
estão entre as poucas mudanças externas no Si, que chega por R$ 99.500
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Quando o Honda Civic chegou ao Brasil, em 1992, oferecia versões de alto
desempenho como a VTi, um hatch de 1,6 litro com
comando de válvulas variável VTEC e
potência de 160 cv. Com a nacionalização do sedã quatro-portas, cinco
anos depois, essa opção foi retirada do catálogo e o Civic assumiu
um perfil comportado, familiar, sem pretensões esportivas. Mantido na
geração seguinte, lançada em 2000, esse caráter só veio a mudar com o
modelo 2007 — e completa-se agora com a estréia do esportivo Si.
Pré-apresentado em outubro no Salão de São Paulo, o mais quente dos
Civics traz um motor inédito no Brasil, o 2,0-litros com duplo comando
variável e 192 cv. Nos Estados Unidos — onde o carro tem o mesmo desenho
do nosso — a versão existe desde o fim de 2005, como cupê, e há
poucos meses ganhou a opção de quatro portas. Como aqui a Honda só
produz o sedã, é assim que nosso Si será vendido.
Alguns podem torcer o nariz para um esportivo de quatro portas, mas não
há por quê. Há exemplos notáveis de sedãs de alto desempenho mundo afora
e, afinal, o volume de vendas esperado para o Si (1.200 unidades este ano)
não justificaria trazer a carroceria do cupê. Usando a mesma dos demais Civics,
a Honda conseguiu um preço que pode ser considerado muito atraente: R$
99.500.
Barato não é, mas o leque de equipamentos de série merece respeito:
câmbio de seis marchas, rodas de 17 pol com pneus 215/45,
controles de estabilidade e tração, freios com sistema antitravamento (ABS), bancos dianteiros mais
envolventes, sistema de áudio para seis discos com função
MP3 e comandos no volante, ar-condicionado automático,
controlador de velocidade, bolsas
infláveis frontais. Deveria vir também com as laterais e cortinas,
padrão no americano, e com opção de teto solar. Não há opcionais e são apenas três cores: vermelha, preta e prata,
esta um pouco mais tarde.
A concorrência é formada sobretudo por hatches: Golf GTI (1,8 turbo, 180
cv, R$ 83,7 mil), Stilo Abarth (2,45 litros, 167 cv, R$ 89,7 mil) e até
o pequeno Polo GTI (1,8 turbo, 150 cv, R$ 99,8 mil). O único sedã
nacional com desempenho comparável, o Marea Turbo (2,0 turbo, 182 cv, R$
74,3 mil), tem produção mínima. Pagando-se mais é possível chegar a
importados como Subaru Impreza WRC (2,5 turbo, 230 cv, R$ 135 mil) e
Audi A3 Sportback (2,0 turbo, 200 cv, R$ 138,6 mil). O que não dá é para
ter a potência do Si por menos dinheiro em carro zero-quilômetro.
Continua |