



Por dentro, bancos
envolventes em tecido preto, painel com iluminação vermelha e pedais de
alumínio; o botão "VSA off" desativa os controles de tração e
estabilidade


O duplo comando variável traz
potência adicional ao motor de 2,0 litros a partir de 6.000 rpm; o
câmbio de seis marchas prevê velocidade máxima em quinta |
Limite de 8.400 rpm
Qual o segredo do novo Civic para atingir
potência específica de motor turbo (mais de 95 cv/l) com
aspiração natural? A resposta: i-VTEC, o
sistema de variação de abertura e levantamento de válvulas da Honda,
neste caso em sua elaborada versão com duplo comando — uma árvore para
admissão, outra para escapamento, em vez da única usada no Civic 1,8.
Associado ao variador de posição da
árvore de admissão, o sistema permite que o motor "respire" bem em rotações muito altas, com
faixa vermelha a 8.000 rpm e corte de injeção a 8.400, sem que o torque em baixos regimes seja
comprometido.
Os números falam por si. A potência máxima de 192 cv é atingida a 7.800 rpm, e o torque de
19,2 m.kgf, a 6.100 rpm. O alto
regime faz supor que não haja boa força em baixa, mas são no mínimo 18
m.kgf desde 2.500 rpm, informa a Honda. Nessa faixa, aliás, já supera em
2 m.kgf o motor 1,8 das demais versões. Perderam-se 5 cv do Si americano
pela recalibração para nossa gasolina com álcool (embora a
taxa de compressão de 11:1 tenha sido
mantida), mas a fábrica recomenda o uso de gasolina premium, de 98
octanas RON, com a qual se recuperam 3
cv.
É o mesmo motor usado no cupê Acura
RS-X, mas no Si recebe uma árvore de
balanceamento para anular vibrações. Há parentesco também com o do
Accord 2,0. O escapamento possui coletor de escapamento 4-2-1 e foi
ajustado para produzir um som agradável, bem mais presente em baixa e
média rotação que no Civic 1,8. O coletor de admissão (de alumínio, não
plástico) não é variável como nas demais
versões.
É frustrante que a Honda insista em não
revelar os números de desempenho, mas os dados do modelo americano fazem
esperar velocidade máxima ao redor de 225 km/h e aceleração de 0 a 100
km/h na faixa de 7,5 a 8 segundos. Os índices fazem boa disputa com os
de Golf GTI e Marea Turbo pela liderança em desempenho na produção
nacional. Curioso é a relação peso-potência (6,8 kg/cv) ser a mesma do
VTi de 160 cv da década passada.
O câmbio manual de seis marchas foi definido para máxima em quinta,
ficando a sexta para viagens com regime favorável ao conforto e à
economia (5+E), com cerca de 3.400 rpm a
120 km/h. Enquanto as cinco primeiras marchas são mais curtas que as do
LXS, entre 5% e 26%, a sexta é 9,4% mais longa que a quinta da outra
versão. A marcha à ré fica ao lado da sexta. As semi-árvores de
transmissão têm o mesmo comprimento e o diferencial é
autobloqueante.
A direção é exclusiva,
com assistência elétrica em vez de hidráulica, tanto para reduzir o
consumo de potência quanto para obter uma caixa mais compacta, pois o
bloco do motor 2,0 é maior. A relação quase não muda: passa de 13,7:1
para 13,6:1, de qualquer modo bastante rápida.
A elogiada suspensão do Civic foi
toda revista para o novo desempenho. Ao contrário do Si americano, o
nacional mantém a altura de rodagem e o curso de molas das outras
versões — medida algo conservadora da Honda que o deixou um pouco
estranho ao olhar.
Foram adotadas molas 17% mais duras nos dois eixos, amortecedores
também mais firmes (em 45% à frente e 40% atrás) e
estabilizadores mais grossos — a resistência aumenta 104% no dianteiro e
465% no traseiro. A generosa barra atrás serve não só para conter
a inclinação da carroceria, mas também para produzir tendência ao
sobresterço, o que diminui o
comportamento subesterçante natural do
Civic. Continua |